Estudo temporal de monitorização (2010-2013) de pesticidas de acordo com a Diretiva Quadro da Água Europeia: a Ria Formosa (Portugal) como caso de estudo
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.34624/captar.v6i1.11991 |
Resumo: | A contaminação de águas superficiais por pesticidas tem sido alvo de atenção crescente por parte das entidades europeias devido aos efeitos nocivos destes compostos, principalmente a nível do biota. Neste contexto, procedeu-se à monitorização sazonal de 56 pesticidas em águas superficiais da Ria Formosa (Portugal) de 2010 a 2013. Os pontos de amostragem incluíram as cidades de Faro, Olhão e Tavira, assim como o Parque Natural e várias áreas turísticas. No total, foram recolhidas 72 amostras de água, a partir das quais os pesticidas (fungicidas, herbicidas e inseticidas) foram extraídos por fase sólida (SPE) e analisados por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (GC-MS). Foram quantificados mais de 80% dos pesticidas nas duas campanhas de amostragem, sendo as suas concentrações acumuladas (Σ≈ 11,0 μg/L e Σ≈ 1,8 μg/L, respetivamente) superiores às dos limites legais (Σ500 ng/L; 98/83/CE). Verificou-se que mais de 40% e de 29% dos pesticidas quantificados, em cada campanha, respetivamente, apresentaram concentrações superiores às estabelecidas nas diretivas europeias (98/83/CE e 2013/39/UE) e que as concentrações mais altas foram determinadas após as épocas de maior pluviosidade. Nove dos 56 pesticidas foram detetados em ambas as campanhas, mas apenas a alfa-cipermetrina e a deltametrina apresentaram concentrações (EC50 300 ng/L e EC50 560 ng/L, respetivamente) capazes de afetar invertebrados aquáticos (ex., Daphnia magna). Numa visão global, foi evidenciada uma diminuição notável nos níveis dos pesticidas em 2012-2013. Apesar disto, houve compostos — como os hexaclorobenzeno, cialofop-butil, clorfenvinfos Z, dimetoato, endosulfão sulfato, hexaclorociclopentadieno e lindano — com concentrações médias mais elevadas em 2012-2013, sendo na sua maioria, e de acordo com a base de dados Europeia de pesticidas, classificados como não aprovados para uso. Para além da importância que os resultados apresentam para a apreciação do estado de poluição do emblemático habitat estudado, o trabalho também é relevante para se inferir sobre o tipo de pesticidas que hoje se encontram no ambiente aquático em geral e as concentrações que podem atingir. Estas informações são essenciais para cientistas e órgãos governamentais, permitindo-lhes avaliar o uso de pesticidas para fins agrícolas, em particular quanto às violações da lei e os impactos. |
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