Casamentos mistos e fluxo migratório de casais luso-brasileiros no Atlântico: Discutindo retornos e (im)permanências
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/27259 |
Resumo: | Entre 2010 e 2015, o contexto migratório português alterou-se significativamente em consequência dos impactos sociais da crise financeira e económica, o que resultou num saldo migratório negativo, combinando redução do fluxo de entrada e incremento nas saídas de imigrantes (para novos destinos ou retorno ao país de origem) com o aumento da emigração portuguesa. Neste contexto, alguns casais luso-brasileiros mudaram-se para o Brasil, onde as oportunidades económicas e sociais, naquele período, pareciam mais favoráveis; contudo, entre 2016 e 2019, esse fluxo terá de novo oscilado, favorecendo agora Portugal enquanto espaço de destino. Combinando dados quantitativos sobre casamentos e nascimentos para demonstrar as ligações familiares entre brasileiras/os e portugueses/as e dados qualitativos coletados em entrevistas com famílias luso-brasileiras que vieram para Portugal, este texto procurou escrutinar duas ideias principais: (i) as razões do retorno para Portugal e a relevância dos contextos familiares, neste processo; e (ii) os projetos migratórios futuros e as suas implicações na (im)permanência neste país europeu. Teoricamente este artigo pretende desafiar e discutir categorias migratórias clássicas dos estudos migratórios como emigrantes-imigrantes e, sobretudo, partida e retorno, posicionando-as em contextos binacionais. Pretende-se assim desafiar a noção clássica de retorno a partir de uma perspetiva centrada em sujeitos migrantes mais complexos (os casais mistos) em relação aos espaços originais de referência que, por sua vez, também se vão transformando no quadro da circularidade migratória. |
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Entre 2010 e 2015, o contexto migratório português alterou-se significativamente em consequência dos impactos sociais da crise financeira e económica, o que resultou num saldo migratório negativo, combinando redução do fluxo de entrada e incremento nas saídas de imigrantes (para novos destinos ou retorno ao país de origem) com o aumento da emigração portuguesa. Neste contexto, alguns casais luso-brasileiros mudaram-se para o Brasil, onde as oportunidades económicas e sociais, naquele período, pareciam mais favoráveis; contudo, entre 2016 e 2019, esse fluxo terá de novo oscilado, favorecendo agora Portugal enquanto espaço de destino. Combinando dados quantitativos sobre casamentos e nascimentos para demonstrar as ligações familiares entre brasileiras/os e portugueses/as e dados qualitativos coletados em entrevistas com famílias luso-brasileiras que vieram para Portugal, este texto procurou escrutinar duas ideias principais: (i) as razões do retorno para Portugal e a relevância dos contextos familiares, neste processo; e (ii) os projetos migratórios futuros e as suas implicações na (im)permanência neste país europeu. Teoricamente este artigo pretende desafiar e discutir categorias migratórias clássicas dos estudos migratórios como emigrantes-imigrantes e, sobretudo, partida e retorno, posicionando-as em contextos binacionais. Pretende-se assim desafiar a noção clássica de retorno a partir de uma perspetiva centrada em sujeitos migrantes mais complexos (os casais mistos) em relação aos espaços originais de referência que, por sua vez, também se vão transformando no quadro da circularidade migratória. |
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