A clínica do testemunho na elaboração do traumático: reparação psíquica da violência de Estado na ditadura civil-militar brasileira (1964-1985)

• Autor(a) principal: Passoni, Maria Fernanda dos Santos
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/27830
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Clínica do Testemunho; Trauma; Reparação psíquica; Violência de Estado; Ditadura civil-militar brasileira; Psicanálise

Na ditadura civil-militar brasileira (1964 - 1985), ocorreu uma violação sistemática de direitos humanos fundamentais por parte do Estado, o que impôs ao corpo social o medo e o silenciamento. Desde então, as pessoas que foram afetadas por essas violências, não tiveram um espaço social que legitimasse a realidade e o sofrimento de suas vivências. Em 2012, com o lançamento do projeto-piloto Clínicas do Testemunho, inicia-se um trabalho de reparação psíquica dessas vítimas. O presente trabalho tem por objetivo compreender como os traumas referentes à violência de Estado nos anos de ditadura militar podem ser elaborados. Tendo como ponto de partida os conceitos de espaço potencial e testemunho – enquanto possibilidade de reparação psíquica – pretende estabelecer um diálogo entre estes conceitos e os dispositivos criados pelas Clínicas do Testemunho, para fins de compreensão de como esta reparação psíquica pode se dar na prática. Como objetivo específico, busca compreender, em suas especificidades, os traumas advindos deste contexto de violência de Estado dos anos de ditadura, principalmente relativos à tortura. O método a ser utilizado é teórico fundamentado na Psicanálise. Foram analisados sete dispositivos. Como conclusão, é possível apontar espaço potencial na prática das Clínicas do Testemunho, de legitimação e ressignificação dos traumas. O testemunho é uma ferramenta potente nesta elaboração e imprescindível para a reparação psíquica do traumático. Discutir o tema no meio acadêmico e fora dele é um posicionamento político, de resgate da história, memória e verdade