Georreferenciamento de Imóveis na Perspetiva do Ordenamento do Território no Brasil: O Caso de Estudo do Estado do Paraná

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ulkowski, Fábio Pagliosa
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/123956
Resumo: O exponencial crescimento da população do Brasil, bem como a do estado do Paraná, demandam políticas planeadas de intervenção e gestão do território. Nesse contexto o georreferenciamento de imóveis parece importante para a geração de base de dados cadastrais que antecede a um eficiente ordenamento do território. O ordenamento trata de organizar a relação da sociedade com o território a partir de regulações e com integração das políticas setoriais. Dessa forma, propõe-se analisar e evidenciar as políticas de ordenamento do território no Brasil em diferentes escalas territoriais, sendo o caso de estudo do Paraná a escala estadual e seus municípios, a local. Além disso, identificar a utilização e potenciais benefícios do georreferenciamento de imóveis para o ordenamento territorial. A investigação usa o método misto, qualitativa e quantitativa, parte da análise bibliográfica e documental, em especial a partir das legislações federais e estaduais. Posteriormente são realizados inquéritos por meio de questionário online a agentes municipais sobre cadastro georreferenciado e políticas de planeamento. Na sequência, são efetuadas entrevistas semi-estruturadas com questões abertas a investigadores e a agentes públicos do estado do Paraná. Executadas com prévio consentimento esclarecido oral, via videoconferência, gravadas e transcritas. A interpretação dos dados coletados seguiu para os inquéritos a “estatística descritiva” e para as entrevistas a “análise de conteúdo”. Com a análise documental percebeu-se que não há uma política nacional de ordenamento territorial definida e denominada. Mas, que é mais executada na escala municipal por meio do PDM. Os inquéritos confirmaram que os cadastros urbanos dos municípios do Paraná são principalmente para fins tributários e entorno de 30% possui cadastro georreferenciado. Também demonstrou não dispor de cadastro rural e poucos conhecem e acedem a base de dados do SIGEF disponibilizada pelo INCRA. Aproximadamente 20% dos municípios consideraram a base cadastral urbana e 10% a rural para fins de planeamento, ou seja, pouco se utiliza o georreferenciamento de imóveis. Esses resultados foram justificados principalmente pelo alto custo, pela falta de conhecimento e de profissionais habilitados. Já as entrevistas demonstraram que há “um pouco” de ordenamento do território no Brasil devido aos diversos planos setoriais e locais existentes. É executado na escala municipal por força do Estatuto da Cidade, sendo assim ocorre mais na área urbana. Na área rural existem alguns programas normativos e de financiamentos, mas menos planeamento do território. Para o estado do Paraná há um ordenamento sobretudo por meio do Paranacidade, mas que não é modelo. Ficou evidente que o georreferenciamento de imóveis é fundamental e um pressuposto para que se faça ordenamento territorial. Por fim, o ordenamento no Brasil é realizado com maior intensidade na escala municipal, sem muita estratégia e sem considerar a base cadastral como elemento essencial, a não ser nas grandes cidades. Percebe-se que ocorreu uma evolução das políticas de planeamento nos municípios a partir da CF de 1988, porém necessita-se evoluir com a regulamentação da IDE, a cartografia oficial e cadastro territorial. Para isso, é imprescindível a integração dos dados e a definição de um órgão para centralizar esse trabalho.
