Hidrocefalia — Experiência dos Serviços de Pediatria e Neurocirurgia do Hospital Geral de Santo António

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, L.
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Borges, T., Simões, D., Ribeiro, I., Guedes, M., Monteiro, T.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2002.5141
Resumo: A história natural da Hidrocefalia é conhecida. Quando não tratada, está associada a taxas de mortalidade da ordem dos 80 a 90%, sendo também elevada a incidência de complicações. A introdução dos shunts no tratamento constituiu um avanço inegável, reduzindo a mortalidade de forma significativa (7,5 a 30%).O objectivo deste trabalho foi caracterizar uma amostra de crianças que foram submetidas a colocação de shunt para tratamento de hidrocefalia entre 01/01/90 e 31/12/97.Nas 64 crianças incluídas no estudo foram avaliados os seguintes parâmetros: sexo; idade na La intervenção; causa de hidrocefalia; terapêutica efectuada (médica/cirúrgica); tipo de shunt; patologia associada; complicações após cirúrgia; tempo de internamento; número de revisões; tempo decorrido entre a introdução do shunt e a revisão; causa da revisão; evolução.Das 64 crianças estudadas, 39 (61%) eram do sexo masculino. As causas de hidrocefalia foram: congénita (45% dos casos, metade dos quais associada a mielomeningocelo); pós-hemorrágica (26% dos casos, dos quais 62% relacionados com prematuridade); tumoral (17%); pós infecciosa (11%); desconhecida (1%). O shunt utilizado foi na maioria dos casos (91%) ventrículo-peritoneal.48% das crianças foram submetidas à 1.ª intervenção cirúrgica até aos 3 meses de idade cronológica.Em 39% dos casos foram registadas complicações após a cirurgia, sendo as complicações infecciosas as mais frequentes (76% dos casos, dos quais 58% corresponderam a meningites, 26% a sépsis e 16% a pneumonias). Nas meningites o agente identificado mais frequente foi o Staphylococcus epidermidis. Foram efectuadas revisões de shunt em 27 crianças (42%). A causa mais frequente para revisão do shunt foi a obstrução (32%). 53% das crianças apresentam Atraso de Desenvolvimento Psico-Motor (ADPM) moderado a grave (surdez, amaurose, hemiparésia; incapacidade para marcha).Os autores realçam o facto de, neste grupo de crianças, a causa mais frequente de hidrocefalia estar relacionada com patologia congénita, de diagnóstico pré-natal. As complicações mais frequentes após a colocação de shunt foram as infecciosas, tendo como agentes etiológicos os habitualmente identificados nestas situações.Também concordando com o descrito na literatura, as revisões de shunt ocorreram precocemente, na sua maioria nos primeiros seis meses.Esta patologia continua a ser uma situação grave, associada a taxas importantes de morbilidade e mortalidade.
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