Caracterização de factores de risco da malária placentária por Plasmodium falciparum em Luanda
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/64809 |
Resumo: | A malária causada por Plasmodium falciparum é a maior causa de morbilidade e mortalidade materna e infantil na África subsahariana. O objectivo desta tese foi caracterizar factores do parasita e do hospedeiro que são determinantes para o desenvolvimento das manifestações patológicas da malária placentária em Luanda. Os objectivos específicos foram: 1. Determinar a prevalência da infecção por P. falciparum e caracterizar os factores de risco de malária em mulheres grávidas que recorrem à consulta pré-natal; 2. Determinar a prevalência da infecção placentária por P. falciparum. 3. Caracterizar os factores socioeconómicos e avaliar a eventual existência de associações com malária placentária, baixo peso à nascença, anemia, prematuridade, risco acrescido de mortalidade para o recém-nascido, malária congénita e paridade. 4. Caracterizar genotipicamente os parasitas na placenta, sangue periférico da mãe e sangue do cordão. Métodos: (I) De Abril a Setembro 2008, 679 mulheres grávidas que acorreram à consulta pré-natal foram envolvidas no estudo após consentimento informado. O perfil sócio-demográfico, história de malária e obstétrica foram investigados através de um questionário. O diagnóstico foi efectuado por microscopia óptica e as concentrações da hemoglobina foram determinadas pelo método do ácido hemático segundo Sahli et al., (1984), usando hemoglobinómetro (HaemoCue, Switzerland) a todas as mulheres recrutadas. Foi analisada a associação entre a idade, paridade, tempo de gestação, residência, escolaridade, malária durante a gravidez, anemia e tratamento com a infecção por P. falciparum. (II) O estudo envolveu 866 mulheres grávidas, em trabalho de parto nas Maternidades Lucrécia Paím e Hospital Geral Especializado Augusto Ngangula, de Abril 2006 a Fevereiro 2008. As mulheres só participaram no estudo após consentimento informado. Foi efectuado um questionário a todas as parturientes. P. falciparum foi diagnosticado por PCR, em três compartimentos: sangue periférico da mãe, do cordão umbilical e da placenta. Foi analisada a associação entre a idade, paridade, tempo de gestação, residência, escolaridade e malária durante a gravidez com a infecção por P. falciparum nos três compartimentos. (III) As amostras de 143 grávidas positivas por PCR para P. falciparum, em pelo menos um dos compartimentos, foram genotipadas utilizando microssatélites. Resultados: (I) Das 679 mulheres estudadas, a média de idade foi 25,7 anos. No momento do estudo 10,9% mulheres estavam infectadas com P. falciparum no sangueperiférico. O valor médio de hemoglobina foi 11,1 ± 0,07 g/dL, encontrou-se uma associação significativa entre a história de malária na gravidez e a anemia com a infecção actual por P. falciparum. (II) A média de idade das mulheres estudadas foi 24,1 anos, sendo 39,6% primigestas e 60,4% multigestas. No momento da pesquisa estavam infectadas por P. falciparum 15,6% e 12% destas tinham parasitas detectados em todos os compartimentos, sendo 47% na placenta, 8% no sangue periférico e 6% no cordão umbilical. (III) Os nove loci estudados revelaram-se altamente polimórficos, o número médio de alelos variou de 9,2 no cordão umbilical, 11 no sangue periférico, a 14,2 na placenta. O número efectivo de alelos foi geralmente menor no sangue do cordão umbilical. O número efectivo de alelos foi menor do que o número de alelos, indicando que muitos alelos têm baixa frequência ou são raros. A multiplicidade de infecção foi ligeiramente superior na placenta. Conclusões: (I) Os resultados sugerem que a história de malária anterior na gravidez é um factor de risco para uma infecção actual e que a anemia foi uma complicação importante associada à malária, mesmo em mulheres que receberam tratamento durante a gravidez com sulfadoxina-pirimetamina. (II) A prevalência da malária placentária é maior do que a do sangue periférico. A presença de parasitas no sangue do cordão sugere malária congénita. (III) A comparação da frequência alélica no cordão umbilical, placenta e sangue periférico indica que não existem diferenças entre as subpopulações. |
