Processo de individuação em mulheres vítimas de violência e a (re)construção a partir do barro: uso de recursos artísticos em psicologia

• Autor(a) principal: Pereira, Marina Carvalho
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/36388
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Violência; Mulher; Argila; Individuação; Psicologia

A violência contra mulher configura um problema de saúde pública que demanda articulação de rede multidisciplinar de cuidados, com destaque especial aos profissionais de Psicologia, que devem ser capacitados para enfrentar esse cenário. Diante dessa demanda, é possível pensar na Arteterapia como recurso no campo da Psicologia, na medida em que, conforme estudos, os recursos artísticos podem contribuir para o resgate do feminino e da autoestima. Dentre estes, destaca-se a argila, que pode auxiliar na despontencialização de conteúdos agressivos e na ressignificação de eventos traumáticos. Objetivo: Investigar e compreender como a técnica da modelagem em argila pode contribuir para elaboração de sofrimentos decorrentes da violência sofrida por mulheres e, assim, constituir-se como facilitador do processo de individuação. Método: A coleta de dados ocorreu com uma voluntária, em quatro encontros: uma entrevista inicial e três sessões para as oficinas de modelagem em argila. Resultados e discussão: Pôde-se levantar algumas características da argila enquanto material terapêutico, como a capacidade de remeter ao passado e de permitir a manifestação de conteúdos internos. Com relação ao cenário de violência enfrentado pela participante, foi possível constatar a presença de conteúdos centrais relacionados à permanência no relacionamento, como o medo da solidão, sentimentos de vazio e dificuldade de integração de elementos masculino e feminino. Ao longo das sessões, a participante apontou que esteve reflexiva e passou a compreender possíveis motivos pelos quais permanecia na relação. Ainda que a intervenção tenha tido função exploratória, notou-se que teve valor terapêutico à participante, contribuindo para a elaboração e percepção de conteúdos inconscientes