VACINA COVID-19: QUANTO VALEM OS ANTICORPOS?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Peixoto,J
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Vilaça,P, Oliveira,S
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532022000100023
Resumo: RESUMO Introdução Desde o aparecimento dos primeiros casos de COVID-19 que a pandemia apresentou um rápido crescimento com impacto à escala global. A capacidade de gerar imunidade é um fator chave para o seu controlo, tendo sido por isso sido alvo de investigação científica aprofundada até ao momento. Contudo, e apesar da administração generalizada de vacinas, mantêm-se várias dúvidas quanto à imunogenicidade das mesmas. A literatura sugere que tanto idade, sexo, bem como o estado serológico prévio, influenciam a diferença na resposta imunitária humoral. A seropositividade, idade jovem e o sexo feminino parecem ter uma influência positiva no nível de anticorpos, na maior parte dos estudos publicados até ao momento. Objetivo O objetivo deste estudo é avaliar a resposta humoral à vacina Pfizer-BionNTech, em profissionais de saúde seronegativos de um hospital periférico, por um período de seis meses, bem como a influência da seropositividade prévia, da idade e sexo. Métodos Tanto os profissionais com serologias positivas como negativas foram vacinados com duas doses. Procedeu-se à análise da influência das variáveis idade, sexo e estado serológico prévio nos níveis de anticorpos ao longo de seis meses. Foi feito o doseamento dos anticorpos através do imunoensaio de quimioluminescência IgG SARS-CoV-2 da Abbott (SARS-CoV-2 IgG II Quant®) em quatro tempos: previamente à primeira inoculação de vacina, assim como ao primeiro, terceiro e sexto mês após a segunda inoculação. O estudo incluiu uma amostra inicial de 1387 profissionais de saúde, mas apenas 391 cumpriram rigorosamente os quatro tempos supracitados. Da amostra final de 391 colaboradores, 341 apresentavam serologia negativa previamente à vacinação e não tinham história de RT-PCR positivo para COVID-19. Os restantes 50 apresentavam serologia positiva (>6.8 AU/mL). Resultados Observa-se que existe uma resposta mais robusta em indivíduos previamente seropositivos, tendo apresentado um valor quantitativo mais elevado de IgG, mas com um comportamento semelhante aos seronegativos no que respeita à sustentabilidade. Os anticorpos atingiram o pico no primeiro mês, especialmente em indivíduos mais jovens, apresentando declínio progressivo no semestre pós-vacinação para ambos os grupos. Numa população em que o sexo feminino é predominante, foi este que teve uma resposta quantitativa mais robusta para IgG. Por fim, verificamos uma diminuição marcada no número de infeções sintomáticas por COVID-19 após a imunização, que é transversal a toda a literatura atual. Conclusão Em suma, concluímos que indivíduos previamente infetados vacinados com duas doses têm o mesmo comportamento serológico, no que se refere à imunidade humoral, comparativamente aos não infetados vacinados com duas doses. Este resultado veio reforçar que o doseamento da imunidade humoral não pode ser utilizado como ferramenta de decisão clínica para a seleção e priorização de indivíduos a vacinar.
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