Aspectos da dinâmica populacional do marisco branco Mesodesma mactroides Deshayes, 1854 (mollusca, bivalvia) em praia arenosa exposta do Rio Grande do Sul
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_RS |
Texto Completo: | http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/297 |
Resumo: | Foram investigados alguns aspectos da dinâmica populacional do marisco branco Mesodesma mactroides Deshayes, 1854, como a abundância, densidades populacional e relativa, freqüências de ocorrência total e relativa, distribuição espacial, distribuição vertical, período de recrutamento e biometria, além da estrutura e associação interespecífica da comunidade infaunal em praias arenosas do litoral do Rio Grande do Sul. As coletas foram realizadas entre agosto (2004) e setembro (2005), a partir da praia de Pinhal (S30º15 35 W50º14 01,9 ) em direção ao sul do Estado, em seis transectos eqüidistantes 15 km. O primeiro transecto foi determinado mediante sorteio entre dez pontos eqüidistantes um quilometro (cinco para o norte e cinco para o sul), a partir de um local permanente e pré-determinado, a fim de garantir a aleatoriedade na coleta dos dados. Em cada transecto procedeu-se o cálculo de 30 ondas consecutivas para avaliar o seu ponto médio de amplitude (P0). A partir de P0 foram assinalados dois pontos em direção ao infralitoral (P-1 e P-2) e três em direção ao supralitoral (P1, P2 e P3), distantes um desvio padrão da média de amplitude das ondas (P0). Enterrou-se um cilindro de 30 cm x 50 cm até 40 cm de profundidade em cada ponto e tamisou-se o material em malha de 0,25 cm. Foram coletados 13104 espécimens, sendo que M. mactroides foi à quarta espécie mais abundante, responsável por cerca de 9% da macroinfauna da comunidade com 1179 espécimes coletados. A densidade anual foi de 42,53 ind/m2, com máxima de 77 ind/m2 (março) e mínima de 5,55 ind./m2 (julho). No que diz respeito à influência da urbanização sobre a população de M. mactroides, observou-se que esta influi sobre os espécimes considerados adultos (acima de 43 mm de comprimento). Isso, provavelmente, decorre do processo de exploração destinado ao consumo e ao abastecimento das inúmeras iscarias existentes na região. Os indivíduos jovens (entre 10 e 43 mm) aparecem em maior proporção nas áreas urbanizadas, devido, provavelmente, à ausência de seu maior predador em potencial que é muito abundante nas áreas não urbanas, a ave Haematopus palliatus Temminck, 1820. M. mactroides foi à segunda espécie mais capturada, sendo encontrada em cerca de 22% das unidades amostrais (87 pontos) em que ocorreu a presença de macroinfauna. O padrão de distribuição espacial encontrado para o marisco branco e para os demais organismos da comunidade foi o agregado. O padrão de zonação e da estrutura da comunidade encontrada foi similar àqueles observados em outras praias arenosas expostas, diferenciando-se na diversidade de espécies capturadas. Na distribuição vertical a população apresentou segregação por tamanho entre os indivíduos recrutas (menores de 10 mm) e os adultos, com os recrutas ocupando as zonas acima do ponto médio da zona de varrido e os adultos deste ponto em direção ao mar. Constatou-se um leve movimento de migração vertical em direção aos pontos P-2 e P-1 durante o inverno e a primavera, principalmente por parte de indivíduos jovens e adultos, fenômeno possivelmente associado ao período de recrutamento da espécie, uma vez que os picos de recrutamento ocorreram no final do inverno (agosto) e no início da primavera (setembro), tendo início em julho e término em fevereiro. Nas relações biométricas entre o comprimento e a largura da concha, e destas com as mensurações em peso (peso total, peso úmido e seco das partes moles, peso da concha e diferença entre peso úmido e seco), foi constatada uma congruência entre as médias das classes de comprimento em que ocorre a alteração na taxa de crescimento (~45,47 mm), relacionado, possivelmente, com os processos de maturação das gônadas, ou seja, na transição dos espécimes de jovens para adultos. |
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Em cada transecto procedeu-se o cálculo de 30 ondas consecutivas para avaliar o seu ponto médio de amplitude (P0). A partir de P0 foram assinalados dois pontos em direção ao infralitoral (P-1 e P-2) e três em direção ao supralitoral (P1, P2 e P3), distantes um desvio padrão da média de amplitude das ondas (P0). Enterrou-se um cilindro de 30 cm x 50 cm até 40 cm de profundidade em cada ponto e tamisou-se o material em malha de 0,25 cm. Foram coletados 13104 espécimens, sendo que M. mactroides foi à quarta espécie mais abundante, responsável por cerca de 9% da macroinfauna da comunidade com 1179 espécimes coletados. A densidade anual foi de 42,53 ind/m2, com máxima de 77 ind/m2 (março) e mínima de 5,55 ind./m2 (julho). No que diz respeito à influência da urbanização sobre a população de M. mactroides, observou-se que esta influi sobre os espécimes considerados adultos (acima de 43 mm de comprimento). Isso, provavelmente, decorre do processo de exploração destinado ao consumo e ao abastecimento das inúmeras iscarias existentes na região. Os indivíduos jovens (entre 10 e 43 mm) aparecem em maior proporção nas áreas urbanizadas, devido, provavelmente, à ausência de seu maior predador em potencial que é muito abundante nas áreas não urbanas, a ave Haematopus palliatus Temminck, 1820. M. mactroides foi à segunda espécie mais capturada, sendo encontrada em cerca de 22% das unidades amostrais (87 pontos) em que ocorreu a presença de macroinfauna. O padrão de distribuição espacial encontrado para o marisco branco e para os demais organismos da comunidade foi o agregado. O padrão de zonação e da estrutura da comunidade encontrada foi similar àqueles observados em outras praias arenosas expostas, diferenciando-se na diversidade de espécies capturadas. 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