A psicanálise nos Centros de Atenção Psicossocial, entre a clínica da singularidade e o trabalho multidisciplinar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Espósito, Bruno
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
Texto Completo: https://tede2.pucsp.br/handle/handle/18740
Resumo: Esta pesquisa teve como principal objetivo a investigação do trabalho psicanalítico no cotidiano de diferentes Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), em São Paulo, na visão de diferentes analistas. Buscou-se compreender como a psicanálise é utilizada como ferramenta, como se articula com os outros saberes e quais as vicissitudes do trabalho analítico nesse âmbito institucional. Parte-se da constatação de que existem múltiplas entradas da psicanálise no âmbito da saúde mental, nem sempre convergentes, e de que não há consenso sobre seu lugar nos serviços substitutivos criados no âmbito da reforma psiquiátrica tal como o CAPS. Dessa maneira, abre-se a possibilidade de pesquisar quais são as marcas da psicanálise que podem ou não contribuir nessa clínica, e quais são as características do ofício analítico no dia-a-dia dessas instituições. A primeira etapa da pesquisa retoma a história da reforma, no contraponto às instituições psiquiátricas tradicionais, e em seguida discute-se as concepções de clínica nos modelos psiquiátrico, psicanalítico e da atenção psicossocial. Mais adiante, nos aproximamos do cotidiano dos serviços através de entrevistas semi-dirigidas à três psicanalistas com inserções distintas no CAPS: uma delas concursada como psicóloga e supervisora, outra diretora de uma unidade e uma terceira na função de supervisora clínico-institucional. Discute-se que a psicanálise pode prestar-se tanto à intervenção junto aos pacientes, como à própria análise da equipe e instituição, pois não é o setting que delimita sua utilização, mas sim uma construção singular das intervenções precedida de uma postura de escuta em que o analista despoja-se do seu saber para poder escutar. Conclui-se que a psicanálise é um dos saberes que contribuem e podem contribuir ao cotidiano dos CAPS, desde que os analistas consigam articular a especificidade de seu ofício com os outros saberes em jogo, como a própria psiquiatria, a terapia ocupacional, a assistência social, etc. A partir da fala das entrevistadas, destaca-se a formação dos profissionais como um dispositivo importante para assegurar a permanente tensão entre o saber particular e o coletivo
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