Modernidade e virtualização da autoridade: discursos, sociedade e tipografia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Castro, Julio Cesar Lemes de
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
Texto Completo: https://tede2.pucsp.br/handle/handle/5203
Resumo: This work shows that the advent of modernity corresponds to structural changes in the status of authority and in the status of knowledge, which draw on the fundamental support of the first big modern medium, printing. The theoretical axis is Lacan s matrix of four discourses (master, university, hysteric and analyst), understood as essential kinds of social bonds. Based on this matrix, the thesis defines the rise of modernity as a hegemony shift, from the master discourse to the university discourse. This implies a virtualization of authority: the retraction of the master-signifier (S1), as an authority figure (the feudal lord, God, the king, the father), in favour of the signifying chain (S2), as a function of authority (market, nature s laws, bureaucracy). This change, which can be expressed alternatively as a valorization of knowledge (another way to define S2), is examined in various areas. The ascension of the capitalist way of prodution emphasizes contractual relationships over explicit power relationships and market value over use value (Marx). Printing provides capitalism with the first example of mass product, the book; the first example of programmed obsolescence, the newspaper; and basic printed materials like currency paper and tools for accounting and bureaucratic control. The closed and hyerarchic Ptolemaic system gives way to the infinite and mathematized space of modern science (Koyré). The first corresponds to the paradigm of sphere, the second to the metaphor of the book of nature. The Reformation, whose onset constitutes, to a great degree, a media phenomenon, replaces the circular and repetitive time of medieval Christianism for the linear and cumulative time of Protestant Ethics (Weber). In the political realm, the passage occurs between the conception of the king s two bodies (Kantorowicz), which characterizes monarchical absolutism, and the conception of the empty place of power (Lefort), which characterizes bourgeois democracy. In order to formulate, to develop and to promote its triumphant ideology, the bourgeoisie needs free press. The emergence of the conjugal family (Durkheim) leads to the decline of the paternal figure and to the outsourcing of his function, involving institutions (such as school) and knowledge anchored by printed culture. Covering a period defined here as the first modernity (1500-1850), in connection with printing, this research will be followed, in the future, by analyses of the second modernity (1850-1970), in connection with photography, movies, radio and television, and the third modernity (from 1970 onward), in connection with the Internet, keeping the same theoretical axis
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spelling Santaella, Luciahttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798261E0Castro, Julio Cesar Lemes de2016-04-26T18:17:55Z2009-06-012009-05-11Castro, Julio Cesar Lemes de. Modernidade e virtualização da autoridade: discursos, sociedade e tipografia. 2009. 259 f. Tese (Doutorado em Comunicação) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2009.https://tede2.pucsp.br/handle/handle/5203This work shows that the advent of modernity corresponds to structural changes in the status of authority and in the status of knowledge, which draw on the fundamental support of the first big modern medium, printing. The theoretical axis is Lacan s matrix of four discourses (master, university, hysteric and analyst), understood as essential kinds of social bonds. Based on this matrix, the thesis defines the rise of modernity as a hegemony shift, from the master discourse to the university discourse. This implies a virtualization of authority: the retraction of the master-signifier (S1), as an authority figure (the feudal lord, God, the king, the father), in favour of the signifying chain (S2), as a function of authority (market, nature s laws, bureaucracy). This change, which can be expressed alternatively as a valorization of knowledge (another way to define S2), is examined in various areas. The ascension of the capitalist way of prodution emphasizes contractual relationships over explicit power relationships and market value over use value (Marx). Printing provides capitalism with the first example of mass product, the book; the first example of programmed obsolescence, the newspaper; and basic printed materials like currency paper and tools for accounting and bureaucratic control. The closed and hyerarchic Ptolemaic system gives way to the infinite and mathematized space of modern science (Koyré). The first corresponds to the paradigm of sphere, the second to the metaphor of the book of nature. The Reformation, whose onset constitutes, to a great degree, a media phenomenon, replaces the circular and repetitive time of medieval Christianism for the linear and cumulative time of Protestant Ethics (Weber). In the political realm, the passage occurs between the conception of the king s two bodies (Kantorowicz), which