Queratopatia da Flórida: Relatos de casos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guimarães, Tarcísio
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Cardoso, Karla, Botelho, Fátima, Laranjo, Mafalda, Alexandre, Nuno
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/34559
Resumo: Introdução “Florida Spots” ou Queratopatia da Florida é uma desordem da córnea aparentemente benigna e assim denominada, pois os primeiros casos foram observados em gatos na região Sudeste da Florida, USA1,2. A queratopatia da Florida foram relatadadas em gatos e cães, sem observar diferenças relacionadas ao sexo e idade dos animais acometidos1. A desordem da córnea são localizadas dentro do estroma anterior de um ou de ambos os olhos, caracterizadas por opacidades singulares ou múltiplas de cor cinza a branco, de forma arredondada a irregular e frequentemente aparecem mais densas em seu centro3. A periferia das lesões adjacentes podem ainda se sobrepor3. Vários estudos foram realizados na procura do agente etiológico, mas nada foi esclarecedor3. Fator físico foi sugerido, mas não comprovado, incluindo a exposição à luz ultravioleta2,3. A queratopatia da Florida é assintomática, sendo o animal acometido, não apresenta qualquer sinal de inflamação, desconforto ou dor ocular1,3. As lesões não são alteradas pela terapia antibacteriana, antifúngica ou corticosteróides tópicos3. O objetivo do trabalho foi relatar o caso de dois gatos e um cão, com presença de opacificações corneanas, diagnosticadas como queratopatia da Florida. Descrição dos casos clínicos Um gato, macho castrado, sem raça definida de 5 anos(A1); um gato, fêmea, sem raça definida de 7 anos(A2) e um cão, fêmea castrada, Caniche de 9 anos(A3), foram atendidos com a presença de opacificações na córnea, sem história pregressa de tratamentos ou trauma ocular. Na avaliação oftalmológica com auxílio do biomicroscópio com lâmpada de fenda, observou-se a córnea com opacidade (nébula) de forma arredondada a irregular com centro discretamente mais opaco (macula). O animal A1 apresentou múltiplas opacidades em ambos os olhos. O animal A2 apresentou 65 opacificações com a periferia das lesões adjacentes sobrepostas, no olho direito. O animal A3 observou somente no olho direito uma única opacificação com o centro mais denso. Nenhum dos animais apresentavam qualquer sinal de desconforto ou inflamação no momento do exame. O painel hematológico e bioquímicos não revelaram qualquer alteração. O teste lacrimal de Schirmer e a pressão intraocular estavam dentro dos parâmetros para cada espécie. O teste com fluoresceína sódica evidenciada com a luz azul cobalto do biomicroscópio, não revelou qualquer ponto de penetração do corante. O teste com rosa bengala foi negativo, não observando coloração na superfície ocular. Devido as características das lesões corneanas, ausência de desconforto ou sinais de processos inflamatório ocular, associados a análises e exames dentro dos parâmetros fisiológicos, concluímos diagnosticar as lesões como queratopatia da Florida. Não foi empregada qualquer abordagem terapêutica, mas foi recomendado a documentação fotográfica e reavaliações semestral das lesões. Na reavaliação deve observar alterações nas opacidades ou mesmo diferenciação de outras queratopatia como distrofias e degenerações, já que essas são secundárias a alterações locais ou sistêmicas. Conclusão A queratopatia da Florida é uma desordem pouco conhecida e raramente diagnosticada. A similaridade entre outras queratopatia pode dificultar o seu diagnóstico. No entanto, com a realização de um exame minucioso e observação da aparência clínica das lesões, é possível determinar o diagnóstico. Acknowledgment: Os autores agradecem a colaboração de toda a equipe do Hospital Veterinário da Universidade de Évora e à Fundação de Ciência e Tecnologia (FCT), Portugal, (SFRH/BD/139319/2018). Bibliografia 1Machado, M. L. S, Baptista, N. I., & Breitsameter, I. (2004). Ocorrência de opacidades corneanas (Florida spots) em gatos atendidos no Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGS. Acta Scientiae Veterinariae, 32(1), 65-68. 2Tucker, G. S., Karpinski, L., & Fuseler, J. W. (1979). Morphology and distribution of lightscattering granules in the corneas of South Florida cats. J. Cell Biol, 83, 479A. 3Gelatt, K. N., Ben-Shlomo, G., Gilger, B. C., Hendrix, D. V., Kern, T. J., & Plummer, C. E. (Eds.). (2021). Veterinary ophthalmology. John Wiley & Sons.
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A queratopatia da Florida é assintomática, sendo o animal acometido, não apresenta qualquer sinal de inflamação, desconforto ou dor ocular1,3. As lesões não são alteradas pela terapia antibacteriana, antifúngica ou corticosteróides tópicos3. O objetivo do trabalho foi relatar o caso de dois gatos e um cão, com presença de opacificações corneanas, diagnosticadas como queratopatia da Florida. Descrição dos casos clínicos Um gato, macho castrado, sem raça definida de 5 anos(A1); um gato, fêmea, sem raça definida de 7 anos(A2) e um cão, fêmea castrada, Caniche de 9 anos(A3), foram atendidos com a presença de opacificações na córnea, sem história pregressa de tratamentos ou trauma ocular. Na avaliação oftalmológica com auxílio do biomicroscópio com lâmpada de fenda, observou-se a córnea com opacidade (nébula) de forma arredondada a irregular com centro discretamente mais opaco (macula). O animal A1 apresentou múltiplas opacidades em ambos os olhos. 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Não foi empregada qualquer abordagem terapêutica, mas foi recomendado a documentação fotográfica e reavaliações semestral das lesões. Na reavaliação deve observar alterações nas opacidades ou mesmo diferenciação de outras queratopatia como distrofias e degenerações, já que essas são secundárias a alterações locais ou sistêmicas. Conclusão A queratopatia da Florida é uma desordem pouco conhecida e raramente diagnosticada. A similaridade entre outras queratopatia pode dificultar o seu diagnóstico. No entanto, com a realização de um exame minucioso e observação da aparência clínica das lesões, é possível determinar o diagnóstico. Acknowledgment: Os autores agradecem a colaboração de toda a equipe do Hospital Veterinário da Universidade de Évora e à Fundação de Ciência e Tecnologia (FCT), Portugal, (SFRH/BD/139319/2018). Bibliografia 1Machado, M. L. S, Baptista, N. I., & Breitsameter, I. (2004). 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