Participação do sistema colinérgico em déficits cognitivos no modelo animal de sobrecarga do ferro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Perez, Vinícius Pieta
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_RS
Texto Completo: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/5338
Resumo: Neste trabalho foram avaliados os efeitos da manipulação farmacológica do sistema colinérgico através do uso de um fármaco inibidor da enzima acetilcolinesterase (AChE) e um agonista de receptores colinérgicos muscarínicos sob déficits na memória de reconhecimento induzidos pelo tratamento com ferro no período neonatal. Além disso, avaliou-se a atividade e expressão do RNAm da AChE em regiões cerebrais de ratos tratados com ferro no período neonatal. Desde a última década se sugere uma correlação entre o ferro e desordens neurológicas, especialmente as doenças neurodegenerativas. No período neonatal a absorção de ferro pelo cérebro é máxima, período em que os estoques e concentrações futuras deste metal se estabelecem. Ratos tratados do 12o ao 14o dia de vida com 10 mg/kg (concentração de 1 mg/ml de ferro na solução) de ferro via tubo intragástrico, se desenvolvem aparentemente saudáveis até a vida adulta, porém, ao serem avaliados em tarefas cognitivas apresentam severos déficits nas mesmas. O sistema colinérgico é um dos principais sistemas envolvidos em processos cognitivos, tanto que o declínio observado no envelhecimento e em algumas doenças neurodegenerativas é em parte associado à perda de função deste sistema. Este estudo demonstra que a administração intraperitoneal (i.p.), única, imediatamente após o treino, de 1,0 mg/kg do inibidor da AChE, galantamina, a ratos adultos (3 meses) tratados com ferro é capaz de reverter totalmente o déficit cognitivo observado na tarefa de reconhecimento do objeto novo. De forma semelhante, o agonista muscarínico oxotremorine na dose de 0,5 mg/kg i.p. melhora o desempenho na mesma tarefa, mas sem total reversão do dano cognitivo. Ao se avaliar a atividade da AChE nas estruturas cerebrais de animais adultos (3 meses) tratados com ferro observou-se uma diminuição da mesma na região do estriado sem alterações nas regiões do córtex e hipocampo, porém essa diminuição da atividade ocorreu sem acompanhamento de alterações na expressão do RNAm, a qual não apresenta diferença entre o grupo controle e o tratado com ferro. Curiosamente, a atividade da AChE de ratos velhos (24 meses) não apresenta diferença entre o grupo controle e o grupo tratado, e os valores encontrados para ambos são semelhantes àqueles dos ratos jovens (3 meses) tratados com ferro. Os resultados obtidos nesse estudo sugerem que o dano cognitivo gerado pelo tratamento com ferro está relacionado, pelo menos em parte, a um dano na transmissão colinérgica estriatal, porém sem degeneração das fibras colinérgicas
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