Humor e ironia em O crime do padre Amaro de Eça de Queirós

• Autor(a) principal: Otelac, Elizabeth de Araújo
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/29468
• topic: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA COMPARADA; Humor; Ironia; Eça

O presente estudo, que tem por base a análise do humor e da ironia em O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós, visa discutir o recurso não mais como mero instrumento da crítica queirosiana, mas como elemento que propicia interação entre autor e leitor, contribuindo para que se forme, ao longo do romance, uma leitura prazerosa. Não contestando a crítica que considera o humor queirosiano elemento próprio para sua sátira mordaz, este trabalho apresenta a hipótese de, além da já discutida e reiterada concepção do humor queirosiano servir à sua crítica ferina, este recurso também poder conferir à obra certa leveza, propiciando momentos em que se faz uma pausa do caráter moralizador, quase pedagógico que caracteriza o Realismo, para se construir um universo paralelo menos inóspito. Na tentativa de sustentar tal hipótese, os capítulos trabalham aspectos necessários a esse propósito. O primeiro capítulo busca situar Eça em seu tempo e revelar como ele procura cumprir com os preceitos realistas. O segundo capítulo busca em Georges Bataille, Henry Bergson, Mikhail Bakhtin, Ian Watt, Antonio Candido e Leila Parreira Duarte, além de algumas considerações de Aristóteles, a fundamentação teórica que sirva de subsídio para defendermos a viabilidade da hipótese apresentada. O cerne do trabalho está no capítulo três, com vários subitens, na tentativa de explicar como o humor se constrói na obra, de que estratégias o autor se vale para explorar esse recurso e por meio de que personagens – no caso, em especial, o cônego Dias -, para alcançar tal objetivo