Medir qualidade de vida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Pedro Lopes
Data de Publicação: 2008
Outros Autores: Pinto, Ana Barros
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/15978
Resumo: Este artigo descreve os procedimentos seguidos para a criação e validação da versão portuguesa de um instrumento de medição da qualidade de vida para doentes em cuida- dos paliativos. Após uma revisão bibliográfica sobre a medição da qualidade de vida deste grupo muito específico de doentes, optou-se pelo instrumento de medição denominado Palliative Care Outcome Scale (POS) de autoria de Irene Higginson por ser aquele que considerá- mos mais adequado à realidade dos doentes portugueses. Para a criação da versão portuguesa seguiram-se as metodologias de tradução-retroversão recomendadas na determinação de equivalências semânticas e linguísticas de instrumen- tos de medição de resultados em saúde. A validação foi efectuada com base numa amostra de 104 doentes oncológicos com idades compreendidas entre os 40 e os 85 anos, 70% do sexo feminino. No que se refere à patologia oncológica, 29% eram do pulmão, 46% da mama e 22% eram doentes com melanoma. A validade de conteúdo foi garantida por dois testes de compreensão realizados separa- damente com médicos oncologistas e com doentes. A validade de construção permitiu desvendar cinco factores ortogonais, incluindo o bem-estar emocional (19,7% de variância explicada), as consequências da doença na vida prática (18,2%), a informação recebida e o apoio sentido (11,7%), a ansiedade (10,1%) e, por fim, o incómodo causado pela doença (9,8%). A validade de critério foi testada através da comparação dos resultados obtidos pelo POS com os obtidos pelo EORTC QLQ-C30, um instrumento genérico dese- nhado especialmente para doentes oncológicos. Os valores de correlação encontrados foram moderados a fortes e variaram de 0,51 a 0,63. A fiabilidade da versão portuguesa do POS foi garantida através do teste de reprodutibilidade e da determinação da coerência interna. Os valores de correlação obti- dos num teste-reteste com um intervalo de uma semana variaram de 0,66 a 1,00, todos eles satisfatórios. O coeficiente α de Cronbach encontrado foi de 0,68, aceitável e permitindo encarar o POS como um índice. As sensibilidades, temporal e em relação aos vários diagnósticos, foram também estuda- das. A comparação entre os valores medidos com um mês de intervalo demonstrou uma sensibilidade do POS à degradação da qualidade de vida dos doentes. Este instrumento de medição também se mostrou sensível ao tipo de patologia. Em conclusão, pode defender-se a qualidade do desempenho da versão portuguesa do POS. Esta versão pode ser usada para avaliar prospectivamente os cuidados paliativos em doentes oncológicos avançados.
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