characterizes monarchical absolutism, and the conception of the empty place of power (Lefort), which characterizes bourgeois democracy. In order to formulate, to develop and to promote its triumphant ideology, the bourgeoisie needs free press. The emergence of the conjugal family (Durkheim) leads to the decline of the paternal figure and to the outsourcing of his function, involving institutions (such as school) and knowledge anchored by printed culture. Covering a period defined here as the first modernity (1500-1850), in connection with printing, this research will be followed, in the future, by analyses of the second modernity (1850-1970), in connection with photography, movies, radio and television, and the third modernity (from 1970 onward), in connection with the Internet, keeping the same theoretical axisEste trabalho mostra que o surgimento da modernidade corresponde a mudanças estruturais no estatuto da autoridade e no estatuto do saber, para as quais é fundamental o concurso da primeira grande mídia moderna, a tipografia. O eixo teórico é o esquema dos quatro discursos (do senhor, da universidade, da histeria e do analista) de Lacan, entendidos como as modalidades primaciais de laço social. Com base nesse esquema, a tese define o advento da modernidade como uma mudança de hegemonia, do discurso do senhor para o da universidade. Isso implica uma virtualização da autoridade: a retração do significante-mestre (S1), enquanto figura de autoridade (o senhor feudal, Deus, o rei, o pai), em prol da cadeia significante (S2), enquanto função de autoridade (o mercado, as leis da natureza, a burocracia). Essa mudança, que pode ser enunciada alternativamente como uma valorização do saber (outra maneira de definir S2), é examinada em várias áreas. A ascensão do modo de produção capitalista privilegia as relações contratuais sobre as relações explícitas de poder e o valor mercantil sobre o valor de uso (Marx). A tipografia fornece ao capitalismo o primeiro modelo de produto em massa, o livro; o primeiro modelo de obsolescência programada, o jornal; e materiais impressos básicos como o papel-moeda e os instrumentos de controle contábil e burocrático. O mundo fechado e hierarquizado do cosmos ptolomaico dá lugar ao espaço infinito e matematizado da ciência moderna (Koyré). O primeiro corresponde ao paradigma da esfera, o segundo à metáfora do livro da natureza. A Reforma, cuja eclosão constitui numa boa medida um fenômeno midiático, substitui o tempo circular e repetitivo do cristianismo medieval pelo tempo linear e cumulativo da ética protestante (Weber). No plano político, a passagem se dá entre a concepção dos dois corpos do rei (Kantorowicz), que caracteriza o absolutismo monárquico, e a do lugar vazio do poder (Lefort), que caracteriza a democracia burguesa. A liberdade de imprensa é crucial para a burguesia formular, desenvolver e promover sua ideologia triunfante. A emergência do modelo de família conjugal (Durkheim), que leva ao declínio da figura paterna, é acompanhada pela terceirização da função paterna, que implica instituições (como a escola) e conhecimentos ancorados na cultura impressa. Cobrindo um período aqui definido como primeira modernidade (1500-1850), em relação com a tipografia, esta pesquisa terá continuidade, futuramente, com análises da segunda modernidade (1850-1970), em relação com a fotografia, o cinema, o rádio e a televisão, e da terceira modernidade (a partir de 1970), em relação com a Internet, mantendo o eixo teóricoapplication/pdfhttp://tede2.pucsp.br/tede/retrieve/14091/Julio%20Cesar%20Lemes%20de%20Castro.pdf.jpgporPontifícia Universidade Católica de São PauloPrograma de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e SemióticaPUC-SPBRComunicaçãoModernidadeSaberTipografiaLacanLacan, Jacques -- 1901-1981Analise do discursoAutoridadeErudicaoImpressaoModernismoModernityAuthorityKnowledgePrintingDiscourseCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAOModernidade e virtualização da autoridade: discursos, sociedade e tipografiainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SPinstname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)instacron:PUC_SPTEXTJulio Cesar Lemes de Castro.pdf.txtJulio Cesar Lemes de Castro.pdf.txtExtracted texttext/plain576081https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/5203/3/Julio%20Cesar%20Lemes%20de%20Castro.pdf.txt643176baa1a406284e9637abd83109aeMD53ORIGINALJulio Cesar Lemes de Castro.pdfapplication/pdf1712113https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/5203/1/Julio%20Cesar%20Lemes%20de%20Castro.pdf5dc9033999d8765f896a1402df0fb988MD51THUMBNAILJulio Cesar Lemes de Castro.pdf.jpgJulio Cesar Lemes de Castro.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg3833https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/5203/2/Julio%20Cesar%20Lemes%20de%20Castro.pdf.jpgab6503ba920153561fd253c98b3777bdMD52handle/52032022-04-28 19:24:12.218oai:repositorio.pucsp.br:handle/5203Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://sapientia.pucsp.br/https://sapientia.pucsp.br/oai/requestbngkatende@pucsp.br||rapassi@pucsp.bropendoar:2022-04-28T22:24:12Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)false
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