Trabalho & ritual: o sentido da ritualização da morte para os profissionais do serviço funerário
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP |
Texto Completo: | https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/27243 |
Resumo: | The objective of this doctoral thesis is to understand the meaning that funeral service professionals attribute to the ritualization of death as an object of work in their daily lives. Historically, funerary rituals construct unique spaces and times for the normative absorption of death, through the ritualistic consecration of the bodies of the dead, thus seeking to reconcile man, shaken by the annihilation of his being, with the world, which naturalizes the death. In modernity, this immanent meaning of the funerary ritual remains intact, the dead continue to be veiled, buried or cremated, but what can be said about the meaning of the ritualization of death as the reproduction of their own daily life? What is at stake is not the reconciliation of man with the world, but the daily support of the ritualistic consecration of the dead through the rationalization of work in capitalism. In order to carry out such an undertaking, five funeral service workplaces were selected: Ideal Funeral Home, outsourced drivers, Perus Cemetery, Gethsemani Cemetery and the Vila Alpina Crematorium. Regarding the methodology adopted, semi-structured interviews were carried out only with funeral service professionals who work directly with the ritualization of the bodies of the dead (funeral agents, administrators, drivers, speedsters, burial workers, cremators), as well as the systematic observation of their routine of work. In this way, the research focused on the way in which such workers are socialized in the guidelines of funeral work: recruitment and division of labor. What was discovered, in this socialization process, is the incorporation of the rational look of the work around the ritualistic funeral practices (the ritualization of death seen from a common place and the body of the deconsecrated dead), which manages to apprehend precisely its loss of meaning for modern society – the dehumanization of funeral ritual (contempt for the dead, loss of family ties). Funeral service professionals, however, humanize themselves in the face of men's alienation from the ritualistic sense of dying in modernity. The representation of the ritualization of death ultimately becomes a reflection on life |
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In modernity, this immanent meaning of the funerary ritual remains intact, the dead continue to be veiled, buried or cremated, but what can be said about the meaning of the ritualization of death as the reproduction of their own daily life? What is at stake is not the reconciliation of man with the world, but the daily support of the ritualistic consecration of the dead through the rationalization of work in capitalism. In order to carry out such an undertaking, five funeral service workplaces were selected: Ideal Funeral Home, outsourced drivers, Perus Cemetery, Gethsemani Cemetery and the Vila Alpina Crematorium. Regarding the methodology adopted, semi-structured interviews were carried out only with funeral service professionals who work directly with the ritualization of the bodies of the dead (funeral agents, administrators, drivers, speedsters, burial workers, cremators), as well as the systematic observation of their routine of work. In this way, the research focused on the way in which such workers are socialized in the guidelines of funeral work: recruitment and division of labor. What was discovered, in this socialization process, is the incorporation of the rational look of the work around the ritualistic funeral practices (the ritualization of death seen from a common place and the body of the deconsecrated dead), which manages to apprehend precisely its loss of meaning for modern society – the dehumanization of funeral ritual (contempt for the dead, loss of family ties). Funeral service professionals, however, humanize themselves in the face of men's alienation from the ritualistic sense of dying in modernity. The representation of the ritualization of death ultimately becomes a reflection on lifeO objetivo desta tese de doutorado é compreender o sentido que os profissionais do serviço funerário atribuem à ritualização da morte enquanto objeto de trabalho do seu cotidiano. Historicamente, os rituais funerários constroem espaços e tempos singulares para absorção normativa da morte, por meio da consagração dos corpos dos mortos, buscando, com isso, reconciliar o homem, abalado com o aniquilamento de seu ser, com o mundo, que naturaliza a morte. Na modernidade, tal sentido imanente do ritual funerário permanece intacto, os mortos continuam sendo velados, sepultados ou cremados, mas o que se pode dizer sobre o sentido da ritualização da morte como a reprodução do seu próprio cotidiano? Não está em jogo a reconciliação do homem com o mundo, mas a sustentação diária da consagração dos mortos por meio da racionalização do trabalho no capitalismo. Para a realização de tal empreitada, foram selecionados cinco locais de trabalho do serviço funerário: Agência Funerária Ideal, motoristas terceirizados, Cemitério de Perus, Cemitério Gethsêmani e o Crematório da Vila Alpina. Com relação à metodologia adotada, foram realizadas entrevistas semiestruturadas apenas com os profissionais do serviço funerário que trabalham diretamente com a ritualização dos corpos dos mortos (agentes funerários, administradores, motoristas, veloristas, sepultadores, cremadores), assim como a observação sistemática de sua rotina de trabalho. Deste modo, a pesquisa se debruçou sobre a maneira como tais trabalhadores são socializados nas diretrizes do trabalho funerário: o recrutamento e a divisão do trabalho. O que se descobriu, neste processo de socialização, é a incorporação do olhar racional do trabalho ao redor das práticas ritualísticas fúnebres (a ritualização da morte vista de um lugar comum e o corpo do morto desconsagrado), que consegue apreender justamente sua perda de sentido para a sociedade moderna – a desumanização do ritual funerário (o desprezo aos mortos, perda dos laços familiares). Os profissionais do serviço funerário, no entanto, se humanizam diante da alienação dos homens ao sentido ritualístico do morrer na modernidade. A representação da ritualização da morte se transforma, em última instância, em uma reflexão sobre a vidaCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPESporPontifícia Universidade Católica de São PauloPrograma de Estudos Pós-Graduados em HistóriaPUC-SPBrasilFaculdade de Ciências SociaisCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIARituais funeráriosRituais de passagemServiço funerárioFunerary ritualsRituals of passageFuneral serviceTrabalho & ritual: o sentido da ritualização da morte para os profissionais do serviço funerárioWork & ritual: the meaning of death ritualization for funeral service professionalsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SPinstname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)instacron:PUC_SPORIGINALVinicius Nascimento Francisco.pdfapplication/pdf768805https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/27243/1/Vinicius%20Nascimento%20Francisco.pdfd335b6b7833c52cb9325a71edfbc87a4MD51TEXTVinicius Nascimento Francisco.pdf.txtVinicius Nascimento Francisco.pdf.txtExtracted texttext/plain350875https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/27243/2/Vinicius%20Nascimento%20Francisco.pdf.txt9402d4109623390ab7f203bcff2216faMD52THUMBNAILVinicius Nascimento Francisco.pdf.jpgVinicius Nascimento Francisco.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1159https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/27243/3/Vinicius%20Nascimento%20Francisco.pdf.jpg47dd1437855ebe921397cb4a92b8df37MD53handle/272432022-08-26 08:40:28.334oai:repositorio.pucsp.br:handle/27243Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://sapientia.pucsp.br/https://sapientia.pucsp.br/oai/requestbngkatende@pucsp.br||rapassi@pucsp.bropendoar:2022-08-26T11:40:28Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)false |
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