Cardiotocografia vs STAN

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rosa, Rita Lourenço Lucas da
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/8900
Resumo: Introdução: A monitorização fetal intraparto é um método essencial e integrante da prática clínica obstétrica atual. Tem como objetivo evitar a ocorrência de complicações e lesões relacionadas com a hipoxia e acidose metabólica fetais durante o parto, a fim de evitar a realização de intervenções desnecessárias que podem acarretar morbilidade fetal e/ou materna. A cardiotocografia (CTG) regista simultaneamente a frequência cardíaca fetal e a contractilidade uterina e é, atualmente, o método mais utilizado. Apesar disso, pode ser influenciada por diversos fatores e levar a interpretações erróneas dos registos que podem resultar em intervenções desnecessárias e aumento dos partos por cesariana, muitas vezes sem quaisquer benefícios para a mãe e/ou feto. No sentido de colmatar as suas desvantagens e a falta de evidência de benefícios no seu uso, foi introduzida uma nova tecnologia denominada de STAN (ST-Segment Analysis) que combina a CTG com a análise do eletrocardiograma fetal, permitindo uma monitorização contínua do estado fetal. No Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), o STAN foi introduzido em agosto de 2013. Material e Métodos: Estudo retrospetivo e comparativo de partos de feto único no CHCB durante 2015 e 2016, com base nos dados dos processos clínicos de utentes. Foram retirados dados de 75 partos monitorizados com STAN e 134 casos de controlo como amostra representativa do universo dos partos ocorridos no CHCB sem STAN. A análise estatística foi efetuada com o Statistical Package for the Social Sciences® 24. Resultados e Discussão: Verificou-se que o uso do STAN permitiu reduzir as taxas de cesariana (3,8% vs 26,8%), aumentar o número de partos eutócicos (PE) tanto em primíparas quanto em multíparas (24,0% de PE e 6,7% de cesarianas nas primíparas e 32,0% de PE e 4,0% de cesarianas nas multíparas vs 20,1% de PE e 23,1% de cesarianas nas primíparas e 26,1% de PE e 18,7% de cesarianas nas multíparas com CTG), reduzir a percentagem de cesarianas após uma cesariana anterior (8,6% vs 25,8%), a taxa de cesarianas nos partos induzidos (6,7% vs 14,2%) e as morbilidades neonatais (23,4% vs 36,8%) comparativamente à CTG convencional. No entanto, houve a registar uma maior taxa de partos vaginais instrumentalizados nas mulheres monitorizadas com STAN do que com CTG (11.9% vs 7.7%). Não se registaram diferenças significativas no índice de Apgar entre os dois tipos de monitorização fetal nem no resultado dos partos com analgesia epidural. Conclusão: Neste estudo, verificou-se que o uso do STAN permitiu reduzir o número de cesarianas, aumentar o número de partos eutócicos tanto em primíparas quanto em multíparas e também reduzir a percentagem de cesarianas em parturientes com uma cesariana anterior e em partos induzidos. No entanto, houve a registar uma maior taxa de partos vaginais instrumentalizados nos partos monitorizados com STAN.
