Quando as sombras ofuscam a luz. Luísa e Ângela Sigeia: estórias e histórias de vida no Portugal de Quinhentos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/65411 |
Resumo: | A presente dissertação apresenta-se como um projecto de desconstrução e construção historiográfica de duas figuras femininas do Portugal de Quinhentos: Luísa (1522-1560) e Ângela Sigeia (†1608). As duas nasceram em Tarancón (Toledo), filhas de pai francês, o humanista Diogo Sigeu, e mãe castelhana, a nobre D. Francisca de Velasco, nos finais do primeiro quartel do século XVI. Em tenra idade, mudaram-se para Portugal com a mãe e os dois irmãos, Diogo e António, para se juntarem ao pai, que fugira para terras lusas no rescaldo da vitória de Carlos V sobre a revolta das Comunidades, acompanhando María Pacheco, a líder da resistência toledana. Uma vez em Portugal, as duas irmãs contactaram com o mundo da corte, primeiro no Paço Ducal de Vila Viçosa, na corte de Bragança e, mais tarde, em Lisboa, na Casa da rainha D. Catarina, mulher de D. João III, e na da infanta D. Maria, irmã do rei. A erudição de Luísa, conhecida pela sua carta poliglota ao papa Paulo III, enviada em 1546, transformou-a numa figura exaltada pela historiografia, ao contrário da irmã música, Ângela, de quem pouco se sabe. O facto de Luísa ter falecido numa idade bastante jovem levou a uma construção ilusória da sua imagem, construção que principiou com os seus contemporâneos, mas que a historiografia aproveitou e moldou. Pretendemos, por isso, desmontar essa caracterização e procurar desenhar um quadro biográfico mais próximo da realidade. A este objectivo, junta-se outro: o de transformar Ângela numa figura independente, criando, para ela, uma narrativa cronológica que permita posicioná-la na historiografia como um objecto próprio. Em suma, pretendemos introduzir, na esfera da historiografia portuguesa, o estudo de duas figuras tão excepcionais, mas, ao mesmo tempo, tão comuns para a sua época, cuja actuação enquanto figuras históricas e a representação enquanto mulheres permanecem distanciadas do debate historiográfico e, por consequência, também da crescente corrente da História das Mulheres e de Género. |
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Quando as sombras ofuscam a luz. Luísa e Ângela Sigeia: estórias e histórias de vida no Portugal de QuinhentosPortugalEspanhaCorteHumanismoSigeiaSpainHumanismDomínio/Área Científica::Humanidades::História e ArqueologiaA presente dissertação apresenta-se como um projecto de desconstrução e construção historiográfica de duas figuras femininas do Portugal de Quinhentos: Luísa (1522-1560) e Ângela Sigeia (†1608). As duas nasceram em Tarancón (Toledo), filhas de pai francês, o humanista Diogo Sigeu, e mãe castelhana, a nobre D. Francisca de Velasco, nos finais do primeiro quartel do século XVI. Em tenra idade, mudaram-se para Portugal com a mãe e os dois irmãos, Diogo e António, para se juntarem ao pai, que fugira para terras lusas no rescaldo da vitória de Carlos V sobre a revolta das Comunidades, acompanhando María Pacheco, a líder da resistência toledana. Uma vez em Portugal, as duas irmãs contactaram com o mundo da corte, primeiro no Paço Ducal de Vila Viçosa, na corte de Bragança e, mais tarde, em Lisboa, na Casa da rainha D. Catarina, mulher de D. João III, e na da infanta D. Maria, irmã do rei. A erudição de Luísa, conhecida pela sua carta poliglota ao papa Paulo III, enviada em 1546, transformou-a numa figura exaltada pela historiografia, ao contrário da irmã música, Ângela, de quem pouco se sabe. O facto de Luísa ter falecido numa idade bastante jovem levou a uma construção ilusória da sua imagem, construção que principiou com os seus contemporâneos, mas que a historiografia aproveitou e moldou. Pretendemos, por isso, desmontar essa caracterização e procurar desenhar um quadro biográfico mais próximo da realidade. A este objectivo, junta-se outro: o de transformar Ângela numa figura independente, criando, para ela, uma narrativa cronológica que permita posicioná-la na historiografia como um objecto próprio. Em suma, pretendemos introduzir, na esfera da historiografia portuguesa, o estudo de duas figuras tão excepcionais, mas, ao mesmo tempo, tão comuns para a sua época, cuja actuação enquanto figuras históricas e a representação enquanto mulheres permanecem distanciadas do debate historiográfico e, por consequência, também da crescente corrente da História das Mulheres e de Género.This dissertation presents a project of deconstruction and historiographical construction of two female figures of sixteenth century Portugal: Luísa (1522-1560) and Ângela Sigeia († 1608). They were born in Tarancón (Toledo), daughters of French father, the humanist Diogo Sigeu, and Castilian mother, the noblewoman D. Francisca de Velasco, in the early sixteenth century. At a young age, they moved to Portugal with their mother and two brothers, Diogo and António, to join their father, who had fled to Portuguese territory in the aftermath of Carlos V's victory over the revolt of the Comunidades, accompanying María Pacheco, leader of the Toledo resistance. Once in Portugal, the two sisters contacted with the courtly world, first in the Paço Ducal of Vila Viçosa, at the Bragança court, and later in Lisbon, in the Households of Queen D. Catarina, wife of D. João III, and infanta D. Maria, the King’s sister. Luisa's erudition, known by her polyglot letter to Pope Paul III, sent in 1546, made her a figure exalted by historiography, unlike her musician sister, Angela, of whom little is known. The fact that Luisa died at a very young age led to an illusory construction of her image, a construction that began with her contemporaries, but which historiography took advantage of and shaped. We intend, therefore, to dismantle this characterization and seek to draw a biographical picture closer to reality. To this aim, another is added: that of transforming Ângela into an independent figure, creating for her a chronological narrative allowing us to place her in historiography as an own object. In short, we intend to introduce, in the sphere of Portuguese historiography, the study of two exceptional figures but at the same time common to their time, whose performance as historical figures and representation as women remain distanced from the historiographic debate, consequently, also of the growing current of the History of Women and Gender.Buescu, Ana IsabelRUNMonteiro, Catarina Cunha2019-04-03T14:17:04Z2019-02-152018-11-132019-02-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/65411TID:202173810porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:31:10Zoai:run.unl.pt:10362/65411Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:34:21.005786Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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