As armações de atum no Algarve : A visão literária de Raul Brandão, Sousa Costa e Manuel Teixeira Gomes
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://publicacoes.ciac.pt/index.php/litntour/article/view/204 |
Resumo: | A pesca do atum foi desde a Antiguidade até, pelo menos, à década de 70 do século XX, uma das grandes riquezas da região do Algarve. As armações de pesca colocadas anualmente em alto mar frente à costa algarvia, tiveram um significativo impacto político, económico, ambiental e social nesta região. Estas incentivaram a deslocação sazonal de grandes massas humanas para a linha de costa, onde construíam pequenas aldeias – arraiais – para dar apoio à pesca. A influência e beleza desta pesca ficaram registadas não só na documentação histórica, mas também em produções artísticas e culturais como na pintura e na literatura. Serão considerados os relatos de viagem de três autores, através da análise do conteúdo das suas obras que enquadram a sua experiência de observação da captura de cardumes de atuns em armações fixas na década de 1920. Os verdadeiros labirintos de redes, boias e âncoras que aprisionavam estes animais durante a sua migração biológica entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo e também depois no seu regresso ao Oceano, foram o cenário das suas observações e narrativas. Os textos de Raul Brandão, Sousa Costa e Manuel Teixeira Gomes serão apresentados a partir das Humanidades Azuis, que consideram nas obras literárias as relações entre as sociedades humanas e o resto do mundo natural. Esta abordagem permite-nos revisitar um Algarve de outrora, em parte absorvido pelas construções no litoral e as consequências do turismo e da pressão imobiliária a que a região tem estado sujeita nas últimas décadas, no qual a relação entre as pessoas e o ambiente costeiro é o centro da história vivida e contada. |
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As armações de atum no Algarve : A visão literária de Raul Brandão, Sousa Costa e Manuel Teixeira GomesTuna traps in the Algarve: The literary vision of Raul Brandão, Sousa Costa and Manuel Teixeira GomesTuna traps in the Algarve: The literary vision of Raul Brandão, Sousa Costa and Manuel Teixeira GomesBlue HumanitiesFishing in literatureAlgarve CoastlineHistory and environmentSea and animalsBlue HumanitiesFishing in literatureAlgarve CoastlineHistory and environmentSea and animalsHumanidades AzuisPesca na literaturaLitoral algarvioHistória e ambienteMar e animaisA pesca do atum foi desde a Antiguidade até, pelo menos, à década de 70 do século XX, uma das grandes riquezas da região do Algarve. As armações de pesca colocadas anualmente em alto mar frente à costa algarvia, tiveram um significativo impacto político, económico, ambiental e social nesta região. Estas incentivaram a deslocação sazonal de grandes massas humanas para a linha de costa, onde construíam pequenas aldeias – arraiais – para dar apoio à pesca. A influência e beleza desta pesca ficaram registadas não só na documentação histórica, mas também em produções artísticas e culturais como na pintura e na literatura. Serão considerados os relatos de viagem de três autores, através da análise do conteúdo das suas obras que enquadram a sua experiência de observação da captura de cardumes de atuns em armações fixas na década de 1920. Os verdadeiros labirintos de redes, boias e âncoras que aprisionavam estes animais durante a sua migração biológica entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo e também depois no seu regresso ao Oceano, foram o cenário das suas observações e narrativas. Os textos de Raul Brandão, Sousa Costa e Manuel Teixeira Gomes serão apresentados a partir das Humanidades Azuis, que consideram nas obras literárias as relações entre as sociedades humanas e o resto do mundo natural. Esta abordagem permite-nos revisitar um Algarve de outrora, em parte absorvido pelas construções no litoral e as consequências do turismo e da pressão imobiliária a que a região tem estado sujeita nas últimas décadas, no qual a relação entre as pessoas e o ambiente costeiro é o centro da história vivida e contada. From ancient times until at least the 1970s, tuna fishing was one of the Algarve region’s greatest assets. The fishing traps set up every year on the high seas off the Algarve coast had a significant political, economic, environmental and social impact on the region. They encouraged the seasonal relocation of large masses of people to the coastline, where they built small villages – arraiais – to support the fishing. The influence