Impacto prognóstico do controlo metabólico em doentes com insuficiência cardíaca
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/51754 |
Resumo: | Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2021 |
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Impacto prognóstico do controlo metabólico em doentes com insuficiência cardíacaInsuficiência cardíacaDiabetesObesidadeDislipidémiaPrognósticoDomínio/Área Científica::Ciências MédicasTrabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2021Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica altamente prevalente e com uma morbimortalidade elevada. Existem um grande número de fatores de mau prognóstico estudados, vários deles constituindo alvos terapêuticos considerados cen-trais na gestão dos doentes. Múltiplos estudos têm posto em causa o benefício do con-trolo metabólico mais rigoroso em doentes com IC, como acontece com o colesterol LDL (C-LDL), hemoglobina glicada (HbA1c) e índice de massa corporal (IMC). Objetivos: Caracterizar uma população de doentes internada por insuficiência aguda ou crónica agudizada em função dos diagnósticos concomitantes de diabetes, obesidade e dislipidemia. Avaliar o impacto dos diagnósticos de diabetes, obesidade e dislipidemia e do seu controlo na mortalidade, internamentos de qualquer causa e por insuficiência cardíaca e nos eventos trombóticos em doentes com insuficiência cardíaca, no ano após um internamento por insuficiência cardíaca aguda ou crónica agudizada. Metodologia: Estudo unicêntrico retrospetivo que incluiu doentes consecutivos interna-dos por IC aguda/cronica descompensada entre janeiro de 2016 e dezembro de 2018 em enfermaria de Cardiologia de um Hospital Terciário. Foram recolhidos dados demo-gráficos, clínicos e laboratoriais. Os doentes foram divididos em grupos de acordo com as suas comorbilidades. O impacto destas comorbilidades e do seu controlo metabólico (utilizando a HbA1c, IMC e C-LDL) foi aferido usando regressão de Cox e análise de so-brevivência de Kaplan Meier com ajuste para a idade, sexo, classe funcional, fração de ejeção e etiologia da IC. Foram estabelecidos cutoffs de segurança para as variáveis quando estas se revelaram protetoras ou preditoras de risco usando análise da curva ROC. Os doentes foram categorizados de acordo com a classificação de risco cardiovas-cular. Resultados: Foram incluídos 224 doentes (idade mediana 72 anos, 63,8% sexo mascu-lino), 39,7% com IC de etiologia isquémica. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo mediana foi de 34% (IC com FEVE reduzida: 60,3%), 37,5% dos doentes tinham diabetes, 52,8%, obesidade ou excesso de peso e 53,9%, C-LDL acima do alvo terapêutico. A HbA1c foi fator de risco para mortalidade (HR 1,473 IC 1,144 – 1,897, p=0,003), mas não o di-agnóstico de DM. Tanto a obesidade (HR 0,501 IC 0,286 – 0,881, p=0,016) como o IMC HR 0,884 IC 0,799 – 0,978, p=0,017) foram fatores protetores para mortalidade. O cutoff de segurança do IMC foi de 25,750 Kg/m2 e de 26,450 kg/m2 nos doentes de alto e muito alto risco. Tanto a presença de C-LDL acima do alvo (HR 0,188 IC 0,068 – 0,515, p=0,001) como o valor absoluto de C-LDL (HR 0,959 IC 0,940 – 0,978, p<0,001) foram fatores protetores para a mortalidade. C-LDL de 88 mg/dL foi o valor limite mais baixo não associado a risco aumentado de mortalidade na população geral; nos doentes de alto e muito alto risco cardiovascular, este valor foi de 84 mg/dL. Valores mais altos de C-LDL foram fator de risco para eventos trombóticos (HR 1,012 IC 1,001– 1,023, p=0,039), com um cutoff estabelecido de C-LDL de 102,5 mg/dL. Conclusão: Este estudo apoia a teoria do paradoxo da obesidade e do C-LDL na IC, suge-rindo que o tratamento agressivo destas comorbilidade possa ser deletério e as orien-tações clínicas atuais demasiado exigentes. Já a diabetes deve se tratada de forma a atingir um controlo metabólico adequado.Background: Heart failure (HF) is a highly prevalent clinical syndrome associated with high morbi-mortality rates. Several prognosis factors have been studied and some of them are key therapeutic targets in patient management. In recent years, a number of studies have questioned the benefit of tighter metabolic control in regard to LDL cho-lesterol (LDL-C), hemoglobin A1c (HbA1c) and body mass index (BMI) in patients with HF. Objectives: To characterize a population of patients admitted for acute decompensated HF and their comorbid diagnosis of diabetes, obesity, and dyslipidemia. To evaluate the impact of diabetes (T2D), obesity and dyslipidemia diagnosis and their metabolic control on HF patients’ mortality, HF and any cause readmissions, and thrombotic events in the one-year follow-up after the admission for acute decompensated HF. Methods: Single center study that included consecutive patients hospitalized for acute/ chronic decompensated HF in a tertiary Hospital Cardiology Ward between January 2016 to December 2018 and followed for 12 months. Clinical, demographic, and laboratorial data were collected. Patients were divided into groups according to their comorbidities. The impact of their comorbidities was assessed using Cox regression and Kaplan-Meier survival analysis, after adjustment for age, sex, functional class, ejection fraction and HF etiology. A safety cut-off was established when any of these variables was deemed pro-tective or risk factors using ROC curve analysis. Patients were categorized according to the cardiovascular (CV) risk classification. Results: Two hundred twenty-four patients (72 years median age, 63.8% males) were included. Forty % had HF of ischemic etiology and the median left ventricular ejection fraction was 34% IQR 25-49.5 (HFreF: 60.3%), 37.5% of pts had T2D, 52.8% was obese or overweight and 53.9% had LDL-C above target. HbA1c was a risk factor for mortality (HR 1.473 CI 1.144 – 1.897, p=0.003), but not T2D. Both obesity (HR 0.501 CI 0.286 – 0.881, p=0.016) and BMI (HR 0.884 CI 0.799 – 0.978, p=0.017) where protective factors for mortality. BMI safety cutoffs of 25.750 Kg/m2 and 26.450 kg/m2 for high and very high-risk patients were established. Both C-LDL above target (HR 0.188 IC 0,068 – 0.515, p=0.001) and C-LDL (LDL (HR 0.959 IC 0.940 – 0.978, p<0.001) were protective factors. LDL-C of 88mg/dL was found to be the lower threshold associated with no increased risk of mortality; for high and very high CV risk patients an LDL-C safety cut-off of 84mg/dL was established. Higher LDL-C levels were a risk factor for thrombotic events (HR 1.012 IC 1.001– 1.023, p=0.039). This risk increased for LDL-C levels above 102.5 mg/dL. Conclusions: This study supports the theory of the obesity and LDL-cholesterol paradox in HF, suggesting that an aggressive management of these comorbidities might be dele-terious and that current guidelines targets may be too strict for these patients. On the other hand, Diabetes should be treated to achieve appropriate metabolic control.Brito, Dulce AlvesAgostinho, João R.Repositório da Universidade de LisboaDuarte, Catarina Maria Pereira de Camacho2022-03-15T16:23:56Z2021-072021-07-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/51754TID:202902803porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:56:36Zoai:repositorio.ul.pt:10451/51754Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:02:58.552670Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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