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Resultados: (I) Das 679 mulheres estudadas, a média de idade foi 25,7 anos. No momento do estudo 10,9% mulheres estavam infectadas com P. falciparum no sangueperiférico. O valor médio de hemoglobina foi 11,1 ± 0,07 g/dL, encontrou-se uma associação significativa entre a história de malária na gravidez e a anemia com a infecção actual por P. falciparum. (II) A média de idade das mulheres estudadas foi 24,1 anos, sendo 39,6% primigestas e 60,4% multigestas. No momento da pesquisa estavam infectadas por P. falciparum 15,6% e 12% destas tinham parasitas detectados em todos os compartimentos, sendo 47% na placenta, 8% no sangue periférico e 6% no cordão umbilical. (III) Os nove loci estudados revelaram-se altamente polimórficos, o número médio de alelos variou de 9,2 no cordão umbilical, 11 no sangue periférico, a 14,2 na placenta. O número efectivo de alelos foi geralmente menor no sangue do cordão umbilical. 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The aim of the present thesis was to characterize parasite and host factors that determine the development of pathological manifestations of placental malaria in Luanda, Angola. The specific objectives were: 1. To determine the prevalence of Plasmodium falciparum infection and to characterise possible risk factors in pregnant women attending antenatal care. 2. To determine the prevalence of placental infection by P. falciparum. 3. To characterise the socio-economic factors and evaluate the possible association of placental malaria with low birth weight, anemia, prematurity, increased risk of mortality for the newborn, congenital malaria and parity. 4. To characterise genotypically the parasites in the placenta, mother peripheral blood and cord blood. Methods: (I) From April to September 2008, 679 pregnant women who attended the antenatal care clinics were involved in the study after informed consent. The social demographic profile and obstetric history of malaria were investigated through a questionnaire. The diagnosis was made by optical microscopy. The hemoglobin concentration in the peripheral blood was determined. The effect of age, parity, gestational age, residence, education, malaria during pregnancy, anemia and treatment on P. falciparum infection was investigated. (II) The study involved 866 women when they presented for delivery at the Augusto Ngangula and Lucrécia Paim maternitiesbetween April 2006 and February 2008. After informed consent was given a questionnaire was used to record social, demographic and clinical information.P. falciparum was diagnosed by PCR in the 3 compartments: peripheral, placental and cord blood. The association between age, parity, gestational age, residence, education, malaria in pregnancy with the infection by P. falciparum in the three compartments was investigated. (III) Microsatellites were used to genotype P. falciparum from peripheral, placental and umbilical cord blood from 143 pregnant women who were infected at least in one of the 3 compartments. Results: (I) Of the 679 women studied, the average age was 25.7 years. At the time of study 10.9% women were infected with P. falciparum in peripheral blood. Present P. falciparum infection showed significant association with history of malaria in pregnancy and with anemia at the time of observation. (II) The average women age was 24.1 years, 39.6% were primiparous and 60.4% were multiparous P. falciparum infection was detected in 15.6% of the women. Twelve per cent had parasites detected in all compartments, 47% in the placenta, 8% in peripheral blood and 6% in the umbilical cord. (III) The 9 loci studied were highly polymorphic, the mean number of alleles ranged from 9.2 in the umbilical cord, 11 in peripheral blood, to 14.2 in the placenta. The effective number of alleles was generally lower in cord blood. The effective number of alleles was lower than the number of alleles, indicating that many alleles have low frequency or are rare. The multiplicity of infection was slightly higher in the placenta Conclusions: (I) The results suggest that the previous history of malaria in pregnancy is a risk factor for a current infection and anemia was a major complication associated with malaria, even in women who received treatment with sulfadoxine-pyrimethamine during pregnancy. (II) The placental malaria prevalence is higher than the peripheral blood. The presence of parasites in cord blood suggests congenital malaria. (III) A comparison of allele frequencies in the umbilical cord, placenta and peripheral blood indicates that there are no differences between populations of samples.Instituto de Higiene e Medicina TropicalSILVEIRA, Henrique Condinho daVARANDAS, Luís ManuelRUNCAMPOS, Paulo Adão de2019-03-28T11:36:29Z201120112011-01-01T00:00:00Zdoctoral thesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/64809porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-05-22T17:38:13Zoai:run.unl.pt:10362/64809Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-05-22T17:38:13Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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