Campanha de vacinação para a gripe sazonal das pessoas em situação de sem-abrigo na cidade de Lisboa: uma descrição da experiência no inverno 2015/2016

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins,Hugo F. G.
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Venâncio,Inês, Pinto,Bruno, Fernandes,Rui Neto
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000100068
Resumo: Resumo Introdução: As pessoas em situação de sem-abrigo apresentam uma elevada probabilidade de desenvolverem doenças crónicas, o que as predispõe a complicações graves caso sejam infetadas com a gripe. Os objetivos deste estudo transversal foram identificar os critérios de elegibilidade e avaliar o impacto da vacinação contra influenza sazonal de pessoas em situação de sem-abrigo de Lisboa durante uma campanha vacinal. Material e métodos: A população alvo inclui pessoas em situação de sem-abrigo da região de Lisboa, no período compreendido entre 30 de novembro e 6 de dezembro de 2015. Todas as pessoas envolvidas deram o seu consentimento. Considerou-se significância estatística para valor de p inferior a 0,01. Resultados: Das 818 pessoas em situação de sem-abrigo em Lisboa, 382 (47%) foram vacinadas para influenza na época 2015/16. Das 269 pessoas sem-abrigo seguidas, 179 (67%) eram portadoras de uma ou mais doenças crónicas, 68 (25%) tinham antecedentes clínicos de infeções respiratórias, mas apenas 19 (28%) tiveram esse diagnóstico durante o Inverno de 2015-2016. Na sequência desta campanha de vacinação verificou-se uma redução significativa das infeções respiratórias (p<0,01; OR=15,0; IC 5,4-42,3). Das pessoas vacinadas apenas três tiveram infeção por influenza A (H1N1) sem registos de morte. Identificou-se que 194 (72% de 269) eram elegíveis para vacinação. Considerando que se encontram identificadas 818 pessoas em situação de sem-abrigo na cidade de Lisboa poder-se-á extrapolar que, destas, 591 seriam elegíveis. Admite-se que não foram vacinadas mais de metade das pessoas em situação de sem-abrigo elegíveis da região de Lisboa. Discussão e conclusões: É essencial reforçar as campanhas de vacinação contra a gripe na população em situação de sem-abrigo, procurando encontrar estratégias que facilitem o encaminhamento para consultas de vigilância nos cuidados de saúde primários, sobretudo se portadoras de doenças crónicas.
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