Marx e a decomposição das formas da existência histórico-social: a alienação como expressão objetiva da violência do capital contra a subjetividade humana nos manuscritos econômico-filosóficos e sobre o suicídio (1844-1846)

• Autor(a) principal: Ladeira, Gabriel de Oliveira
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/42409
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA; Karl Marx; Manuscritos econômico-filosóficos; Peuchet: Sobre o suicídio; Alienação; Estranhamento; suicídio; Capitalismo; Miséria espiritual; Subjetividade

O presente trabalho objetiva um breve estudo inicial de síntese comparativa e teórica de duas obras marxianas, denominadas Manuscritos Econômico-filosóficos (1844) e Peuchet: Sobre o Suicídio (1846) — elaboradas durante os anos formativos do sistema de pensamento original de Marx. Este esforço se dará mediante à análise imanente de parte do conteúdo das obras, dialogando também com outros textos marxianos e marxistas conectados à discussão objetivada, visando à demonstração do vínculo inextrincável entre ambas através da teoria marxiana da alienação — tanto do ponto de vista de sua localização no contexto histórico e intelectual de Marx quanto das proposituras teóricas que o autor deixou em suas páginas — e a proposição de breves reflexões sobre a natureza das alterações de Marx nos escritos de Jacques Peuchet sobre o suicídio e o sentido resultante delas. Paralelamente às suas críticas ontológicas da politicidade e da filosofia especulativa, Marx iniciou e aprofundou, a partir de 1844, os estudos que inauguram uma forma originalmente marxiana de análise e que resultariam, décadas mais tarde, em sua crítica da economia política — debruçando-se sobre o extenso terreno da sociedade civil em sua totalidade, e, calcado na Ciência da História, tecendo análises de dimensões igualmente amplas e abrangentes sobre os modos de produção e reprodução da vida humana, ponto em que aparece a teoria da alienação. Dois anos depois (1846), Marx traduziu para o alemão trechos das memórias de Jacques Peuchet que analisam o fenômeno do suicídio a partir de casos ocorridos em Paris, adicionando comentários próprios que alteram radicalmente o sentido das inferências originais, imprimindo, consequentemente, marcas suas nas considerações de Peuchet e expressando, ali, avaliações autografas sobre temas pouco estudados em seus escritos. Propomos que uma leitura conjunta dessas obras tem potencial para fornecer ferramentas teóricas ímpares para a compreensão do vínculo dos modos de vida forjados pelo sócio-metabolismo do capital — com sua agressão objetiva contra a subjetividade humana — com uma crescente miséria espiritual, e buscaremos localizar o trabalho nessa relação