Oclusão arteriolar retiniana e a Oxigenoterapia Hiperbárica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vaz Pereira, Cristina
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Pina, Susana, Azevedo, Ana Rita, Silva, Ivo, Franco, Mónica, Prior Filipe, Helena, Cavalheiro, Diogo, Gamito Guerreiro, Francisco
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.48560/rspo.5983
Resumo: Introdução: A oxigenoterapia hiperbárica (OTHB) consiste na administração de uma fracção inspirada de oxigénio próxima de 100%, num ambiente com uma pressão superior (2,5 atm) à pressão atmosférica ao nível do mar. Este aumento de pressão irá resultar num aumento da pressão arterial e tecidular de oxigénio, em que o volume de oxigénio dissolvido e transportado pelo plasma, aumenta mais de 22 vezes, o que estará na base da maioria dos efeitos fisiológicos e terapêuticos do oxigénio hiperbárico. O príncipio de actuação da OTHB na oclusão arteriolar retiniana é o aumento de oxigénio ligado a hemoglobina e fundamentalmente no plasma, com consequentemente aumento da con- centração de oxigénio no território vascular da coroideia. De acordo com as recomendações baseadas na evidência científica emitidas pelo European Committee for Hyperbaric Medicine (ECHM) as doenças oftalmológicas isquémicas agudas têm uma indicação de tipo III- opcional. Objectivo: Avaliar os resultados funcionais e estruturais em doentes com oclusão arteriolar retiniana tratados com OTHB. Métodos: Os autores apresentam os resultados funcionais e estruturais de três doentes subme- tidos a esta terapêutica, no contexto de oclusão da artéria central da retina (doente 1), da artéria cilio-retiniana (doente 2) e de ramo da artéria central da retina (doente 3). Os casos foram docu- mentados com retinografia e tomografia de coerência óptica de forma seriada. Resultados: No caso clínicos apresentados, assistiu-se a uma acentuada melhoria funcional e estrutural. O doente 1 iniciou OTHB às 24 horas de evolução e ocorreu uma melhoria de acui- dade visual (AV) de “movimentos de mão” para 0,3; o doente 2 iniciou OTHB às 48 horas de evolução e ocorreu uma melhoria da AV de 0,1 para 0,5; e o doente 3 iniciou OTHB às 20 horas de evolução e ocorreu uma melhoria da AV de 0,4 para 1,0 com procura de campo. Conclusão: Embora não existam estudos controlados e aleatorizados que confirmem a eficácia da terapia com oxigénio hiperbárico no tratamento da patologia retiniana oclusiva arteriolar, os nossos resultados, bem como a literatura científica disponível, sugerem que esta pode ser uma alternativa válida, a par do controlo dos factores de risco predisponentes.
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