A multimorbilidade cardiovascular associada à hipertensão arterial: uma análise em coorte histórica na região centro de Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lemos, Ana Carolina Piloto
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/97735
Resumo: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
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spelling A multimorbilidade cardiovascular associada à hipertensão arterial: uma análise em coorte histórica na região centro de PortugalCardiovascular multimorbidity in hypertensive patients: analysis of an historic cohort in central PortugalCuidados de Saúde PrimáriosHipertensão arterialICPC-2Medicina Geral e FamiliarMultimorbilidadeArterial hypertensionGeneral Practice and Family MedicineICPC-2MultimorbidityPrimary Health CareTrabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de MedicinaIntrodução: A hipertensão arterial é o mais importante fator de risco para doença cardiovascular. Associa-se a multimorbilidade cardiovascular, com implicações nefastas na qualidade de vida, na gestão da saúde e na mortalidade. Os efeitos da hipertensão na morbilidade cardiovascular da população portuguesa não foram ainda alvo de estudo, podendo isto ser feito pela ICPC-2 no ambiente de Medicina Geral e Familiar. Objetivos: Estudar a evolução da multimorbilidade cardiovascular (capítulo K da ICPC-2) associada à hipertensão arterial, em função do tempo de doença.Métodos: Estudo observacional da coorte histórica dos diagnosticados em 2008 com hipertensão arterial (ICPC-2 K86) e com idade entre 30 e 99 anos, em Unidades de Saúde dos Cuidados de Saúde Primários na região de abrangência da Administração Regional de Saúde do Centro, após obtenção de parecer ético positivo. Recolheu-se informação anonimizada para os mesmos indivíduos também em 2013 e 2018. Para além da idade, a informação recebida incluiu o sexo dos indivíduos e os novos códigos ICPC-2 (capítulo cardiovascular). Os dados foram cedidos pelo setor de informática da ARS do Centro. Realizou-se estatística descritiva e inferencial.Resultados: Universo de 55892 pessoas em 2008, com idade média de 64,6±12,7 anos, 1,4% entre os 30 e os 35 anos e 52,9% com idade igual ou superior a 65 anos, sendo 59,0% mulheres, residindo 61,6% no litoral da região Centro. Entre 2008 e 2018, o número de homens diminuiu cerca de 24% e cerca de 20% o número de mulheres. O sexo masculino esteve associado a um maior número de códigos K ativos após 5 anos (p<0,001) e 10 anos (p=0,007), mas não no momento de diagnóstico (p=0,093). Em todos os grupos etários e ao longo das três observações, a maior parte tinha 1 código K ativo e o número de códigos ativos foi sendo sucessivamente mais elevado de 2008 para 2018. Verificaram-se diferenças significativas no número médio de códigos K ativos entre os diferentes grupos etários e em sucessão em todos os três momentos. Por escalão etário, o número médio de códigos ativos foi significativamente superior ao escalão anterior (p<0,001). A insuficiência cardíaca (K77) é o código mais frequente nos doentes diagnosticados com hipertensão arterial (em 2008), prevalecendo a arritmia cardíaca nos anos subsequentes. O tipo de morbilidades cardiovasculares mais associadas à hipertensão arterial está associado ao tempo de evolução da doença (χ2=367,6; p<0,001).Discussão: A morbilidade cardiovascular secundária à hipertensão arterial afeta principalmente o sexo feminino mais idoso e residente no litoral, sendo mais incidente nos primeiros 5 anos após o diagnóstico. As patologias adquiridas mais frequentes foram as varizes dos membros inferiores, a arritmia cardíaca e a insuficiência cardíaca, parecendo existir causalidade indireta e tardia da hipertensão arterial no enfarte agudo do miocárdio e no acidente vascular cerebral.Conclusão: Do nosso conhecimento, este é o primeiro estudo em Portugal a avaliar o impacto da hipertensão arterial no desenvolvimento de multimorbilidade cardiovascular. A associação de patologias do aparelho cardiovascular à hipertensão arterial ao longo do tempo é um desafio a encarar precocemente após o diagnóstico.Background: Arterial Hypertension is the most important risk factor for cardiovascular disease. It’s linked to cardiovascular multimorbidity with ominous implications on quality of life, health management, and mortality. The effects of hypertension on the cardiovascular morbidity of the portuguese population have been poorly studied. This can be done using the International Classification for Primary Care in the general practice/family medicine setting.Objectives: To evaluate the trends of cardiovascular multimorbidity (ICPC-2 K chapter) associated with arterial hypertension, according to disease time.Methods: This was an observational study with a cohort of patients attending Primary Care Health Units in the Portuguese center region. Patients were aged between 30 and 99 years old and diagnosed with hypertension in 2008. Clinical information was also collected in 2013 and 2018 and comprised sex, age and the added ICPC-2 K-chapter codes received from the informatics services of the Health Regional Administration of the Center. Descriptive and inferential statistical analysis was performed.Results: We analyzed a total of 55892 people from 2008, mean age of 64.6±12.7 years, 1.4% between the ages of 30 and 35 and 52.9% with 65 years or more, 59.0% women and 61.6% living in the seaside. Between 2008 and 2018, the frequency of males and females declined 24% and 20%, respectively. Males were associated with a higher number of K-chapter codes after 5 years (p<0.001), 10 years (p=0.007), but not at the beginning of the follow-up (p=0.093). For all groups of ages along the three observations, the majority had 1 K chapter code and the number of active codes had a growing trend from 2008 to 2018. The mean number of K chapter codes was significantly higher between consecutive age groups (p<0.001) and observational moments (p<0.001). Chronic cardiac failure (K77) was the most frequent code in hypertensive patients diagnosed in 2008, while cardiac arrhythmia prevailed in 2013 and 2018. The type of cardiovascular morbidity developed was associated with the time of disease (χ2=367.6; p<0.001).Discussion: Cardiovascular morbidity secondary to hypertension affects mainly older female patients living in the seaside and is more incident in the first 5 years after diagnosis. The most frequent diseases found included inferior limbs varices, cardiac arrhythmia, and chronic cardiac failure. Hypertension seems to have an indirect and late role in the etiology of myocardial infarction and stroke. Conclusion: To our knowledge, this is the first study in Portugal assessing the impact of arterial hypertension on the development of cardiovascular morbidity. The presence of cardiovascular disorders in hypertensive patients should be rapidly tackled and treated from the moment of diagnosis.2019-11-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/97735http://hdl.handle.net/10316/97735TID:202713784pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessLemos, Ana Carolina Pilotoreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-05-25T06:45:06Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/97735Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:15:42.325087Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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