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Dessa forma, propõe-se analisar e evidenciar as políticas de ordenamento do território no Brasil em diferentes escalas territoriais, sendo o caso de estudo do Paraná a escala estadual e seus municípios, a local. Além disso, identificar a utilização e potenciais benefícios do georreferenciamento de imóveis para o ordenamento territorial. A investigação usa o método misto, qualitativa e quantitativa, parte da análise bibliográfica e documental, em especial a partir das legislações federais e estaduais. Posteriormente são realizados inquéritos por meio de questionário online a agentes municipais sobre cadastro georreferenciado e políticas de planeamento. Na sequência, são efetuadas entrevistas semi-estruturadas com questões abertas a investigadores e a agentes públicos do estado do Paraná. Executadas com prévio consentimento esclarecido oral, via videoconferência, gravadas e transcritas. A interpretação dos dados coletados seguiu para os inquéritos a “estatística descritiva” e para as entrevistas a “análise de conteúdo”. Com a análise documental percebeu-se que não há uma política nacional de ordenamento territorial definida e denominada. Mas, que é mais executada na escala municipal por meio do PDM. Os inquéritos confirmaram que os cadastros urbanos dos municípios do Paraná são principalmente para fins tributários e entorno de 30% possui cadastro georreferenciado. Também demonstrou não dispor de cadastro rural e poucos conhecem e acedem a base de dados do SIGEF disponibilizada pelo INCRA. Aproximadamente 20% dos municípios consideraram a base cadastral urbana e 10% a rural para fins de planeamento, ou seja, pouco se utiliza o georreferenciamento de imóveis. Esses resultados foram justificados principalmente pelo alto custo, pela falta de conhecimento e de profissionais habilitados. Já as entrevistas demonstraram que há “um pouco” de ordenamento do território no Brasil devido aos diversos planos setoriais e locais existentes. É executado na escala municipal por força do Estatuto da Cidade, sendo assim ocorre mais na área urbana. Na área rural existem alguns programas normativos e de financiamentos, mas menos planeamento do território. Para o estado do Paraná há um ordenamento sobretudo por meio do Paranacidade, mas que não é modelo. Ficou evidente que o georreferenciamento de imóveis é fundamental e um pressuposto para que se faça ordenamento territorial. Por fim, o ordenamento no Brasil é realizado com maior intensidade na escala municipal, sem muita estratégia e sem considerar a base cadastral como elemento essencial, a não ser nas grandes cidades. Percebe-se que ocorreu uma evolução das políticas de planeamento nos municípios a partir da CF de 1988, porém necessita-se evoluir com a regulamentação da IDE, a cartografia oficial e cadastro territorial. Para isso, é imprescindível a integração dos dados e a definição de um órgão para centralizar esse trabalho.The exponential population growth in Brazil, as well as in the state of Paraná, demand planned policies for intervention and management of the territory. In this context, the georeferencing of properties seems important for the generation of a cadastral database that precedes an efficient spatial planning. The planning is about organizing the relationship of society with the territory based on regulations and integration of sectoral policies. Thus, it is proposed to analyze and highlight the land planning policies in Brazil in different territorial scales, being the Paraná case study the state scale and its municipalities, the local scale. Moreover, identify the use and potential benefits of georeferencing of properties for spatial planning. The research uses the mixed method, qualitative and quantitative, starts from bibliographic and documental analysis, especially from federal and state legislations. Subsequently, surveys are carried out by means of an online questionnaire to municipal agents about georeferenced cadastre and planning policies. In the sequence, semi-structured interviews with open questions are carried out to researchers and public agents of the state of Paraná. Executed with prior oral informed consent, via videoconference, recorded and transcribed. The interpretation of the data collected followed for the surveys the "descriptive statistics" and for the interviews the "content analysis". With the documental analysis it was noticed that there is not a defined and named national spatial planning policy. However, it is more executed at the municipal scale by means of the PDM. The surveys confirmed that the urban cadastres of the municipalities of Paraná are mainly for tax purposes and around 30% have georeferenced cadastres. They also showed that they do not have a rural cadastre and few know and have access to theSIGEF database made available by INCRA. Approximately 20% of the municipalities considered the urban cadastral base and 10% the rural one for planning purposes, that is, little use is made of the georeferencing of properties. These results were justified mainly by the high cost, lack of knowledge and lack of qualified professionals. Theinterviews showed that there is "a little" spatial planning in Brazil due to the several existing sectorial and local plans. It is executed on a municipal scale by force of the City Statute, so it occurs more in the urban area. In the rural area there are some normative and financing programs, but less land planning. For the state of Paraná there is some planning, especially through Paranacidade, but it is not a model. It became evident that the georeferencing of properties is fundamental and a presupposition for spatial planning. Finally, spatial planning in Brazil is carried out with greater intensity on amunicipal scale, without much strategy and without considering the cadastral base as an essential element, except in large cities. It can be seen that there has been an evolution of planning policies in municipalities since the FC of 1988, but it is necessary to evolve with the regulation of SDI, official cartography and territorial cadastre. For this, it is essential the integration of data and the definition of an organ to centralize this work.Julião, Rui PedroTenedório, José AntónioRUNUlkowski, Fábio Pagliosa2021-09-06T11:30:41Z2021-07-272021-06-152021-07-27T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/123956TID:202755355porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:05:21Zoai:run.unl.pt:10362/123956Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:45:15.859956Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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