Terra Sonâmbula de Mia Couto em português e chinês : análise de neologismos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/56701 |
Resumo: | Publicada em 1992, o romance de Mia Couto Terra Sonâmbula é marcado pelo uso de neologismos, formados a partir de processos não-morfológicos como a amálgama e processos morfológicos como a afixação e a composição. A criatividade miacoutiana é espelhada nas palavras novas por ele inventadas, através de processos criativos permitidos pelas regras de formação lexical do português. Vários estudos refletem sobre a tradução das obras de Mia Couto para línguas indo-europeias como o francês e o inglês, mas poucos se debruçam sobre a tradução para o chinês. A tradução chinesa dos neologismos é desafiante, uma vez que o chinês não dispõe de mecanismos equivalentes para formar novas palavras. O presente trabalho tem como objetivo analisar a tradução chinesa de neologismos em Terra Sonâmbula, publicada em Taiwan, partindo das diferenças linguísticas entre o português e o chinês e explorando as transformações que os processos criativos sofreram durante o processo de tradução, bem como as diferenças na experiência de leitura entre os leitores de português e os de chinês. Após uma breve introdução da obra e estado de questão, propõe-se no primeiro capítulo uma análise comparativa entre o português e o chinês em termos morfológicos. No segundo capítulo, foi analisada a tradução de neologismos formados por diferentes processos morfológicos ou não-morfológicos, com ênfase em amálgamas, neologismo mais frequente na obra, mostrando que a tradução preservou, na maioria dos casos, as propriedades semânticas dos neologismos, mas perdeu os processos criativos devido às diferenças linguísticas. Assim, os leitores da tradução têm acesso às imagens criadas pelo autor, mas a forma como as imagens são representadas e coordenadas é definida pela tradutora, não conforme a descodificação e interpretação dos leitores aos neologismos, daí a diferença entre a experiência de leitura dos dois tipos de leitores (original e tradução). No final, apresentamos nos anexos uma entrevista feita à tradutora Jin Xinyi e um corpus com os neologismos identificados na obra e a respetiva tradução. |
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Terra Sonâmbula de Mia Couto em português e chinês : análise de neologismosDomínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e LiteraturasPublicada em 1992, o romance de Mia Couto Terra Sonâmbula é marcado pelo uso de neologismos, formados a partir de processos não-morfológicos como a amálgama e processos morfológicos como a afixação e a composição. A criatividade miacoutiana é espelhada nas palavras novas por ele inventadas, através de processos criativos permitidos pelas regras de formação lexical do português. Vários estudos refletem sobre a tradução das obras de Mia Couto para línguas indo-europeias como o francês e o inglês, mas poucos se debruçam sobre a tradução para o chinês. A tradução chinesa dos neologismos é desafiante, uma vez que o chinês não dispõe de mecanismos equivalentes para formar novas palavras. O presente trabalho tem como objetivo analisar a tradução chinesa de neologismos em Terra Sonâmbula, publicada em Taiwan, partindo das diferenças linguísticas entre o português e o chinês e explorando as transformações que os processos criativos sofreram durante o processo de tradução, bem como as diferenças na experiência de leitura entre os leitores de português e os de chinês. Após uma breve introdução da obra e estado de questão, propõe-se no primeiro capítulo uma análise comparativa entre o português e o chinês em termos morfológicos. No segundo capítulo, foi analisada a tradução de neologismos formados por diferentes processos morfológicos ou não-morfológicos, com ênfase em amálgamas, neologismo mais frequente na obra, mostrando que a tradução preservou, na maioria dos casos, as propriedades semânticas dos neologismos, mas perdeu os processos criativos devido às diferenças linguísticas. Assim, os leitores da tradução têm acesso às imagens criadas pelo autor, mas a forma como as imagens são representadas e coordenadas é definida pela tradutora, não conforme a descodificação e interpretação dos leitores aos neologismos, daí a diferença entre a experiência de leitura dos dois tipos de leitores (original e tradução). No final, apresentamos nos anexos uma entrevista feita à tradutora Jin Xinyi e um corpus com os neologismos identificados na obra e a respetiva tradução.Published in 1992, Mia Couto's novel Terra Sonâmbula is marked by the use of neologisms, formed through non-morphological processes as blending and morphological processes as affixation and composition. Mia Couto's creativity is mirrored in the new words that he has invented, through creative processes allowed by the word formation rules of Portuguese. Several studies reflect on the translation of Mia Couto's works into Indo-European languages, such as French and English, but few on the translation into Chinese. The Chinese translation of neologisms is challenging due to the scarcity of equivalent mechanisms to form new words. The present work aims to analyze the Chinese translation of neologisms in Terra Sonâmbula, published in Taiwan, starting from the linguistic differences between Portuguese and Chinese and exploring the transformations underwent by the creative processes during the translation, as well as the differences in the reading experience between Portuguese and Chinese readers. After a brief introduction to the dissertation and the Status Quaestionis, it was made a comparative analysis between Portuguese and Chinese in morphological terms. Then, it was analyzed the translation of neologisms formed by diverse morphological or non-morphological processes, with emphasis on blending words, the most frequent neologisms in Terra Sonâmbula, showing that the translation has preserved, in most cases, the semantic properties of the neologisms, but lost the creative processes due to differences between Portuguese and Chinese. Thus, the images created by the author are accessible to the readers of the translation, but the way in which the images are represented and coordinated is defined by the translator, not according to the readers' own decoding and interpretation of the new words, hence the difference on the reading experience between the readers of Portuguese and Chinese. At the end, we present in the Annexes attached an interview to the translator Jin Xinyi and a corpus with the neologisms identified in Terra Sonâmbula, as well as the respective translation.Jorge, GuilherminaXinyi, JinRepositório da Universidade de LisboaYuanying, Deng2022-11-232022-08-302024-11-23T00:00:00Z2022-11-23T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/56701TID:203116518porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T17:04:35Zoai:repositorio.ul.pt:10451/56701Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:07:15.542501Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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