Efeitos de disrupção endócrina do Octilmetoxicinamato (OMC) na resposta vascular endotelial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mangana, Carolina Leite
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/11263
Resumo: As doenças cardiovasculares (CVD) representam a causa número um de morte em todo o mundo. O endotélio vascular pode exercer um papel na fisiopatologia de doenças CVD. O octilmetoxicinamato (OMC) é um filtro UV-B amplamente usado a nível mundial em inúmeros produtos de cuidados pessoais, nomeadamente em protetores solares, cremes diários e maquilhagem. Atualmente o OMC é considerado um disruptor endócrino. Deste modo, o objetivo desta investigação foi avaliar os efeitos diretos do Octilmetoxicinamato (OMC) em artérias umbilicais humanas com endotélio, e os possíveis mecanismos envolvidos na resposta. Para isso foram definidos objetivos específicos: 1. Realização do isolamento e cultura de células endoteliais da artéria umbilical humana (HUA) e da veia umbilical humana (HUV); 2. Análise do efeito direto do OMC em HUA com e sem endotélio; 3. Análise dos possíveis mecanismos envolvidos no efeito do OMC na HUA com endotélio, principalmente o efeito nas vias de sinalização do óxido Nítrico (NO) e da Cicloxigenases (COXs) 4. Análise computacional de interação do OMC com proteínas envolvidas nas vias de sinalização endotelial. Os resultados demonstraram que o OMC exerce um efeito relaxante arterial rápido (não genómico) e dependente do endotélio quando as HUA estão previamente contraídas com serotonina (5-HT) e histamina (Hist). A relaxação nestas artérias foi mais pronunciada na presença de endotélio, do que na ausência do mesmo, e em HUA contraídas com Hist. Por outro lado, quando as HUA foram contraídas com cloreto de potássio (KCl) esse efeito relaxante apenas foi observado nas HUA sem endotélio, parecendo o mesmo estar inibido nas HUA com o endotélio intacto. Desta forma, o efeito vasorelaxante do OMC não só depende do endotélio, como mostrou ser dependente do agente contráctil utilizado, sugerindo que o OMC pode atuar por vias de sinalização diferentes. Assim, quando as HUA são contraídas com 5-HT pode atuar pela via do óxido nítrico (NO) ou pela da cicloxigenase (COX). Quando são contraídas com histamina a via do NO não está envolvida, no caso de HUA contraídas com KCl poderá existir um envolvimento da endotelina-1. Em suma, estes dados foram ainda corroborados por modulação computacional, onde se observou que o OMC tem afinidade para qualquer uma das proteínas em estudo (eNOS, COX2, ETB e TXA2), apesar de ter uma afinidade superior para a COX2. Em suma, o efeito vascular do OMC envolve a ativação de diferentes vias, isto é, pode atuar pela via do NO, pela via da COX ou ainda ativar a via de endotelina-1.
id RCAP_0856ca2fd883e7a36872084f7573ccbb
oai_identifier_str oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/11263
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Efeitos de disrupção endócrina do Octilmetoxicinamato (OMC) na resposta vascular endotelialArtéria Umbilical HumanaCélulas EndoteliaisDisruptor EndócrinoOctilmetoxicinamatoDomínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::BioquímicaAs doenças cardiovasculares (CVD) representam a causa número um de morte em todo o mundo. O endotélio vascular pode exercer um papel na fisiopatologia de doenças CVD. O octilmetoxicinamato (OMC) é um filtro UV-B amplamente usado a nível mundial em inúmeros produtos de cuidados pessoais, nomeadamente em protetores solares, cremes diários e maquilhagem. Atualmente o OMC é considerado um disruptor endócrino. Deste modo, o objetivo desta investigação foi avaliar os efeitos diretos do Octilmetoxicinamato (OMC) em artérias umbilicais humanas com endotélio, e os possíveis mecanismos envolvidos na resposta. Para isso foram definidos objetivos específicos: 1. Realização do isolamento e cultura de células endoteliais da artéria umbilical humana (HUA) e da veia umbilical humana (HUV); 2. Análise do efeito direto do OMC em HUA com e sem endotélio; 3. Análise dos possíveis mecanismos envolvidos no efeito do OMC na HUA com endotélio, principalmente o efeito nas vias de sinalização do óxido Nítrico (NO) e da Cicloxigenases (COXs) 4. Análise computacional de interação do OMC com proteínas envolvidas nas vias de sinalização endotelial. Os resultados demonstraram que o OMC exerce um efeito relaxante arterial