As marcas argumentativas das resenhas de CDs da Revista Rolling Stone Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Carlos Alessandro de M
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/36775
Resumo: O tema desta monografia são as marcas argumentativas identificadas na seção de resenhas de CDs da revista Rolling Stone Brasil. Ao falar de argumentação, é possível pensar em convencimento ou persuasão a qualquer custo, conceito que, após o primeiro contato com o assunto, cai por terra. Argumentar é convencer numa interação social em que o emissor tem de andar na mesma direção de sua audiência. Como diz o professor Antônio Suárez Abreu (2008), é vencer com o outro por meio de técnicas que removam os obstáculos que impedem o consenso. Já a persuasão é uma forma de relação em que predomina a preocupação com o receptor, a compreensão dos anseios e das emoções dele. Fala diretamente ao coração. A investigação proposta é, grosso modo, discriminar os operadores dotados dessas características e usados com mais frequência pelos jornalistas da crônica musical. Na produção desses textos, em que medida informação e opinião se intercalam? Quando a informação está impregnada de valor retórico? De que forma narração, descrição e injunção dão suporte à argumentação? Quais são as classes de palavras mais utilizadas? As respostas para essas questões estão diluídas ao longo das páginas seguintes. Em sentido amplo, este trabalho corrobora a visão da linguística acerca da argumentatividade. A professora Ingedore G. Villaça Koch (1987) sustenta que o homem, como ser dotado de razão e vontade, está constantemente avaliando, julgando, criticando e formando seus juízos de valor. E, por meio do discurso, que é uma ação verbal dotada de intencionalidade, tenta fazer o outro compartilhar de suas opiniões na relação social estabelecida rotineiramente. É por esse motivo, de acordo com ela, que o ato de argumentar, de orientar o discurso no sentido de determinadas conclusões, constitui o ato linguístico fundamental. Esta monografia também mostra que a argumentação funciona como elemento coesivo para embelezar o discurso e tornar sua adesão mais fácil. Entre os objetivos específicos, destaca-se a tentativa de ajudar jovens redatores e estudantes de variadas áreas a enxergar, com mais nitidez, os caminhos retóricos percorridos por uma equipe de jornalistas experientes e especializados no setor. Após ler estas considerações, talvez os candidatos a produtores desse gênero de texto tenham parte de suas dúvidas básicas a respeito da elaboração de resenhas esclarecida, elevando a importância deste trabalho. Para isso, realizou-se um acompanhamento minucioso de todas as resenhas publicadas durante um semestre na revista musical Rolling Stone, uma das mais respeitadas, conceituadas e tradicionais do mundo, características que justificam o fato de ela ser o alvo deste estudo. Cada uma das edições pesquisadas trouxe, em média, a análise de 20 discos. Desse universo, foram escolhidos, propositalmente, os álbuns que obtiveram as melhores e piores avaliações (maiores e menores notas) para elucidar como são percorridos os caminhos opostos. Entretanto, a maior parte do material, estabelecida numa posição intermediária, foi selecionada de forma aleatória. Afora levantar os recursos argumentativos empregados, foram identificadas as sequências estabelecidas. É respeitada uma ordem fixa, como apresentação da obra, do artista, da proposta e avaliação; ou tudo é feito sem conceitos predeterminados? A resposta, encontrada na conclusão, causa prejuízo ao entendimento do público-alvo, desvirtua a identidade editorial da revista ou, ao contrário, enriquece a leitura e o próprio universo da publicação? A investigação parte de uma visão histórica do tema e, até chegar ao ponto culminante, passa por uma abordagem reflexiva sobre signos típicos do meio musical. Como em qualquer métier, o segmento está impregnado de palavras, expressões, jargões que, se não forem conhecidos, não permitem o ingresso do leitor no ambiente, tornando-o hermético e desinteressante. Verificou-se, porém, que os jornalistas sabem em que terreno pisam e conhecem bem as pessoas com quem “dialogam”. Não economizam, assim, no emprego de vocábulos e dados técnicos que gerariam desconforto em outras “plateias”. Ao longo das próximas páginas, será possível perceber dois estilos de produção. De um lado, estão os profissionais que se apegam à sutileza (às vezes, fazendo uso de uma argumentação que flerta discretamente com a dissimulação e a ironia) para demonstrar o porquê de seu raciocínio; do outro, posicionam-se os jornalistas mais incisivos. Suas considerações, entremeadas de adjetivos “cortantes”, são taxativas. Independentemente do que afirmam, argumentam de forma válida e, portanto, merecem atenção nesta pesquisa, que tenta rastrear os fios condutores dessa modalidade de texto que garante a sobrevivência do próprio homem, como sustentam alguns dos autores mencionados mais adiante