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Apesar disso, pode ser influenciada por diversos fatores e levar a interpretações erróneas dos registos que podem resultar em intervenções desnecessárias e aumento dos partos por cesariana, muitas vezes sem quaisquer benefícios para a mãe e/ou feto. No sentido de colmatar as suas desvantagens e a falta de evidência de benefícios no seu uso, foi introduzida uma nova tecnologia denominada de STAN (ST-Segment Analysis) que combina a CTG com a análise do eletrocardiograma fetal, permitindo uma monitorização contínua do estado fetal. No Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), o STAN foi introduzido em agosto de 2013. Material e Métodos: Estudo retrospetivo e comparativo de partos de feto único no CHCB durante 2015 e 2016, com base nos dados dos processos clínicos de utentes. Foram retirados dados de 75 partos monitorizados com STAN e 134 casos de controlo como amostra representativa do universo dos partos ocorridos no CHCB sem STAN. A análise estatística foi efetuada com o Statistical Package for the Social Sciences® 24. Resultados e Discussão: Verificou-se que o uso do STAN permitiu reduzir as taxas de cesariana (3,8% vs 26,8%), aumentar o número de partos eutócicos (PE) tanto em primíparas quanto em multíparas (24,0% de PE e 6,7% de cesarianas nas primíparas e 32,0% de PE e 4,0% de cesarianas nas multíparas vs 20,1% de PE e 23,1% de cesarianas nas primíparas e 26,1% de PE e 18,7% de cesarianas nas multíparas com CTG), reduzir a percentagem de cesarianas após uma cesariana anterior (8,6% vs 25,8%), a taxa de cesarianas nos partos induzidos (6,7% vs 14,2%) e as morbilidades neonatais (23,4% vs 36,8%) comparativamente à CTG convencional. No entanto, houve a registar uma maior taxa de partos vaginais instrumentalizados nas mulheres monitorizadas com STAN do que com CTG (11.9% vs 7.7%). Não se registaram diferenças significativas no índice de Apgar entre os dois tipos de monitorização fetal nem no resultado dos partos com analgesia epidural. Conclusão: Neste estudo, verificou-se que o uso do STAN permitiu reduzir o número de cesarianas, aumentar o número de partos eutócicos tanto em primíparas quanto em multíparas e também reduzir a percentagem de cesarianas em parturientes com uma cesariana anterior e em partos induzidos. No entanto, houve a registar uma maior taxa de partos vaginais instrumentalizados nos partos monitorizados com STAN.Introduction: Foetal monitoring during childbirth is essential in the current clinical practice in obstetrics. Its main goal is to prevent complications and lesions related to hypoxia and metabolic acidosis during birth, to avoid unnecessary interventions that can lead to foetal and/or maternal morbidity. Cardiotocography (CTG) registers simultaneously the foetal heart rate and uterine contractility and is the most common method used nowadays. However, CTG can be influenced by several factors that can lead to unnecessary interventions, increasing the number of caesarean sections, without positive outcomes to the mother or the foetus. To avoid the disadvantages and limitations associated to the use of CTG, a new technology was introduced that combines both CTG with ST segment analysis, allowing a continuous monitoring of the foetal state. The STAN technology was introduced at Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) in August 2013. Material and Methods: This is a comparative and retrospective study of singleton births in CHCB during 2015 and 2016, 75 of them monitored with STAN and 134 randomly selected case control births with CTG. The statistics analysis was made with Statistical Package for the Social Sciences® 24. Results and Discussion: STAN monitoring lead to less c- sections (3.8% vs 26,8% with CTG), more vaginal births in both nulliparous and multiparous women (24% vaginal births and 6.7% c- sections in nulliparous, 32% vaginal births and 4% c- sections in multiparous vs 20.1% vaginal births and 23.1% c- sections in primiparous and 26.1% vaginal births and 18.7% c- sections in multiparous with CTG), less c- sections following a previous c- section labour (8.6% vs 25.8% with CTG), less c- sections in induced labours (6.7% vs 14.2%) and less neonatal morbidities (24.3% vs 36.8% with CTG) when compared to CTG monitoring. STAN monitoring registered more instrumental vaginal births (11.9% vs 7.7%) and didn’t improve the Apgar results at the 1st and 5th minutes and neither in induced labours. Conclusion: In this study, we verified that STAN monitoring lead to less c- sections, more vaginal births in both nulliparous and multiparous women and less c- sections following a previous c- section labour and in induced labours. However, there were more instrumental vaginal births with STAN when compared with CTG.Martins, Renato Alessandre SilvaMoutinho, José Alberto FonsecauBibliorumRosa, Rita Lourenço Lucas da2020-01-29T16:34:20Z2018-05-102018-03-202018-05-10T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8900TID:202362973porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:49:18Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8900Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:49:10.493016Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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