A erradicação do trabalho escravo contemporâneo no brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP |
Texto Completo: | https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/29141 |
Resumo: | Este trabalho visa analisar a efetividade e a eficácia das políticas de combate à escravidão contemporânea no Brasil, principalmente com o desenvolvimento de programas e aplicação dos mesmos com ênfase crescente como é verificável no ano de 2003, quando foi lançado o Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo. Procura demonstrar que o fenômeno da escravidão, ao contrário do que normalmente se imagina, não é um fenômeno ultrapassado, restrito aos livros de História. A escravidão persiste nos dias atuais, não apenas no Brasil, mas em vários outros países, inclusive entre os países mais desenvolvidos do mundo. Enquanto nas expressões mais antigas da escravidão a pessoa era reduzida à condição de coisa, propriedade do dono, as expressões contemporâneas da escravidão caracterizam-se em situações em que o trabalhador é reduzido, de fato, a condição análoga à de escravo, sendo-lhe suprimido o seu status libertatis através de dívidas ou por meio de outras fraudes, violência ou grave ameaça. A escravidão contemporânea está relacionada à persistente vulneração dos direitos sociais, especialmente - mas não apenas - dos direitos vinculados às assimétricas relações de trabalho no âmbito das sociedades capitalistas. É um problema que não afeta apenas países periféricos, mas, no Brasil, o fenômeno toma maior relevo, pois é agravado por problemas nacionais crônicos e resilientes, como a insuficiência das políticas agrárias, a concentração de renda e a pobreza. A avaliação apresentada neste trabalho indica que o combate à escravidão no Brasil realmente avançou a partir do lançamento do Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo somado a ações propostas pela OIT e mais recentemente a Proposta de Emenda Constitucional voltada a erradicação do trabalho escravo (PEC n.57ª1999); no entanto, persistem, ainda, grandes obstáculos a esse combate, vinculados à ação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Uma parcela das várias metas estabelecidas no Plano está cumprida, outra está parcialmente cumprida, mas algumas metas ainda não foram cumpridas. Defendese, neste trabalho, que a efetiva eliminação da escravidão depende de um projeto coletivo e amplamente popular que contemple, mais do que ações de repressão à prática da escravidão, ações que viabilizem a efetiva reinserção social dos trabalhadores libertados e, sobretudo, que contemplem as demandas dos setores mais debilitados da sociedade, que habitualmente se submetem ao escravismo. O enfrentamento da questão exige pensar um modelo de desenvolvimento mais justo e mais democrático, com políticas eficientes nos campos da geração de emprego e renda e da redução das desigualdades sociais e regionais. A abordagem do tema da escravidão está orientada por uma perspectiva garantista e democrática, participativa, dos direitos sociais, segundo a qual a participação popular é pressuposto de legitimidade, de efetividade e de eficácia das políticas públicas |
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Guimarães, Ricardo Pereira de FreitasFederzoni, Gabriella Caresia2022-10-23T22:59:05Z2022-10-23T22:59:05Z2015-10-19Federzoni, Gabriella Caresia. A erradicação do trabalho escravo contemporâneo no brasil. 2015. Monografia de Especialização (Especialização em Direito do Trabalho) - Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2015.https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/29141Este trabalho visa analisar a efetividade e a eficácia das políticas de combate à escravidão contemporânea no Brasil, principalmente com o desenvolvimento de programas e aplicação dos mesmos com ênfase crescente como é verificável no ano de 2003, quando foi lançado o Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo. Procura demonstrar que o fenômeno da escravidão, ao contrário do que normalmente se imagina, não é um fenômeno ultrapassado, restrito aos livros de História. A escravidão persiste nos dias atuais, não apenas no Brasil, mas em vários outros países, inclusive entre os países mais desenvolvidos do mundo. Enquanto nas expressões mais antigas da escravidão a pessoa era reduzida à condição de coisa, propriedade do dono, as expressões contemporâneas da escravidão caracterizam-se em situações em que o trabalhador é reduzido, de fato, a condição análoga à de escravo, sendo-lhe suprimido o seu status libertatis através de dívidas ou por meio de outras fraudes, violência ou grave ameaça. A escravidão contemporânea está relacionada à persistente vulneração dos direitos sociais, especialmente - mas não apenas - dos direitos vinculados às assimétricas relações de trabalho no âmbito das sociedades capitalistas. É um problema que não afeta apenas países periféricos, mas, no Brasil, o fenômeno toma maior relevo, pois é agravado por problemas nacionais crônicos e resilientes, como a insuficiência das políticas agrárias, a concentração de renda e a pobreza. A avaliação apresentada neste trabalho indica que o combate à escravidão no Brasil realmente avançou a partir do lançamento do Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo somado a ações propostas pela OIT e mais recentemente a Proposta de Emenda Constitucional voltada a erradicação do trabalho escravo (PEC n.57ª1999); no entanto, persistem, ainda, grandes obstáculos a esse combate, vinculados à ação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Uma