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Como diz o professor Antônio Suárez Abreu (2008), é vencer com o outro por meio de técnicas que removam os obstáculos que impedem o consenso. Já a persuasão é uma forma de relação em que predomina a preocupação com o receptor, a compreensão dos anseios e das emoções dele. Fala diretamente ao coração. A investigação proposta é, grosso modo, discriminar os operadores dotados dessas características e usados com mais frequência pelos jornalistas da crônica musical. Na produção desses textos, em que medida informação e opinião se intercalam? Quando a informação está impregnada de valor retórico? De que forma narração, descrição e injunção dão suporte à argumentação? Quais são as classes de palavras mais utilizadas? As respostas para essas questões estão diluídas ao longo das páginas seguintes. Em sentido amplo, este trabalho corrobora a visão da linguística acerca da argumentatividade. A professora Ingedore G. Villaça Koch (1987) sustenta que o homem, como ser dotado de razão e vontade, está constantemente avaliando, julgando, criticando e formando seus juízos de valor. E, por meio do discurso, que é uma ação verbal dotada de intencionalidade, tenta fazer o outro compartilhar de suas opiniões na relação social estabelecida rotineiramente. É por esse motivo, de acordo com ela, que o ato de argumentar, de orientar o discurso no sentido de determinadas conclusões, constitui o ato linguístico fundamental. Esta monografia também mostra que a argumentação funciona como elemento coesivo para embelezar o discurso e tornar sua adesão mais fácil. Entre os objetivos específicos, destaca-se a tentativa de ajudar jovens redatores e estudantes de variadas áreas a enxergar, com mais nitidez, os caminhos retóricos percorridos por uma equipe de jornalistas experientes e especializados no setor. Após ler estas considerações, talvez os candidatos a produtores desse gênero de texto tenham parte de suas dúvidas básicas a respeito da elaboração de resenhas esclarecida, elevando a importância deste trabalho. Para isso, realizou-se um acompanhamento minucioso de todas as resenhas publicadas durante um semestre na revista musical Rolling Stone, uma das mais respeitadas, conceituadas e tradicionais do mundo, características que justificam o fato de ela ser o alvo deste estudo. Cada uma das edições pesquisadas trouxe, em média, a análise de 20 discos. Desse universo, foram escolhidos, propositalmente, os álbuns que obtiveram as melhores e piores avaliações (maiores e menores notas) para elucidar como são percorridos os caminhos opostos. Entretanto, a maior parte do material, estabelecida numa posição intermediária, foi selecionada de forma aleatória. Afora levantar os recursos argumentativos empregados, foram identificadas as sequências estabelecidas. 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Ao longo das próximas páginas, será possível perceber dois estilos de produção. De um lado, estão os profissionais que se apegam à sutileza (às vezes, fazendo uso de uma argumentação que flerta discretamente com a dissimulação e a ironia) para demonstrar o porquê de seu raciocínio; do outro, posicionam-se os jornalistas mais incisivos. Suas considerações, entremeadas de adjetivos “cortantes”, são taxativas. Independentemente do que afirmam, argumentam de forma válida e, portanto, merecem atenção nesta pesquisa, que tenta rastrear os fios condutores dessa modalidade de texto que garante a sobrevivência do próprio homem, como sustentam alguns dos autores mencionados mais adianteporPontifícia Universidade Católica de São PauloEspecialização em Língua PortuguesaPUC-SPBrasilFaculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e ArtesCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LINGUA PORTUGUESAAs marcas argumentativas das resenhas de CDs da Revista Rolling Stone Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SPinstname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)instacron:PUC_SPORIGINALCARLOS ALESSANDRO DE M. 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