A transformação do espaço funerário no ocidente entre os séculos IV e VI. Ambiguidades e loci sepulturae em espaços rurais do sul da Lusitânia: o caso dos templos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.1/10594 |
Resumo: | Após os cuidados tidos com os locus sepulturae, comprovados por dados epigráficos e pela literatura clássica de época imperial, uma profunda alteração na organização de muitas necrópoles e espaços de enterramento surge a partir do século quarto. Esta mudança resulta da gradual decadência dos modelos de gestão imperiais, mas também da afirmação de uma nova perspetiva de entendimento do universo mental e religioso. Do ponto de vista arqueológico, agora existem novas realidades na deposição sepulcral e na topografia funerária, quer em áreas urbanas, quer rurais, que são sintomas de novas conceções religiosas no mundo como a vida além‑túmulo é concebida. Contudo, também evidenciam mudanças nos poderes e formas de gestão social, e mesmo na desregulação da ars moriendi, típica de um momento de grandes conflitos religiosos e mentais. A transição observada em certos espaços sepulcrais na Hispania, o comportamento de práticas funerárias pagãs na sua relação com os loci sepulturae cristãos ou a discussão sobre os seus conteúdos e significados em época de grandes ambiguidades e temores, são os principais temas tratados no presente estudo. Argumenta‑se que, ao invés de uma cristianização de templos rurais no século v ou vi e sua conversão para igrejas cristãs, o que ocorre é a apropriação destes loci sacer para a deposição funerária cristã, num tempo em que os teólogos e a hierarquia da Igreja desvalorizavam e não punham constrangimentos aos rituais de deposição funerária dos seguidores de Cristo. |
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A transformação do espaço funerário no ocidente entre os séculos IV e VI. Ambiguidades e loci sepulturae em espaços rurais do sul da Lusitânia: o caso dos templosFunerary areas transformations in the in the west between IVth and VIth centuries. Ambiguities and loci sepulturae in south Lusitania rural spaces: the temples caseAntiguidade tardiaTemplos ruraisÁreas sepulcraisCristianizaçãoLate antiquityRural templesBurial areasChristianizationApós os cuidados tidos com os locus sepulturae, comprovados por dados epigráficos e pela literatura clássica de época imperial, uma profunda alteração na organização de muitas necrópoles e espaços de enterramento surge a partir do século quarto. Esta mudança resulta da gradual decadência dos modelos de gestão imperiais, mas também da afirmação de uma nova perspetiva de entendimento do universo mental e religioso. Do ponto de vista arqueológico, agora existem novas realidades na deposição sepulcral e na topografia funerária, quer em áreas urbanas, quer rurais, que são sintomas de novas conceções religiosas no mundo como a vida além‑túmulo é concebida. Contudo, também evidenciam mudanças nos poderes e formas de gestão social, e mesmo na desregulação da ars moriendi, típica de um momento de grandes conflitos religiosos e mentais. A transição observada em certos espaços sepulcrais na Hispania, o comportamento de práticas funerárias pagãs na sua relação com os loci sepulturae cristãos ou a discussão sobre os seus conteúdos e significados em época de grandes ambiguidades e temores, são os principais temas tratados no presente estudo. Argumenta‑se que, ao invés de uma cristianização de templos rurais no século v ou vi e sua conversão para igrejas cristãs, o que ocorre é a apropriação destes loci sacer para a deposição funerária cristã, num tempo em que os teólogos e a hierarquia da Igreja desvalorizavam e não punham constrangimentos aos rituais de deposição funerária dos seguidores de Cristo.Imprensa da Universidade de CoimbraSapientiaBernardes, João Pedro2018-04-09T17:49:52Z20172017-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/10594por978-989-26-1352-92182‑8814AUT: JBE01289;https://doi.org/10.14195/978-989-26-1353-6_15info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-24T10:21:53Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/10594Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:02:01.363766Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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