parcela das várias metas estabelecidas no Plano está cumprida, outra está parcialmente cumprida, mas algumas metas ainda não foram cumpridas. Defendese, neste trabalho, que a efetiva eliminação da escravidão depende de um projeto coletivo e amplamente popular que contemple, mais do que ações de repressão à prática da escravidão, ações que viabilizem a efetiva reinserção social dos trabalhadores libertados e, sobretudo, que contemplem as demandas dos setores mais debilitados da sociedade, que habitualmente se submetem ao escravismo. O enfrentamento da questão exige pensar um modelo de desenvolvimento mais justo e mais democrático, com políticas eficientes nos campos da geração de emprego e renda e da redução das desigualdades sociais e regionais. A abordagem do tema da escravidão está orientada por uma perspectiva garantista e democrática, participativa, dos direitos sociais, segundo a qual a participação popular é pressuposto de legitimidade, de efetividade e de eficácia das políticas públicasporPontifícia Universidade Católica de São PauloEspecialização em Direito do TrabalhoPUC-SPBrasilFaculdade de DireitoCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::DIREITO::DIREITO PRIVADO::DIREITO DO TRABALHOEscravidãoCidadaniaDireitos sociaisPolíticas públicasA erradicação do trabalho escravo contemporâneo no brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SPinstname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)instacron:PUC_SPORIGINALGabriella Caresia Federzoni.pdfapplication/pdf1400270https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/29141/1/Gabriella%20Caresia%20Federzoni.pdff2c667da77a207982c2979df931e3998MD51TEXTGabriella Caresia Federzoni.pdf.txtGabriella Caresia Federzoni.pdf.txtExtracted texttext/plain643805https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/29141/2/Gabriella%20Caresia%20Federzoni.pdf.txt7c07f3dcee7b2991c8ee1d8fab3b523aMD52THUMBNAILGabriella Caresia Federzoni.pdf.jpgGabriella Caresia Federzoni.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1152https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/29141/3/Gabriella%20Caresia%20Federzoni.pdf.jpg531dec51f502fe7f23263b3e8b907f36MD53handle/291412022-10-24 01:03:14.7oai:repositorio.pucsp.br:handle/29141Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://sapientia.pucsp.br/https://sapientia.pucsp.br/oai/requestbngkatende@pucsp.br||rapassi@pucsp.bropendoar:2022-10-24T04:03:14Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)false |
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Este trabalho visa analisar a efetividade e a eficácia das políticas de combate à escravidão contemporânea no Brasil, principalmente com o desenvolvimento de programas e aplicação dos mesmos com ênfase crescente como é verificável no ano de 2003, quando foi lançado o Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo. Procura demonstrar que o fenômeno da escravidão, ao contrário do que normalmente se imagina, não é um fenômeno ultrapassado, restrito aos livros de História. A escravidão persiste nos dias atuais, não apenas no Brasil, mas em vários outros países, inclusive entre os países mais desenvolvidos do mundo. Enquanto nas expressões mais antigas da escravidão a pessoa era reduzida à condição de coisa, propriedade do dono, as expressões contemporâneas da escravidão caracterizam-se em situações em que o trabalhador é reduzido, de fato, a condição análoga à de escravo, sendo-lhe suprimido o seu status libertatis através de dívidas ou por meio de outras fraudes, violência ou grave ameaça. A escravidão contemporânea está relacionada à persistente vulneração dos direitos sociais, especialmente - mas não apenas - dos direitos vinculados às assimétricas relações de trabalho no âmbito das sociedades capitalistas. É um problema que não afeta apenas países periféricos, mas, no Brasil, o fenômeno toma maior relevo, pois é agravado por problemas nacionais crônicos e resilientes, como a insuficiência das políticas agrárias, a concentração de renda e a pobreza. A avaliação apresentada neste trabalho indica que o combate à escravidão no Brasil realmente avançou a partir do lançamento do Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo somado a ações propostas pela OIT e mais recentemente a Proposta de Emenda Constitucional voltada a erradicação do trabalho escravo (PEC n.57ª1999); no entanto, persistem, ainda, grandes obstáculos a esse combate, vinculados à ação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Uma parcela das várias metas estabelecidas no Plano está cumprida, outra está parcialmente cumprida, mas algumas metas ainda não foram cumpridas. Defendese, neste trabalho, que a efetiva eliminação da escravidão depende de um projeto coletivo e amplamente popular que contemple, mais do que ações de repressão à prática da escravidão, ações que viabilizem a efetiva reinserção social dos trabalhadores libertados e, sobretudo, que contemplem as demandas dos setores mais debilitados da sociedade, que habitualmente se submetem ao escravismo. O enfrentamento da questão exige pensar um modelo de desenvolvimento mais justo e mais democrático, com políticas eficientes nos campos da geração de emprego e renda e da redução das desigualdades sociais e regionais. A abordagem do tema da escravidão está orientada por uma perspectiva garantista e democrática, participativa, dos direitos sociais, segundo a qual a participação popular é pressuposto de legitimidade, de efetividade e de eficácia das políticas públicas |
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