Agressividade no período da latência através do teste contos de fadas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lovera, Renata de Rezende
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_RS
Texto Completo: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/641
Resumo: Como uma das ações desempenhadas pelos seres humanos, encontra-se a agressão - comportamento que faz parte do cotidiano das pessoas, e, se bem gerenciada, auxilia o indivíduo a se afirmar e a obter satisfação, considerando o contexto social no qual está inserido. Entretanto, a agressão está comumente associada à violência, que é considerada um comportamento mal-adaptativo, como caráter destrutivo das pessoas. Presente desde as etapas iniciais do desenvolvimento, torna-se relevante compreender o fenômeno psíquico da agressão na infância, como forma de conhecer e definir formas de intervenções adequadas na clínica psicológica infantil com o objetivo de ações de prevenção. Para tanto, foram elaboradas duas seções de estudo: uma teórica e uma empírica. A seção teórica apresenta uma revisão da contribuição dos teóricos da psicanálise para compreensão da agressividade. Discute-se a importância da agressão para os diferentes autores e também se contextualiza como a agressividade está presente nas fases do desenvolvimento infantil, a partir de um enfoque no período da latência. Nesta etapa do desenvolvimento, que se caracteriza por um equilíbrio entre impulso e defesas mais elaboradas, a utilização de mecanismos defensivos, como a sublimação, instrumentaliza a criança para superar situações difíceis de caráter agressivo. Na seção empírica, é retratado um estudo quantitativo, do tipo transversal, que busca identificar a presença de evidências de conteúdos agressivos nas respostas ao Teste dos Contos de Fadas (TCF), instrumento projetivo temático. Participaram do estudo 72 crianças dos sexos feminino e masculino, com idades entre 6 e 11 anos, de escolas públicas e privadas da cidade de Porto Alegre. A fim de obter dados que caracterizem os participantes, foi utilizada uma Ficha de Dados Sociodemográficos. Para excluir casos com suspeita de comprometimento intelectual, foi administrado o Teste Matrizes Progressivas Coloridas de Raven - Escala Especial. Todo o material verbalizado pelas crianças ao Teste dos Contos de Fadas (TCF) foi avaliado por três juízes (J1, J2 e J3) que realizaram avaliações com base no sistema de categorização de respostas. Para avaliar o grau de concordância entre eles, foi utilizada a estatística Kappa. Posteriormente, foi realizado um levantamento de freqüências dos tipos de conteúdos agressivos identificados nas respostas e, para a comparação entre grupos e associações das variáveis conforme escola, sexo e idade, temática/conflito da série de cartões, foi utilizado o Teste Exato de Fisher. Os resultados mostram que o grau de concordância entre os juízes, na sua maioria, foi satisfatório, uma vez que a concordância alcançada foi, predominantemente, de valores moderados, substancias e quase perfeitos na maioria das categorias da agressão. Os conteúdos agressivos com maior freqüência de respostas foram: Medo de Agressão (f = 54), Agressão Tipo A (f=49) e Agressão como Retaliação (f=34). Foi identificada associação significativa entre a variável Agressão Tipo A e sexo masculino (p=0,042). Foi possível identificar as freqüências da variável agressão em seis das sete séries de cartões (Chapeuzinho Vermelho, Lobo, Anões, Bruxa, Gigante, Cenas do Conto Chapeuzinho Vermelho). Os resultados obtidos apontam que, mesmo o período da latência sendo considerado um período de espera para as etapas posteriores, na qual a criança está mais calma, é possível identificar a existência de motivações que levam a criança a agir de forma agressiva.
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