Violência íntima feminina e perceção de desigualdade de género: um estudo exploratório

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Couto, Ana Isabel Ribeiro
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10437/10067
Resumo: A investigação sobre o fenómeno de violência nas relações íntimas (VRI) tem-se focado, quase na totalidade, nos comportamentos violentos praticados por homens. O que faz com que ainda pouco se saiba sobre os comportamentos violentos adotados pelas mulheres. A escassez de investigação sobre a VRI praticada pelas mulheres, é ainda acompanhada de uma ausência de consenso sobre os motivos que as levam a agredir os companheiros. O maior foco na violência praticada pelos homens poderá dever-se ao facto de a maioria dos investigadores olharem para este fenómeno tendo como base a organização patriarcal da sociedade. Contudo, alguns investigadores defendem que a sociedade patriarcal poderá também estar na base dos comportamentos agressivos praticados por mulheres. O presente estudo tem como principal objetivo compreender a em que medida a maior ou menor conformidade com papéis de género tradicionais pode influenciar a adoção de comportamentos violentos, por parte das mulheres. A amostra inclui 318 participantes, do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos (M = 28.37, DP = 10.132, Mo = 18). Os instrumentos administrados avaliaram a perceção de desigualdade de género e de conflitos associados à mesma, a vergonha interna, as atitudes relativamente ao género e os comportamentos abusivos no contexto da relação de intimidade. Os resultados sugerem que a menor conformidade com papéis de género tradicionais está associada a uma maior perceção de ameaça ao valor próprio e à relação, face a situações de conflito que evocam papeis de género tradicionais e/ou podem representar transgressões face a estes papeis. As estratégias de desvalorização parecem ser as mais usadas em situações de desigualdade de género e dos conflitos associados.
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