A Relação da Doença Venosa Crónica Avançada com a Psicopatologia e a Qualidade de Vida
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.17/4575 |
Resumo: | Introdução: As consequências psicopatológicas e na qualidade de vida da DVC podem ser significativas, particularmente nos estadios mais avançados. As perturbações da ansiedade e do humor já estão frequentemente presentes no doente que procura o cirurgião vascular por DVC. O objetivo deste estudo foi identificar e caracterizar a psicopatologia na DVC e a sua relação com a qualidade de vida. Métodos: Estudo transversal que incluiu todos os doentes observados em primeira consulta de dois cirurgiões vasculares de um hospital universitário terciário, com o diagnóstico de DVC, de Dezembro de 2019 a Janeiro de 2021. Após realização da consulta, foram aplicados 5 questionários validados na língua portuguesa: EQ-5D (Euro quality of life – 5 Dimensions), EQVAS (Euro QoL visual analogue scale), CIVIQ20 (chronic venous insufficiency questionnaire), BAI (Beck Anxiety Inventory) e BDI (Beck's Depression Inventory). Os endpoints primários foram os scores sugestivos de perturbações da ansiedade e de humor, avaliadas nos questionários BAI e BDI, respetivamente. Os endpoints secundários foram a qualidade de vida, avaliada nos questionários EQ-5D, EQVAS e CIVIQ20. Os achados foram correlacionados com a classe clínica (C) da classificação CEAP (clinical, etiological, anatomical and pathophysiological). Resultados: Foram incluídos 59 doentes. A idade mediana foi de 58 anos. 73% eram do sexo feminino. 20% realizava previamente medicação psiquiátrica. A distribuição na classificação clínica CEAP foi a seguinte: C1 7%; C2 64%; C3 10%; C4 15%; C5 2%; C6 2%. O score CIVIQ20 mediano foi de 48 e a pontuação mediana na escala EQVAS foi de 75. O score mediano BAI foi 16, com 40% dos doentes a relatarem níveis moderados ou potencialmente preocupantes de ansiedade; o score mediano BDI foi 7, com 31% dos doentes a relatarem níveis pelo menos ligeiros de depressão. Verificou-se uma correlação positiva entre a classe clínica CEAP e o score BAI (p=0,049) e o score BDI (p=0,039). Não se verificou correlação entre a classe clínica CEAP e a pontuação na EQVAS. Doentes com score CIVIQ20 superior selecionaram pontuações inferiores na EQVAS (p<0,001). Verificou-se uma correlação positiva entre o score CIVIQ20 e o score BAI (p<0,001) e o score BDI (p=0,003). Doentes com pior saúde percecionada na EQVAS apresentaram scores superiores de ansiedade (p=0,009) e de depressão (p<0,001). Verificou-se uma correlação positiva entre o score BAI e o score BDI (p=0,002). Conclusão: As perturbações da ansiedade e do humor coexistem frequentemente e são prevalentes nos doentes com DVC sintomática. A relação entre sinais clínicos graves de DVC, qualidade de vida inferior e presença de psicopatologia foi demonstrada neste trabalho, que sugere a necessidade de uma abordagem psicológica adjuvante nos doentes com DVC. |
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A Relação da Doença Venosa Crónica Avançada com a Psicopatologia e a Qualidade de VidaThe Relationship Between Advanced Chronic Venous Disease, Psychopathology and Quality of LifeHSM CIR VASCDoença Venosa CrónicaQualidade de VidaAnsiedadeDepressãoIntrodução: As consequências psicopatológicas e na qualidade de vida da DVC podem ser significativas, particularmente nos estadios mais avançados. As perturbações da ansiedade e do humor já estão frequentemente presentes no doente que procura o cirurgião vascular por DVC. O objetivo deste estudo foi identificar e caracterizar a psicopatologia na DVC e a sua relação com a qualidade de vida. Métodos: Estudo transversal que incluiu todos os doentes observados em primeira consulta de dois cirurgiões vasculares de um hospital universitário terciário, com o diagnóstico de DVC, de Dezembro de 2019 a Janeiro de 2021. Após realização da consulta, foram aplicados 5 questionários validados na língua portuguesa: EQ-5D (Euro quality of life – 5 Dimensions), EQVAS (Euro QoL visual analogue scale), CIVIQ20 (chronic venous insufficiency questionnaire), BAI (Beck Anxiety Inventory) e BDI (Beck's Depression Inventory). Os endpoints primários foram os scores sugestivos de perturbações da ansiedade e de humor, avaliadas nos questionários BAI e BDI, respetivamente. Os endpoints secundários foram a qualidade de vida, avaliada nos questionários EQ-5D, EQVAS e CIVIQ20. Os achados foram correlacionados com a classe clínica (C) da classificação CEAP (clinical, etiological, anatomical and pathophysiological). Resultados: Foram incluídos 59 doentes. A idade mediana foi de 58 anos. 73% eram do sexo feminino. 20% realizava previamente medicação psiquiátrica. A distribuição na classificação clínica CEAP foi a seguinte: C1 7%; C2 64%; C3 10%; C4 15%; C5 2%; C6 2%. O score CIVIQ20 mediano foi de 48 e a pontuação mediana na escala EQVAS foi de 75. O score mediano BAI foi 16, com 40% dos doentes a relatarem níveis moderados ou potencialmente preocupantes de ansiedade; o score mediano BDI foi 7, com 31% dos doentes a relatarem níveis pelo menos ligeiros de depressão. Verificou-se uma correlação positiva entre a classe clínica CEAP e o score BAI (p=0,049) e o score BDI (p=0,039). Não se verificou correlação entre a classe clínica CEAP e a pontuação na EQVAS. Doentes com score CIVIQ20 superior selecionaram pontuações inferiores na EQVAS (p<0,001). Verificou-se uma correlação positiva entre o score CIVIQ20 e o score BAI (p<0,001) e o score BDI (p=0,003). Doentes com pior saúde percecionada na EQVAS apresentaram scores superiores de ansiedade (p=0,009) e de depressão (p<0,001). Verificou-se uma correlação positiva entre o score BAI e o score BDI (p=0,002). Conclusão: As perturbações da ansiedade e do humor coexistem frequentemente e são prevalentes nos doentes com DVC sintomática. A relação entre sinais clínicos graves de DVC, qualidade de vida inferior e presença de psicopatologia foi demonstrada neste trabalho, que sugere a necessidade de uma abordagem psicológica adjuvante nos doentes com DVC.Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia VascularRepositório do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, EPECorreia, RBento, RGarcia, RPais, FGarcia, ABastos Gonçalves, FFerreira, ME2023-06-23T15:10:00Z2021-092021-09-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.17/4575porAngiol Cir Vasc. 2021;17(3):252-258info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-06-25T03:45:13Zoai:repositorio.chlc.min-saude.pt:10400.17/4575Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:01:36.670701Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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