Autor[izar-se]: subjetivação e literatura pela obra de Maura Lopes Cançado
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP |
Texto Completo: | https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/24049 |
Resumo: | The encounter with the writing of Maura Lopes Cançado is largely marked by a hyperpersonification of the author, which produces a depotentializing noise from the literary experience. Generated by the self-referential marks present in the texts, as well as by the specificity or eccentricity of the identity roles attributed to them in life: that of vain and immoral woman, that of madwoman, that of criminal, etc. Filters that stand in the way of reading and threaten to turn texts into mere revelation indices, appendix to the author character. A condition present in the act of reading, and also in the act of writing, in which the eagerness to report itself constitutes the self, as a responsive, recognizable and socially accepted subject. The concept of authorship thus overflows from the specific territory of aesthetics to the ethical regime of interpellation, reveals itself as a mode of subjectivation. But what are the criteria, which truth regime dictates the norms for being considered a subject? The metaphysical heritage, establishing truth as a presence, privileges being over becoming and excludes plurality as a signifier, everything that does not permanently crystallize. In this order of discourse, the univocity of voices, difference, has to be overcome by identity and semantic logic. Grounded in this ground of selfreferentiality, contemporary literature can create a field of tension between the poles of dominant capitalist narcissism and the criticism of the subject of truth. After all, when it inserts it in fiction, it discredits, as it were, this coherent, monolithic subject. Opening possible outlets for the desert of consciousness. The fabulous skill - as invisible as inherent in language - it works intensively, affectionately, by explaining the space between the shackles of discourses, of orders of ways of life. Fiction can be a potent tool in this authoring exercise. Escaping both the narcissistic, hyperpersonal statement and the aphonia of the a-personal, opening impersonal ground for difference to take a place |
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Rolnik, Suely Belinhahttp://lattes.cnpq.br/3684984980352137Graglia, Juliana Guida Vieira2021-11-23T21:16:27Z2021-11-23T21:16:27Z2020-05-14Graglia, Juliana Guida Vieira. Autor[izar-se]: subjetivação e literatura pela obra de Maura Lopes Cançado. 2020. Dissertação (Mestrado em Psicologia: Psicologia Clínica) - Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia: Psicologia Clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2020.https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/24049The encounter with the writing of Maura Lopes Cançado is largely marked by a hyperpersonification of the author, which produces a depotentializing noise from the literary experience. Generated by the self-referential marks present in the texts, as well as by the specificity or eccentricity of the identity roles attributed to them in life: that of vain and immoral woman, that of madwoman, that of criminal, etc. Filters that stand in the way of reading and threaten to turn texts into mere revelation indices, appendix to the author character. A condition present in the act of reading, and also in the act of writing, in which the eagerness to report itself constitutes the self, as a responsive, recognizable and socially accepted subject. The concept of authorship thus overflows from the specific territory of aesthetics to the ethical regime of interpellation, reveals itself as a mode of subjectivation. But what are the criteria, which truth regime dictates the norms for being considered a subject? The metaphysical heritage, establishing truth as a presence, privileges being over becoming and excludes plurality as a signifier, everything that does not permanently crystallize. In this order of discourse, the univocity of voices, difference, has to be overcome by identity and semantic logic. Grounded in this ground of selfreferentiality, contemporary literature can create a field of tension between the poles of dominant capitalist narcissism and the criticism of the subject of truth. After all, when it inserts it in fiction, it discredits, as it were, this coherent, monolithic subject. Opening possible outlets for the desert of consciousness. The fabulous skill - as invisible as inherent in language - it works intensively, affectionately, by explaining the space between the shackles of discourses, of orders of ways of life. Fiction can be a potent tool in this authoring exercise. Escaping both the narcissistic, hyperpersonal statement and the aphonia of the a-personal, opening impersonal ground for difference to take a placeO encontro com a escritura de Maura Lopes Cançado é, em grande parte, marcado por uma hiperpersonificação da autora, que produz um ruído despotencializante da experiência literária. Gerado tanto pelas marcas autorreferenciais presentes nos textos, quanto pela especificidade ou excentricidade dos papeis identitários que lhe foram atribuídos em vida: o de mulher vaidosa e imoral, o de louca, o de criminosa, etc. Filtros que se interpõe à leitura e ameaçam verter os textos em meros índices de revelação, apêndice à personagem autoral. Condição presente no ato da leitura e, também no ato da escrita, em que está explicita a ânsia de, ao relatar a si mesma, constituir a si mesma, enquanto sujeito responsivo, reconhecível e aceito socialmente. O conceito de autoria, assim, transborda do território específico da estética até o regime ético da interpelação, revela-se como modo de subjetivação. Mas, quais são os critérios, qual regime de verdade dita as normas para se ser considerado um sujeito? A herança metafísica, instauradora da verdade enquanto presença, privilegia o ser ao devir e excluí como a-significante a pluralidade, tudo o que não se cristaliza em permanência. Nesta ordem do discurso, a univocidade das vozes, diferença, tem de ser superada pela identidade e pela lógica semântica. Fincada nesse solo da autorreferencialidade, a literatura contemporânea pode criar um campo de tensão entre os polos do narcisismo capitalista dominante e da crítica do sujeito da verdade. Afinal, quando o insere na ficção, descredibiliza, por assim dizer, este sujeito coerente, monolítico. Abrindo possíveis vias de escoamento do deserto da consciência. A habilidade fabuladora – tão invisibilizada quanto inerente à linguagem –, funciona intensiva, afetivamente, explicitando o espaço entre as amarras dos discursos, das ordens dos modos de vida. A ficção pode ser ferramenta potente nesse exercício de autor[izar-se]. Escapando tanto da afirmação narcisista, hiperpessoal quanto da afonia do a-pessoal, abrindo, pela impessoalidade, um terreno para que a diferença aconteçaCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPESporPontifícia Universidade Católica de São PauloPrograma de Estudos Pós-Graduados em Psicologia: Psicologia ClínicaPUC-SPBrasilFaculdade de Ciências Humanas e da SaúdeCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIAAutoriaSubjetividade na literaturaCançado, Maura Lopes [1930-1993]AuthorshipSubjectivity in literatureAutor[izar-se]: subjetivação e literatura pela obra de Maura Lopes Cançadoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SPinstname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)instacron:PUC_SPORIGINALJuliana Guida Vieira Graglia.pdfapplication/pdf2719851https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/24049/1/Juliana%20Guida%20Vieira%20Graglia.pdfed086ddc3d0314d48183bad7a89543eaMD51TEXTJuliana Guida Vieira Graglia.pdf.txtJuliana Guida Vieira Graglia.pdf.txtExtracted texttext/plain196035https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/24049/2/Juliana%20Guida%20Vieira%20Graglia.pdf.txt3b1ed03cc2451d2e20d23e411fe524dbMD52THUMBNAILJuliana Guida Vieira Graglia.pdf.jpgJuliana Guida Vieira Graglia.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1154https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/24049/3/Juliana%20Guida%20Vieira%20Graglia.pdf.jpg121ba4b1e37264754d390261071a0928MD53handle/240492022-03-29 08:24:06.521oai:repositorio.pucsp.br:handle/24049Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://sapientia.pucsp.br/https://sapientia.pucsp.br/oai/requestbngkatende@pucsp.br||rapassi@pucsp.bropendoar:2022-03-29T11:24:06Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)false |
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