Arendt e Lubitsch: A Comédia do Mal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Serrão, Helena Maria Lucas Correia
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/18269
Resumo: Esta dissertação pretende mostrar como o tratamento do fenómeno do mal referido concretamente ao nazismo se deixa compreender melhor através de uma análise que evidencia o ridículo e o cómico dos seus protagonistas. Esta hipótese encontra fundamento na valorização dos aspetos contrastantes entre as nossas expectativas sobre como devem ser as coisas, fruto de um juízo moral, e como estas aparecem para um espectador capaz de as compreender sem esse juízo moral antecipado. Esta abordagem é estética e ética, pois isola os mecanismos teatrais presentes na experiência de ver e dar a ver que encontramos expostos de forma implícita nas duas obras que são objeto referencial deste trabalho: Eichmann em Jerusalém de Hannah Arendt e o filme To Be or Not to Be de Ernst Lubitsch. A expressão “banalidade do mal” configura a metáfora desta nova forma de mal exposta na sua vulgaridade por oposição à dimensão do seu efeito excecional no mundo, pretende-se deste modo, não só julgar um fenómeno novo como encontrar uma linguagem que o desoculte e anule o seu poder. Essa linguagem é a ironia que retira aos protagonistas do mal qualquer forma de grandeza demonstrando para a História que o mal absoluto pode ser efetuado por homens superficiais e sem qualquer traço de carácter relevante.
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