rápido (não genómico) e dependente do endotélio quando as HUA estão previamente contraídas com serotonina (5-HT) e histamina (Hist). A relaxação nestas artérias foi mais pronunciada na presença de endotélio, do que na ausência do mesmo, e em HUA contraídas com Hist. Por outro lado, quando as HUA foram contraídas com cloreto de potássio (KCl) esse efeito relaxante apenas foi observado nas HUA sem endotélio, parecendo o mesmo estar inibido nas HUA com o endotélio intacto. Desta forma, o efeito vasorelaxante do OMC não só depende do endotélio, como mostrou ser dependente do agente contráctil utilizado, sugerindo que o OMC pode atuar por vias de sinalização diferentes. Assim, quando as HUA são contraídas com 5-HT pode atuar pela via do óxido nítrico (NO) ou pela da cicloxigenase (COX). Quando são contraídas com histamina a via do NO não está envolvida, no caso de HUA contraídas com KCl poderá existir um envolvimento da endotelina-1. Em suma, estes dados foram ainda corroborados por modulação computacional, onde se observou que o OMC tem afinidade para qualquer uma das proteínas em estudo (eNOS, COX2, ETB e TXA2), apesar de ter uma afinidade superior para a COX2. Em suma, o efeito vascular do OMC envolve a ativação de diferentes vias, isto é, pode atuar pela via do NO, pela via da COX ou ainda ativar a via de endotelina-1.Cardiovascular diseases (CVD) represent the number one cause of death worldwide. The vascular endothelium may play a role in the pathophysiology of CVD diseases. Octylmethoxycinnamate (OMC) is a UV-B filter widely used worldwide in numerous personal care products, including sunscreens, daily creams and makeup. Currently, OMC is considered an endocrine disruptor. Thus, the aim of this investigation was to evaluate the direct effects of Octylmethoxycinnamate (OMC) in human umbilical arteries with endothelium, and the possible mechanisms involved in the response. To this end, specific objectives were defined: 1. Isolation and culture of endothelial cells from human umbilical artery (HUA) and human umbilical vein (HUV); 2. Analysis of the direct effect of OMC in HUA with and without endothelium; 3. Analysis of the possible mechanisms involved in the effect of the COM in HUA with endothelium, mainly the effect on the signaling pathways of Nitric Oxide (NO) and Cyclooxygenases (COXs) 4. Computational analysis of the interaction of the COM with proteins involved in the endothelial signaling pathways. The results demonstrated that OMC exerts a rapid (non-genomic) and endotheliumdependent arterial relaxant effect when HUAs are previously contracted with serotonin (5- HT) and histamine (Hist). Relaxation in these arteries was more pronounced in the presence of endothelium, than in its absence, and in HUA contracted with Hist. On the other hand, when HUA were contracted with potassium chloride (KCl) this relaxing effect was only observed in HUA without endothelium, and it appeared to be inhibited in HUA with intact endothelium. Thus, the vasorelaxant effect of OMC not only depends on the endothelium, but was shown to be dependent on the contractile agent used, suggesting that OMC may act through different signaling pathways. Thus, when HUA are contracted with 5-HT it may act through the nitric oxide (NO) pathway or the cyclooxygenase (COX) pathway. When they are contracted with histamine the NO pathway is not involved, in the case of HUA contracted with KCl there may be an involvement of endothelin-1. In summary, these data were further corroborated by computational modulation, where it was observed that OMC has affinity for any of the proteins under study (eNOS, COX2, ET1 and TXA2), although it has a higher affinity for COX2. In summary, the vascular effect of OMC involves the activation of different pathways, i.e., it can act through the NO pathway, the COX pathway, or activate the endothelin-1 pathway.Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesLorigo, Margarida FerreirauBibliorumMangana, Carolina Leite2022-06-12T00:30:19Z2021-07-162021-06-142021-07-16T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/11263TID:202786072porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:53:41Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/11263Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:51:06.093538Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Efeitos de disrupção endócrina do Octilmetoxicinamato (OMC) na resposta vascular endotelial
