Estudo clínico retrospetivo de Hemangiossarcoma no cão

• Autor(a) principal: Marques, Diana Isabel Araújo
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/8805
• topic: hemangiossarcoma; cão; epidemiologia; prognóstico

Com o aumento da esperança média de vida dos animais, cresce também a incidência de doenças relacionadas com a idade. Dentro destas, as neoplasias são uma doença com elevada incidência. O hemangiossarcoma (HSA) é uma neoplasia maligna de origem endotelial vascular, cujo órgão primário mais afetado é o baço e, ocorre com maior frequência nos cães em comparação com as demais espécies. É mais frequente em animais com idades entre oito e treze anos e apresenta sinais, muitas vezes, inespecíficos. Esta neoplasia é diagnosticada recorrendo a vários métodos de diagnóstico clínico, imagiológico e histopatológico, sendo a biopsia seguida de avaliação histopatógica o método de referência. O tratamento de eleição continua a ser a cirurgia associada a protocolos de quimioterapia adjuvante com doxorrubicina, embora nos últimos anos tenham sido efetuados vários estudos com outros fármacos, com a finalidade de melhorar o prognóstico. Este trabalho teve como objetivo o estudo do hemangiossarcoma em cães, na sua índole epidemiológica e clínica, assim como o valor prognóstico das variáveis estudadas. Neste estudo fez-se uma análise retrospetiva das características clinicas de 31 cães diagnosticados com HSA no Centro Hospitalar Veterinário, de 2012 a 2017. A presença de HSA foi mais frequente em cães SRD e em animais da raça Labrador e Boxer. Dos 31 animais incluídos no estudo, a maioria eram machos e de raça indeterminada. A raça Labrador foi a que apresentou maior incidência dentro das raças puras (n=6), seguida das raças boxer (n=4) e Golden Retrivier (n=2). Quando se ajustou a frequência das raças à demografia do hospital, a diferença foi estatisticamente significativa para a raça Labrador (p=0,02), e para a raça Boeiro de Berna (p=0,015), no entanto as outras raças não apresentaram diferença estatística quando comparadas à frequência de raças do CHV. Uma elevada percentagem dos animais desta amostra foram admitidos em choque, com anemia, trombocitopenia e hemoabdómen, no entanto nenhuma destas variáveis demonstrou associação estatística significativa com a Sobrevida Total (p>0,05) nem com a Sobrevida Livre de Doença (p>0,05). O estadiamento clínico, a localização do tumor e o tipo de tratamento a que os animais foram submetidos, também não revelaram associação com o prognóstico na análise da sobrevida (p>0,05). Neste trabalho, obtiveram-se resultados médios de Sobrevida Total de 256 dias e de Sobrevida Livre de Doença de 135 dias, fundamentando a literatura descrita de que este tumor tem mau prognóstico mesmo quando se realiza tratamento multimodal com recurso a cirurgia seguida de quimioterapia. Da realização deste estudo podemos concluir que pelo fato do hemangiossarcoma ser um tumor maligno de comportamento agressivo e elevado potencial metastático, é importante que os médicos veterinários estejam familiarizados com as várias apresentações clínicas, a fim de poderem realizar um diagnóstico atempado desta neoplasia