«Silêncio de luz»: mística musical em Jorge de Sena
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Teoliterária |
Texto Completo: | https://revistas.pucsp.br/index.php/teoliteraria/article/view/52457 |
Resumo: | O processo poiético de Jorge de Sena desvela, com frequência, diálogos semióticos com outras artes. Em obras como Metamorfoses ou Arte de Música, a palavra poética seniana mostra-se como uma «gruta povoada de ressonâncias» , como bem afirma Sophia de Mello Breyner numa carta a Jorge de Sena. A criação tem o seu ponto de partida na experiência estética, na fruição de signos de outras artes, que, depois de capturados, vibram em silêncio. Em permanente semiose peirciana, esses signos serão recriados em palavras habitadas por ressonâncias interartísticas. O «Silêncio de luz» converte-se numa das etapas fundamentais da poiesis de Sena – é a pausa pregnante, da qual emerge o poema. Vestígios de escutas, resquícios de experiências auditivas ou visuais impregnam esse silêncio criador, onde o dizer é sempre vacilante e contingente: «Da música ao sentido, que palavra / preenche o vácuo de silêncio […]?» . O inexprimível wittgensteiniano revela-se sobretudo em relação à música. Arte alquímica e intangível, que simultaneamente (nos) toca e transcende, que sustenta a harmonia das esferas e sublima a teoria das cordas, numa mística musical insondável: "Se há mistério na grandeza ignota, / e se há grandeza em se criar mistério, / esta música existe para perguntá-lo" |
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