A disposição final dos resíduos sólidos urbanos nos aterros sanitários : uma perspectiva luso-brasileira acerca do licenciamento ambiental
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/39714 |
Resumo: | Em tempos longínquos os resíduos não constituíam um problema, seja em termos quantitativos como qualitativos. De facto, a população humana que povoava a superfície terrestre era relativamente escassa e sobrevivia da caça, pesca e recolha de alimentos vegetais, ou seja, os resíduos gerados eram qualitativamente inócuos. Contudo, com o processo de sedentarização e o aprimoramento da capacidade de transformar em larga escala a matéria-prima e a inserir no ambiente produtos que este naturalmente não conhecia e não tinha capacidade de absorvê-los, a relação do homem com a natureza começou a apresentar indícios de desgastes. Soma-se a isso, o aumento populacional, os elevados padrões de consumo e produção, bem como a geração de resíduos decorrente dos mais variados processos. Os descartes de resíduo em locais inapropriados constituem uma permanente ameaça à saúde pública e ao meio ambiente, ensejando assim, a intervenção do poder público para melhor geri-los. No Brasil, a complexidade do tema mostrou-se evidente no processo de formulação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a qual passou vinte longos anos em discussão no Congresso Nacional, sendo instituída, em 02 de agosto de 2010, através da Lei Federal n. 12.305. A PNRS estabeleceu a ordem de prioridades das ações que devem ser adotadas para a correta gestão e gerenciamento dos resíduos, qual seja, a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente correta dos rejeitos. Tal ordem atende o princípio internacionalmente conhecido como hierarquia de prioridade de gestão, sendo este um dos princípios norteadores da Diretiva n. 2008/98/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de novembro de 2008, vulgarmente designada Diretiva-Quadro dos Resíduos (DQR), transposta para o ordenamento jurídico português pelo Decreto-Lei n. 73/2011, de 17 de junho, que alterou e republicou o Decreto-Lei n. 178/2006, de 5 de setembro, que aprova o Regime Geral de Gestão de Resíduos (RGGR). A disposição de resíduos sólidos urbanos em aterros constitui uma atividade com riscos inerentes, necessitando um atuar administrativo rigoroso e permanente. Partindo dessa premissa, o presente artigo tem por objetivo analisar a estratégia de proteção administrativa de índole preventiva, aqui exemplificada no licenciamento ambiental, sendo este um instrumento importante de gestão ambiental instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Federal n. 6.938/81, 31 de agosto) e pela Lei de Bases da Política do Ambiente (Lei n. 19/2014, de 14 de abril), respetivamente, do Brasil e de Portugal. |
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Soma-se a isso, o aumento populacional, os elevados padrões de consumo e produção, bem como a geração de resíduos decorrente dos mais variados processos. Os descartes de resíduo em locais inapropriados constituem uma permanente ameaça à saúde pública e ao meio ambiente, ensejando assim, a intervenção do poder público para melhor geri-los. No Brasil, a complexidade do tema mostrou-se evidente no processo de formulação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a qual passou vinte longos anos em discussão no Congresso Nacional, sendo instituída, em 02 de agosto de 2010, através da Lei Federal n. 12.305. A PNRS estabeleceu a ordem de prioridades das ações que devem ser adotadas para a correta gestão e gerenciamento dos resíduos, qual seja, a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente correta dos rejeitos. Tal ordem atende o princípio internacionalmente conhecido como hierarquia de prioridade de gestão, sendo este um dos princípios norteadores da Diretiva n. 2008/98/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de novembro de 2008, vulgarmente designada Diretiva-Quadro dos Resíduos (DQR), transposta para o ordenamento jurídico português pelo Decreto-Lei n. 73/2011, de 17 de junho, que alterou e republicou o Decreto-Lei n. 178/2006, de 5 de setembro, que aprova o Regime Geral de Gestão de Resíduos (RGGR). A disposição de resíduos sólidos urbanos em aterros constitui uma atividade com riscos inerentes, necessitando um atuar administrativo rigoroso e permanente. Partindo dessa premissa, o presente artigo tem por objetivo analisar a estratégia de proteção administrativa de índole preventiva, aqui exemplificada no licenciamento ambiental, sendo este um instrumento importante de gestão ambiental instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Federal n. 6.938/81, 31 de agosto) e pela Lei de Bases da Política do Ambiente (Lei n. 19/2014, de 14 de abril), respetivamente, do Brasil e de Portugal.En tiempos lejanos los residuos no constituían un problema, tanto en términos cuantitativos como cualitativos. De hecho, la población humana que poblaba la superficie terrestre era relativamente escasa y sobreviviente de la caza, la pesca y la recogida de alimentos vegetales, es decir, los residuos generados eran cualitativamente inocuos. Sin embargo, con el proceso de sedentarización y el perfeccionamiento de la capacidad de transformar a gran escala la materia prima e insertar en el ambiente productos que éste naturalmente no conocía y no tenía capacidad de absorberlos, la relación del hombre con la naturaleza comenzó a presentar indicios de desgastes. Se suma a ello, el aumento poblacional, los elevados patrones de consumo y producción, así como la generación de residuos resultante de los más variados procesos. Los descartes de residuo en lugares inapropiados constituyen una permanente amenaza a la salud pública y al medio ambiente, dando así la intervención del poder público para gestionarlos mejor. En Brasil, la complejidad del tema se mostró evidente en el proceso de formulación de la Política Nacional de Residuos Sólidos (PNRS), la cual pasó veinte largos años en discusión en el Congreso Nacional, siendo instituida, el 2 de agosto de 2010, a través de la Ley n federal. 12.305. La PNRS estableció el orden de prioridades de las acciones que deben ser adoptadas para la correcta gestión y gestión de los residuos, sea cual sea la no generación, reducción, reutilización, reciclaje, tratamiento de los residuos sólidos y disposición final ambientalmente correcta de los desechos. Tal orden atiende el principio internacionalmente conocido como jerarquía de prioridad de gestión, siendo este uno de los principios orientadores de la Directiva n. 2008/98 / CE del Parlamento Europeo y del Consejo, de 19 de noviembre de 2008, comúnmente llamada la Directiva Marco de Residuos (DMA), incorporada a la legislación portuguesa por el Decreto Ley no. De 17 de junio, que alteró y republicó el Decreto-ley n. 178/2006, de 5 de septiembre, que aprueba el Régimen General de Gestión de Residuos (RGGR). La disposición de residuos sólidos urbanos en vertederos constituye una actividad con riesgos inherentes, necesitando un acotamiento administrativo riguroso y permanente. El presente artículo tiene por objetivo analizar la estrategia de protección administrativa de índole preventiva, aquí ejemplificada en el licenciamiento ambiental, siendo este un instrumento importante de gestión ambiental instituido por la Política Nacional del Medio Ambiente (Ley Federal nº 6.938 / 81, 31 de agosto) y la Ley básica de política Ambiental (Ley núm. 19/2014, de 14 de abril), respectivamente, Brasil y Portugal.Gomes, Carla AmadoRepositório da Universidade de LisboaLira, Thayga Emmanuela Barbosa Galdino de2019-10-07T18:00:18Z2019-05-032019-05-03T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/39714pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:38:39Zoai:repositorio.ul.pt:10451/39714Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:53:33.607865Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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