and beauty of this fishing have been recorded not only in historical documentation, but also in artistic and cultural productions such as painting and literature. The travel accounts of three authors will be considered, by analyzing the content of their works, which frame their experience of observing the capture of schools of tuna in fixed traps in the 1920s. These veritable labyrinths of nets, buoys and anchors that trapped these animals during their biological migration between the Atlantic Ocean and the Mediterranean Sea, and then on their return to the ocean, were the setting for their observations and narratives. The texts by Raul Brandão, Sousa Costa and Manuel Teixeira Gomes will be presented from the perspective of the Blue Humanities, which considers the relationship between human societies and the rest of the natural world in literary works. This approach allows us to revisit an Algarve of yesteryear, partly absorbed by construction on the coast and the consequences of tourism and real estate pressure to which the region has been subjected in recent decades, in which the relationship between people and the coastal environment is the center of the story lived and told.From ancient times until at least the 1970s, tuna fishing was one of the Algarve region’s greatest assets. The fishing traps set up every year on the high seas off the Algarve coast had a significant political, economic, environmental and social impact on the region. They encouraged the seasonal relocation of large masses of people to the coastline, where they built small villages – arraiais – to support the fishing. The influence and beauty of this fishing have been recorded not only in historical documentation, but also in artistic and cultural productions such as painting and literature. The travel accounts of three authors will be considered, by analyzing the content of their works, which frame their experience of observing the capture of schools of tuna in fixed traps in the 1920s. These veritable labyrinths of nets, buoys and anchors that trapped these animals during their biological migration between the Atlantic Ocean and the Mediterranean Sea, and then on their return to the ocean, were the setting for their observations and narratives. The texts by Raul Brandão, Sousa Costa and Manuel Teixeira Gomes will be presented from the perspective of the Blue Humanities, which considers the relationship between human societies and the rest of the natural world in literary works. This approach allows us to revisit an Algarve of yesteryear, partly absorbed by construction on the coast and the consequences of tourism and real estate pressure to which the region has been subjected in recent decades, in which the relationship between people and the coastal environment is the center of the story lived and told. 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A pesca do atum foi desde a Antiguidade até, pelo menos, à década de 70 do século XX, uma das grandes riquezas da região do Algarve. As armações de pesca colocadas anualmente em alto mar frente à costa algarvia, tiveram um significativo impacto político, económico, ambiental e social nesta região. Estas incentivaram a deslocação sazonal de grandes massas humanas para a linha de costa, onde construíam pequenas aldeias – arraiais – para dar apoio à pesca. A influência e beleza desta pesca ficaram registadas não só na documentação histórica, mas também em produções artísticas e culturais como na pintura e na literatura. Serão considerados os relatos de viagem de três autores, através da análise do conteúdo das suas obras que enquadram a sua experiência de observação da captura de cardumes de atuns em armações fixas na década de 1920. Os verdadeiros labirintos de redes, boias e âncoras que aprisionavam estes animais durante a sua migração biológica entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo e também depois no seu regresso ao Oceano, foram o cenário das suas observações e narrativas. Os textos de Raul Brandão, Sousa Costa e Manuel Teixeira Gomes serão apresentados a partir das Humanidades Azuis, que consideram nas obras literárias as relações entre as sociedades humanas e o resto do mundo natural. Esta abordagem permite-nos revisitar um Algarve de outrora, em parte absorvido pelas construções no litoral e as consequências do turismo e da pressão imobiliária a que a região tem estado sujeita nas últimas décadas, no qual a relação entre as pessoas e o ambiente costeiro é o centro da história vivida e contada. |
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