Sarcoidose, dúvidas ou certezas? : proposta de protocolos de abordagem ao doente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rosa, Bárbara Santa
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/1019
Resumo: Introdução: A Sarcoidose permanece uma das doenças mais desafiadoras em medicina. Pode afectar qualquer sistema de órgãos e apresentar uma grande variedade de sinais e sintomas. Apesar da resolução espontânea da doença ser a regra a evolução para a cronicidade ocorre em 10 a 30% dos doentes e 5 a 8% vão eventualmente morrer, sendo a principal causa de morte a insuficiência respiratória. Objectivo: Fazer uma revisão teórica e propor protocolos de diagnóstico, tratamento e seguimento com base nos últimos avanços científicos sobre a Sarcoidose, podendo por ventura melhorar a abordagem a estes doentes e impulsionar mais estudos sobre a etiologia e a patogénese da doença. Métodos: Recolha de bibliografia através das bases de dados digitais tais como PubMed, Portal B-on e Cochrane com os termos “Sarcoidosis” e “historic review”, “epidemiology”, “diagnosis”, “course and prognosis”, “treatment”, “follow-up”, “guidelines”. Nos idiomas Português, Inglês, Francês e Espanhol. Discussão: A Sarcoidose é uma doença multissistémica. A sua incidência é de sensivelmente 16.5/100 000 nos homens e de 19/100 000 nas mulheres. Pode atingir qualquer órgão. Sintomas mais comuns são dispneia, tosse e dor torácica. É comum o aparecimento de adenopatias hilares bilaterais e infiltrados pulmonares difusos na radiografia e lesões na pele ou oculares. O granuloma não caseoso é histologicamente característico da Sarcoidose. O diagnóstico faz-se através da apresentação clínica e curso da doença, por exclusão de outras doenças granulomatosas e, na maioria dos casos, por confirmação histológica através de biopsia dos granulomas. O diagnóstico diferencial é extenso e deve incluir infecção e neoplasia. As indicações para tratamento são doença pulmonar sintomática, deterioração da doença pulmonar, hipercalcemia e envolvimento extra-pulmonar. Muitos doentes com alterações na radiografia do tórax e nos testes de função pulmonar têm doença crónica estável e não requerem terapêutica. Os corticoesteróides são a terapêutica de primeira linha. Cerca de 60% dos doentes sofrem recaída. Conclusão: Apesar dos avanços na compreensão da patogénese e tratamento da doença, muitos enigmas permanecem. A procura de um agente estiológico continua. Existem dúvidas sobre o mecanismo envolvido na destruição inflamatória que ocorre nos granulomas não caseosos da Sarcoidose. A avaliação laboratorial da actividade da doença baseia-se em testes inespecíficos, sendo importante descobrir biomarcadores mais específicos. Na área do tratamento há ainda controvérsia sobre quais os doentes a tratar e qual a terapêutica mais adequada. São necessários mais estudos em nestas áreas.
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Rosa, Bárbara Santa
Sarcoidose
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