Viagens e Viajantes Portugueses na Ásia Central (séculos XVI-XVII)

• Autor(a) principal: Roos, Marco Serote
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/156112
• topic: Ásia Central; Rotas da Seda; Expansão Portuguesa; Viagens terrestres; Viajantes portugueses; Central Asia; Silk Roads; Portuguese Expansion; Overland travel; Portuguese travelers; Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia

A história das viagens terrestres portuguesas pela Ásia Central era, e continua a ser, esparsa, quer como elemento no processo da Expansão Portuguesa, quer como objeto específico de análise historiográfica. Para os indivíduos do Estado da Índia, a posição longínqua e interior da Ásia Central tornava-a incompatível com a natureza predominantemente marítima da Ásia portuguesa, fazendo da perspetiva de uma atividade ativa e duradoura uma impossibilidade geoestratégica. Consequentemente, houve um impacto diminuto da presença portuguesa naquela região, constituindo as viagens terrestres pelo interior asiático um episódio que recebe pouco mais que uma breve menção por parte da maioria dos historiadores. Contudo, a história das viagens portuguesas pelas Rotas da Seda terrestres e a historiografia que tem vindo a relatar e analisar tais iniciativas, revelam um rico potencial de informações interessantes para compreendermos inúmeros aspetos relativos à Ásia Central na época moderna e à Expansão Portuguesa. Por isso, a viagem terrestre transformou-se num nicho em ambos os tempos, passado e presente. Na época moderna, indivíduos oriundos da Ásia portuguesa demonstraram interesses e investiram esforços em espaços como a Pérsia Safávida, a Transoxiana e o Tibete. Tais interesses manifestaram-se sob a forma de viagens de procura de caminhos alternativos e de lendas com origem na medievalidade, bem como no estabelecimento de missões católicas na Pérsia e no Tibete. Desde a década de 1990, que se tem vindo a desenvolver uma historiografia sobre os viajantes, as viagens e as suas dinâmicas. O maior obstáculo para o desenvolvimento da área é a sua falta de visibilidade na academia, exacerbada pela ausência de uma história geral que aglomere diferentes tempos, espaços, viagens e viajantes, contrariando a tendência em especificar um só viajante ou grupo de viajantes que percorreram os mesmos caminhos. Este trabalho faz uma análise global da história da presença e atuação portuguesa na Ásia Central, incidindo sobre viagens realizadas pela Pérsia Safávida até o Reino de Portugal, sobre as viagens pelo Tibete e seus arredores, numa tentativa de busca pelo Cataio, e sobre as viagens dos jesuítas portugueses, inseridos na corte Qing, à Tartária.