O cabelo enquanto significante de destaque na construção subjetiva e identitária de feminilidades no Brasil

• Autor(a) principal: Mortoza, Gabriela Draibe
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/26279
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Cabelo; Feminilidades; Branquitude

O presente trabalho pretendeu investigar o cabelo enquanto significante social de relevância na construção subjetiva e identitária de feminilidades no contexto brasileiro. Assim, o objetivo central desta pesquisa foi construir uma investigação acerca de sentidos e significados que os cabelos podem assumir, considerando diferentes experiências do ser mulher no Brasil. Para tal, elegeu-se o modelo da pesquisa qualitativa, fazendo uso da entrevista semiestruturada como instrumento de estudo. Foram entrevistadas duas mulheres, Dandara e Camila. A primeira é identificada racialmente na negritude, enquanto a segunda é identificada racialmente na branquitude. Ambas as participantes têm 23 anos, estão inseridas em contextos de classe média-alta e estão no último ano da graduação. Considerando o contexto pandêmico da COVID-19, as entrevistas foram realizadas virtualmente. A partir de leituras sucessivas das entrevistas concedidas, foram obtidos os resultados, que foram discutidos em análise temática à luz da revisão bibliográfica realizada acerca do tema em questão. Foi possível verificar como o cabelo se constitui como significante corporal de potência única, muitas vezes materializando o tensionamento das tramas e conflitos envolvidos nas experiências de Dandara como mulher negra e de Camila como mulher branca no contexto brasileiro. Sendo assim, ao se colocar em pauta suas histórias com seus respectivos cabelos, também se colocou em questão atravessamentos de impacto subjetivo e identitário para as entrevistadas, com destaque para o machismo e o racismo, apontando para uma discussão que abarcou a interseccionalidade entre questões de gênero e questões raciais. Para além disso, a partir dos relatos também foi possível observar como as participantes se mobilizaram e se (re)organizaram identitária e subjetivamente, em relação dialética com o que circula hegemonicamente no âmbito social