title Efeitos de disrupção endócrina do Octilmetoxicinamato (OMC) na resposta vascular endotelial
spellingShingle Efeitos de disrupção endócrina do Octilmetoxicinamato (OMC) na resposta vascular endotelial
Mangana, Carolina Leite
Artéria Umbilical Humana
Células Endoteliais
Disruptor Endócrino
Octilmetoxicinamato
Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Bioquímica
title_short Efeitos de disrupção endócrina do Octilmetoxicinamato (OMC) na resposta vascular endotelial
title_full Efeitos de disrupção endócrina do Octilmetoxicinamato (OMC) na resposta vascular endotelial
title_fullStr Efeitos de disrupção endócrina do Octilmetoxicinamato (OMC) na resposta vascular endotelial
title_full_unstemmed Efeitos de disrupção endócrina do Octilmetoxicinamato (OMC) na resposta vascular endotelial
title_sort Efeitos de disrupção endócrina do Octilmetoxicinamato (OMC) na resposta vascular endotelial
author Mangana, Carolina Leite
author_facet Mangana, Carolina Leite
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Oliveira, Maria Elisa Cairrão Rodrigues
Lorigo, Margarida Ferreira
uBibliorum
dc.contributor.author.fl_str_mv Mangana, Carolina Leite
dc.subject.por.fl_str_mv Artéria Umbilical Humana
Células Endoteliais
Disruptor Endócrino
Octilmetoxicinamato
Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Bioquímica
topic Artéria Umbilical Humana
Células Endoteliais
Disruptor Endócrino
Octilmetoxicinamato
Domínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Bioquímica
description As doenças cardiovasculares (CVD) representam a causa número um de morte em todo o mundo. O endotélio vascular pode exercer um papel na fisiopatologia de doenças CVD. O octilmetoxicinamato (OMC) é um filtro UV-B amplamente usado a nível mundial em inúmeros produtos de cuidados pessoais, nomeadamente em protetores solares, cremes diários e maquilhagem. Atualmente o OMC é considerado um disruptor endócrino. Deste modo, o objetivo desta investigação foi avaliar os efeitos diretos do Octilmetoxicinamato (OMC) em artérias umbilicais humanas com endotélio, e os possíveis mecanismos envolvidos na resposta. Para isso foram definidos objetivos específicos: 1. Realização do isolamento e cultura de células endoteliais da artéria umbilical humana (HUA) e da veia umbilical humana (HUV); 2. Análise do efeito direto do OMC em HUA com e sem endotélio; 3. Análise dos possíveis mecanismos envolvidos no efeito do OMC na HUA com endotélio, principalmente o efeito nas vias de sinalização do óxido Nítrico (NO) e da Cicloxigenases (COXs) 4. Análise computacional de interação do OMC com proteínas envolvidas nas vias de sinalização endotelial. Os resultados demonstraram que o OMC exerce um efeito relaxante arterial rápido (não genómico) e dependente do endotélio quando as HUA estão previamente contraídas com serotonina (5-HT) e histamina (Hist). A relaxação nestas artérias foi mais pronunciada na presença de endotélio, do que na ausência do mesmo, e em HUA contraídas com Hist. Por outro lado, quando as HUA foram contraídas com cloreto de potássio (KCl) esse efeito relaxante apenas foi observado nas HUA sem endotélio, parecendo o mesmo estar inibido nas HUA com o endotélio intacto. Desta forma, o efeito vasorelaxante do OMC não só depende do endotélio, como mostrou ser dependente do agente contráctil utilizado, sugerindo que o OMC pode atuar por vias de sinalização diferentes. Assim, quando as HUA são contraídas com 5-HT pode atuar pela via do óxido nítrico (NO) ou pela da cicloxigenase (COX). Quando são contraídas com histamina a via do NO não está envolvida, no caso de HUA contraídas com KCl poderá existir um envolvimento da endotelina-1. Em suma, estes dados foram ainda corroborados por modulação computacional, onde se observou que o OMC tem afinidade para qualquer uma das proteínas em estudo (eNOS, COX2, ETB e TXA2), apesar de ter uma afinidade superior para a COX2. Em suma, o efeito vascular do OMC envolve a ativação de diferentes vias, isto é, pode atuar pela via do NO, pela via da COX ou ainda ativar a via de endotelina-1.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-07-16
2021-06-14
2021-07-16T00:00:00Z
2022-06-12T00:30:19Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.6/11263
TID:202786072
url http://hdl.handle.net/10400.6/11263
identifier_str_mv TID:202786072
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136400566648832