Turismo de Massas versus Proteção da Orla Costeira no Algarve: uma reflexão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gaspar de Freitas, Joana; IELT, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa, Avenida de Berna, 26 – C, 1069-061 Lisboa; Centro de História, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Alameda da Universidade, 1600-214 Lisboa
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Alveirinho Dias, João; CIMA, Universidade do Algarve, Edifício 7, Campus de Gambelas, 8005-139 Faro, Portugal
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://www.apeq.pt/ojs/index.php/apeq/article/view/212
Resumo: Nenhum outro trecho da costa portuguesa reflete melhor as consequências da ocupação humana do litoral como o Algarve. O isolamento da região permitiu que mantivesse até ao século XX um conjunto de características naturais e modos de vida tradicionais já desaparecidos noutros locais. Entre 1960-80, o Algarve conheceu um desenvolvimento sem precedentes devido à afluência de turistas estrangeiros e portugueses, graças à melhoria das condições de vida após o 25 de Abril. A explosão urbanística que acompanhou o apogeu do turismo de massas traduziu-se num crescimento desmesurado, em que os interesses económicos se sobrepuseram ao bem comum. Os planos de ordenamento traçados nos anos de 1960 não chegaram a ser implantados e no período conturbado que se seguiu à Revolução de Abril não houve controlo da construção. Quando os primeiros instrumentos de ordenamento do território foram aprovados (década de 1990) a situação existente e os direitos estabelecidos obrigaram ao sancionamento de irregularidades, pondo em causa a prática de uma boa gestão do uso do solo. A ocupação intensa desta zona costeira em tão curto tempo provocou desequilíbrios nos sistemas naturais, contribuindo para a degradação da paisagem e para colocar em risco a presença humana nos trechos mais afetados.Palavras-chave: História, Algarve, Zona Costeira, Turismo, Planos de Ordenamento Mass Tourism versus Coastal Zone Protection in the Algarve: a reflection.The Algarve, in the south of Portugal, is a good example of the impacts of human settlement in the seashore. Far away from the main urban centers, the region was able to keep until the middle of the twentieth century a number of natural features and traditional ways of life already disappeared in other places. Between 1960-80, the Algarve experienced an unprecedented development due to the influx of foreign tourists and Portuguese, especially after the Democratic Revolution of 1974 that improved living conditions. Excessive urban growth followed mass tourism and economic interests overlap the common good. The development plans drawn in the 1960s were never put into practice and in the troubled years that followed the Democratic Revolution there was no control of the building.When the first spatial planning instruments were adopted (in the 1990s) the existing situation and the rights established in the past forced the sanctioning of irregularities, calling into question the practice of good management concerning land use. The increasing of human activity in the seashore in such a short time and with such intensity caused imbalances in coastal natural systems, contributing to the degradation of the landscape and endangering human presence in the most affected parts.Keywords: History, Algarve, Coastal Zone, Tourism, Management Plans
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