A questão da forma na estética teológica de Hans Urs Von Balthasar e a sua receção eclesiológica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/37327 |
Resumo: | Queremos apresentar, a partir do conceito chave “forma”, a estética teológica de Hans Urs Von Balthasar e a sua configuração eclesiológica. Ponto de partida será a compreensão dos transcendentais do Ser que, em sentido analógico, são considerados como manifestação do Ser Absoluto de Deus. A partir do “belo”, Balthasar encontra o ponto chave para exprimir a manifestação do Amor de Deus; o que é contemplado como tal torna-se objeto do único amor. Balthasar utiliza o termo Ästhetik como a faculdade de perceção dos sentidos, e acrescenta-lhe uma nuance teológica: é a ciência da perceção da Glória de Deus que se revela em Cristo e que o homem pode contemplar. Com a teoria de “perceção” e do “êxtase”, Balthasar descreve o modo de participação na Revelação de Deus. Ora, sendo que tudo aquilo que se manifesta tem essencialmente um carater formal, será no conceito Gestalt (forma) que encontramos tal possibilidade. Assim como Gestalt o belo não só pode ser apreendido materialmente, mas remete para a estrutura própria e concreta do ser, sendo dotado duma unidade que “informa”. Em Jesus Cristo, a Gestalt encontra o seu carater máximo de expressão. Com a analogia entis, Balthasar encontra não apenas uma formulação clássica usada na teologia para salvaguardar a transcendência absoluta de Deus com a criatura, mas o ponto chave para exprimir o universal concreto de Jesus de Nazaré, no seu “existir de uma vez por todas”; a ontologia será submetida à teologia. Será a partir desta formulação cristológica da analogia que se garante a passagem para a visão da eclesiologia, onde a estética encontra a sua capacidade de expressão. Primeiro na forma da Igreja, entendida como expansão, comunicação e participação da personalidade de Cristo; depois em Maria, a forma da Igreja por excelência, capaz de se apresentar como arquétipo não só para a vida dos crentes, mas para a realidade institucional e hierárquica da Igreja; finalmente na forma de todos os sacramentos, como determinações da Forma Originária da Revelação. |
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A questão da forma na estética teológica de Hans Urs Von Balthasar e a sua receção eclesiológicaRevelaçãoEstéticaTranscendentaisJesus CristoIgrejaMariaSacramentosRevelationAestheticsTranscendentalsJesus ChristChurchMarySacramentsDomínio/Área Científica::Humanidades::Filosofia, Ética e ReligiãoQueremos apresentar, a partir do conceito chave “forma”, a estética teológica de Hans Urs Von Balthasar e a sua configuração eclesiológica. Ponto de partida será a compreensão dos transcendentais do Ser que, em sentido analógico, são considerados como manifestação do Ser Absoluto de Deus. A partir do “belo”, Balthasar encontra o ponto chave para exprimir a manifestação do Amor de Deus; o que é contemplado como tal torna-se objeto do único amor. Balthasar utiliza o termo Ästhetik como a faculdade de perceção dos sentidos, e acrescenta-lhe uma nuance teológica: é a ciência da perceção da Glória de Deus que se revela em Cristo e que o homem pode contemplar. Com a teoria de “perceção” e do “êxtase”, Balthasar descreve o modo de participação na Revelação de Deus. Ora, sendo que tudo aquilo que se manifesta tem essencialmente um carater formal, será no conceito Gestalt (forma) que encontramos tal possibilidade. Assim como Gestalt o belo não só pode ser apreendido materialmente, mas remete para a estrutura própria e concreta do ser, sendo dotado duma unidade que “informa”. Em Jesus Cristo, a Gestalt encontra o seu carater máximo de expressão. Com a analogia entis, Balthasar encontra não apenas uma formulação clássica usada na teologia para salvaguardar a transcendência absoluta de Deus com a criatura, mas o ponto chave para exprimir o universal concreto de Jesus de Nazaré, no seu “existir de uma vez por todas”; a ontologia será submetida à teologia. Será a partir desta formulação cristológica da analogia que se garante a passagem para a visão da eclesiologia, onde a estética encontra a sua capacidade de expressão. Primeiro na forma da Igreja, entendida como expansão, comunicação e participação da personalidade de Cristo; depois em Maria, a forma da Igreja por excelência, capaz de se apresentar como arquétipo não só para a vida dos crentes, mas para a realidade institucional e hierárquica da Igreja; finalmente na forma de todos os sacramentos, como determinações da Forma Originária da Revelação.We wish to present, through the key concept of "form", the theological aesthetics of Hans Urs Von Balthasar and its ecclesiological configuration. The starting point will be the understanding of the transcendentals of the ‘being’, which analogically are considered a manifestation of the ‘absolute being of God’. From ‘beauty’ Balthasar finds the key to express the manifestation of the Love of God and what is contemplated as such becomes an object of the unique love. Balthasar applies the term Ästhetik as the a capacity of perception of the senses, adding a theological nuance to it: it is the science of the perception of the Glory of God which is revealed in Christ and that man can contemplate. Through the theories of “perception” and “ecstasy”, Balthasar describes the way to participate in the Revelation of God; realizing that all manifestations have a formal nature, we will find such possibility in the concept of Gestalt (form). Along with Gestalt, beauty can be apprehended not only materially, but it relates with the actual and concrete structure of the being, holding a unity that “informs”. In Jesus Christ Gestalt finds its maximum expression. With the analogia entis, Balthasar discovers not merely a classic formulation used by theology to retain the absolute transcendence of God and his creature, but also the key point to express Jesus of Nazareth's universal concreto, in his "once and for all existence"; ontology will be submitted to theology. Starting from the Christological formulation of the analogy we guarantee the transition to the ecclesiological vision, where aesthetics finds its capacity of expression. Firstly in the form of the Church, regarded as an expansion, communication and participation of the personality of Christ; then in Mary, the quintessential form of the Church, introduced as archetype not only to the lives of the believers, but also to the institutional and hierarchal realities of the Church; lastly in the form of all the sacraments, as determinations of the Primary Form of RevelationMartins, António Manuel AlvesVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaLagatta, Paolo2022-04-19T11:07:04Z2022-03-3020222022-03-30T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/37327TID:202988767porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:42:46Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/37327Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:30:24.350799Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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