Do pai ao filho: perplexidade e experiência na construção da subjetividade narrativa em Lavoura arcaica

• Autor(a) principal: Pancotto, André Luiz
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/31317
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA COMPARADA; Narrativa; Linguagem; Subjetividade; Transformação; Lavoura Arcaica

O presente trabalho investiga os mecanismos de construção estética dos discursos das personagens do romance Lavoura Arcaica,de Raduan Nassar, e como tal construção opera a subjetividade do romance. A linguagem é elaborada a partir da relação opositiva dos discursos do pai e do filho desenvolvidos na narrativa, o que culmina no movimento transformativo do discurso enquanto herança através do choque das vozes dos narradores. Para tal investigação, se fez necessário a busca dos mecanismos da linguagem como construção, reflexo e materialização da relação pai-filho. Também, a análise da construção das personagens por meio da percepção dialógica do texto literário, que busca estabelecer o confronto como formador da enunciação narrativa. No romance, a voz do protagonista nega o discurso fechado e concluso do patriarca para expor suas incertezas, o que ocasiona a ruptura entre a narrativa exemplar do pai e de seus modelos de existência para dar lugar ao discurso libertário do filho. Enquanto o pai assume a figura do narrador tradicional, veiculador da experiência, o filho se aproxima da vivência própria da narrativa na modernidade, diretriz que atravessa sua perplexidade (Walter Benjamin, 2008). Assim, o protagonista reelabora o discurso paterno ao trazer o presente para o corpo de uma narrativa assentada no passado exemplificador. André busca a construção de sua consciência através do confronto que estabelece com as demais vozes textuais. Desta forma, a voz do protagonista está em contato íntimo com as narrativas formadoras do pai, o que faz da herança objeto de transformação. É a busca da construção da consciência do protagonista que determina o caráter subjetivo do romance Lavoura Arcaica