O moderno estylo em Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Romãozinho, M.
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.11/3003
Resumo: A análise dos múltiplos fascículos que integram a revista A Construção Moderna (1900-1919), que teria como directores técnicos o Engenheiro José Manuel Melo de Mattos (1856-1915) e o Arquitecto Rosendo Carvalheira (1864-1919), constituiu-se como alavanca para o entendimento daquilo que foram alguns interiores e peças de mobiliário, projectados em Portugal nas duas primeiras décadas do século XX. O acesso a todos os números em formato digital foi possível graças à integração da presente investigação no âmbito do projecto de investigação Arquitectura(s) de papel - Estudo sistemático de imagens e projectos de Arquitectura do início do século XX, através de A Construcção Moderna 1900-1919 [1], coordenado pela Prof.ª Marieta Dá Mesquita, que, partindo da construção de uma base de dados constituída pelos 542 fascículos digitalizados do periódico A Construcção Moderna, se centrou na análise dos seus artigos divulgadores de tipologias arquitectónicas, de interiores e peças de mobiliário, de regulamentos, de inovações técnicas no domínio da construção, de reflexões críticas em torno da produção nacional e internacional. A descoberta de textos e imagens publicados nesta publicação documenta uma passagem do Art Nouveau pelo nosso país que despertou particularmente o nosso interesse, na medida em que nos remetem não apenas para o estudo do projecto de arquitectura em si, mas para aquilo que foram intervenções ambiciosas no âmbito do design de interiores e equipamento e mesmo quando estas não superaram o suporte de papel, vingariam como veículos de comunicação de novos princípios, novas tecnologias, novos modos de pensar exteriores ao contexto português: “A Construcção Moderna – Revista Quinzenal Illustrada Sob a Direcção de um grupo de Constructores – Collaborada por Distinctos Technicos da Especialidade, criada em Fevereiro de 1900 e cuja duração se estende até 1919, constitui-se como a primeira publicação periódica portuguesa directamente vocacionada para as áreas da construção, visando preocupações de modernização técnica e procurando um público não necessariamente de especialistas, mas dirigido a um espectro social alargado em que pudessem ser confrontados percursos profissionais distintos, e onde o denominador comum se alicerçasse na reflexão doutrinária, operativa e científica” [2]. A informação e conhecimento despoletados por esta publicação conduziram posteriormente a um estudo mais abrangente que também englobaria interiores de obras arquitectónicas não divulgadas pela imprensa de especialidade, nomeadamente espaços comerciais que sobreviveram ao longo do tempo, universos espaciais de encenação mas também de funcionalidade e racionalização, que, à imagem de uma tradição bem portuguesa, nascem de um reinterpretação e reinvenção de estilos internacionais, neste caso específico, do Art Nouveau.
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