Evolução dos modos de óbitos em unidades de terapia intensiva pediátrica no sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kipper, Délio José
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_RS
Texto Completo: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/1395
Resumo: Objetivo: Estudar uma possível mudança nos modos de óbitos, nas atitudes dos processos de decisão da equipe médica e na participação da família nas decisões de limitação de tratamentos (LT), ao longo dos últimos treze anos em três Unidade de Terapia Intensiva Pediátricas. (UTIP) Métodos: Coorte histórico transversal, de três momentos (revisão de prontuários nos anos de 1988 e 1998) e contenporaneo (todas as informações disponíveis ao residente de terapia intensiva pediátrica de maio de 1999 e maio de 2000), descritivo, transversal e não intervencionista. Local: Três UTIP de Porto Alegre,sul do Brasil. Pacientes: Todos os pacientes que faleceram nos anos de 1988, 1998 e de maio de 1999 a maio de 2000. Resultados: Foram admitidos 6.233 pacientes, com uma taxa de mortalidade de 9,2% (575 óbitos). Destes pacientes, 509 (88,5%) atenderam aos critérios de inclusão. Receberam todas as medidas de suporte vital (RCP) 374 (73,5%), tiveram diagnóstico de morte encefálica (MEN) 43 (8,4%) e limitação de algum tratamento de suporte vital (LT) 92 (18,1%). Dos óbitos, 140 (27,5%) ocorreram nas primeiras 24 horas de internação e destes, 128 (91,4%) no grupo de RCP e apenas 11 (7,9%) no de LT. A mediana dos tempos de permanências nos óbitos com RCP foi menor (3 dias) do que nas LT (8,5 dias) com p<0,05. As RCP caíram de modo significativo entre 1988 (89,1%) e 1999/2000 (60,8%), enquanto as LT aumentaram neste período de 6,2% para 31,3%. A evolução destas mudanças não foi uniforme entre as UTIP, tendo uma delas apresentado taxas significativamente maiores nas LT. A maioria das decisões de LT foi tomada pela equipe médica (60,3%) e as famílias participaram destas decisões em 35,9% dos casos, com aumento de 12,5% em 1988 para 48,6% em 1999/2000. Os planos de LT foram registrados nos prontuários em 76,1% dos óbitos, com aumento de 50,0% em 1988 para 95,9% em 1999/2000. Conclusão: Houve uma mudança nos modos de óbitos, ao longo dos anos, com aumento das decisões de LT e diminuição dos óbitos apesar de RCP, embora não de modo uniforme entre as UTIP estudadas e também não atingindo, neste particular, os níveis dos países do hemisfério norte. As famílias estão participando mais das decisões de LT e estas são, na maioria dos casos, tomadas pelas equipes médicas. As UTIP do sul do Brasil atendem, com muita freqüência, emergências médicas, com grande número de óbitos nas primeiras horas de internação e por doenças infecciosas.
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