O individualismo e o laço social na contemporaneidade: uma contribuição psicanalítica

• Autor(a) principal: Soares, Priscila Costa
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/28917
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Individualismo; Laço social; Família; Fraternidade; Psicanálise; Contemporaneidade

Com base no legado de Freud, Lacan e também de autores contemporâneos da psicanálise, sociologia e filosofia, o objetivo deste trabalho é realizar uma leitura sobre as características do contexto sociocultural da contemporaneidade que trazem repercussões não só nas formas de subjetivação do sujeito, mas principalmente nas formas com que o sujeito, submetido a este contexto, estabelece relações com seus pares e ajuda a traçar uma nova configuração de laço social. Dentre estas características, será destacado o enaltecimento do individualismo em detrimento das relações alteritárias e, também, a superposição da esfera privada sobre a esfera pública. Tomar-se-á estas enquanto estratégias alienantes fomentadas pelos discursos sociais hegemônicos e, para tanto, parte-se da premissa lacaniana de que os laços sociais são tecidos e estruturados pela linguagem e, portanto, denominados discursos. Para entender esta superposição da esfera privada sobre a esfera pública fez-se necessário investigar as transformações ocorridas na tradição patriarcal, os modelos de satisfação amorosa envolvidos na constituição da família, os mecanismos de biopoder que permeiam suas relações e até mesmo o papel que a mídia exerce neste contexto. Por esta perspectiva de estudo pretende-se desnaturalizar a instituição familiar para que possamos compreendê-la em seu caráter social, cultural, econômico e, principalmente, político. Tendo a crise da Modernidade como palco do agravo do desamparo na atualidade, buscar-se-á compreender o impacto subjetivo das inseguranças sociais que o neoliberalismo gera, assim como as potencialidades e limitações de ação do sujeito frente aos riscos sociais emergentes. Assim sendo, cabe-nos questionar em que medida o trabalho clínico - com base no resgate da dimensão do desejo e, conseqüentemente, com desdobramentos na significação da alteridade e da singularidade - também poderia ser disparador de transformações sociais, de onde poderíamos empreender a pertinência pública do ato psicanalítico