Redes de Emigração Económica Clandestina com Destino a França (Penedono, 1960-1974)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Marta Nunes
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/1466
Resumo: Durante o Estado Novo, a política emigratória levada a cabo, especialmente pelo governo de Salazar, era limitativa. Esta posição do Estado não satisfazia a vontade da administração francesa que, vendo nos emigrantes portugueses uma mão-de-obra desejável, insistiu sempre na assinatura de acordos que possibilitassem a entrada em território francês de um maior número de trabalhadores. Como resultado da conjugação de uma série de factores internos e externos, desenvolveramse nos anos 60, com raízes no contrabando raiano, redes de emigração clandestina. Estas redes, que se estenderam para o interior do território nacional, e para Espanha com direcção a França, chegaram também ao concelho de Penedono, onde encontraram uma fonte de fornecimento de clandestinos, angariadores e engajadores. Estabelecendo um emaranhado de relações dentro e fora do pequeno concelho, criaram-se as condições para levar uma parte importante da população penedonense a caminho de França, contrariando o desejo de grande parte das elites rurais. O estudo de caso de Penedono é um retrato do que terá acontecido em grande parte do território rural do Norte de Portugal, quando, no crepúsculo do Estado Novo, o campesinato perspectivava na emigração a única forma de ascensão social. Penedono e os caminhos que levaram os seus clandestinos até à fronteira serão o pano de fundo para o desenvolvimento da análise: dos papéis desempenhados pelas redes de emigração clandestina; da sua actividade em contexto repressivo; e das relações e representações sociais construídas acerca destas mesmas redes.
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