Caracterização dos períodos gastos para aceder a consultas subsequentes em cardiologia : suas implicações para a planificação de prestação de cuidados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Maria Inês Fernandes
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/36976
Resumo: Este estudo pretende caracterizar a distribuição de tempo efetivo das consultas de Cardiologia, comparando a opinião dos profissionais de saúde com a dos doentes, e eventuais vantagens de algumas destas poderem decorrer à distância. Insere-se na perspetiva de ajustamento do serviço às exigências de um novo tipo de profissional e de utente em face do potencial da oferta de serviços virtuais na área da saúde, utilizando as vantagens das tecnologias da informação. Foi realizado um questionário a 108 doentes com consulta marcada e efetivada nas consultas externa de Cardiologia e de Insuficiência Cardíaca, no período compreendido entre 10 de março e 28 de abril de 2014. Os resultados evidenciam que 30% do tempo efetivo da consulta é despendido para interação com o computador. Na opinião dos médicos é ainda despendido 19% do tempo para exames e 51% para diálogo com os doentes. Comparativamente, é entendimento dos doentes que o tempo se distribui em 13% para exames e 57% para diálogo. Nas consultas de Enfermagem em Insuficiência Cardíaca, enfermeiros e doentes, consideram que 69% do tempo foi usado para diálogo, 14% do para interação com o computador e 17% para a realização de exames. Maioritariamente, enfermeiros, médicos e doentes não concordam com a realização da consulta à distância (98,7%, 92,5% e 93,4%, respetivamente). No entanto, verifica-se que os doentes do género feminino e com habilitações literárias mínimas ao nível do ensino básico estão mais recetivos para a possibilidade de as consultas poderem decorrer à distância. De salientar que 57% dos doentes que trabalham tiveram de se ausentar do serviço; 64% necessitaram de acompanhantes e 18% destes também faltaram ao trabalho; 50% dos doentes recorreram a transportes pagos (viatura própria/ambulância/táxi) e 34% necessitaram tomar refeição fora de casa. Em média os doentes demoraram 48 minutos para se deslocarem 30 km até ao hospital. Apesar de todas as implicações de tempo e dos custos associados à deslocação ao hospital, profissionais de saúde e doentes evidenciam ainda reduzida motivação para aproveitamento das funcionalidades/vantagens proporcionadas pela telemedicina.
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