Entre o controle e a autonomia: considerações sobre as práticas no atual modelo de saúde mental na perspectiva de psicólogas de CAPS

• Autor(a) principal: Silva, Paola Celina de Carvalho
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/28705
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Reforma Psiquiátrica; CAPS

Este trabalho foi inicialmente pensado a partir da reflexão acerca de debates sobre a Reforma Psiquiátrica. Os serviços da rede de Saúde Mental criados a partir dela têm como objetivo a restituição plena de direitos e de vantagens dos usuários, através da reinserção social, da oferta de novas possibilidades de ser, da atenuação ou desaparecimento das barreiras sociais e do resgate da autonomia dos sujeitos. Considerando a caminhada ainda recente da rede de Saúde Mental e dos CAPS, há uma preocupação em relação à possibilidade de manicomialização desses serviços, que advém do fato de que muitos de seus profissionais trabalharam em hospitais psiquiátricos. Nesse sentido, questionase se as práticas profissionais hoje dentro de alguns serviços substitutivos da rede pública ocorrem também como estratégia de controle. O objetivo deste trabalho foi compreender em que medida os profissionais conseguem sustentar na ação cotidiana do exercício profissional na instituição (CAPS) as premissas do discurso epistemológico antimanicomial que orientam esta prática e, nos casos em que foram constatados conflitos entre o pensar e o fazer, entender e discutir quais situações parecem favorecer a emergência dos mesmos. O trabalho realizado foi do tipo teórico-prático. Para a parte teórica, foi feita extensa revisão bibliográfica da literatura sobre o tema. E para a parte prática foram feitas entrevistas semi-dirigidas com duas psicólogas de CAPS. Como principais conclusões da análise das entrevistas destacaram-se: o atual modelo de saúde mental estabelece diretrizes inovadoras, mas também se depara com entraves administrativos que impõem dificuldades à realização do que está preconizado; o modelo de Saúde Mental é composto também pelos trabalhadores que dele fazem parte, pelos usuários e familiares que dele participam e das práticas que os ligam uns aos outros. Por isso a importância de verificar se as práticas estão sendo promotoras de co-participação, coconstrução e co-cuidado