Evolução geomorfológica da Nave de Santo António (Serra da Estrela) através de técnicas geomorfológicas, sedimentológicas e geofísicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nunes, João Carlos Contreiras Serra Correia
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/61476
Resumo: A Serra da Estrela tem uma morfologia e clima que contribuíram para a sua glaciação Plistocénica, caracterizada por um campo de gelo de planalto que alimentava vários glaciares de vale. A área estudada centra-se na Nave de Santo António (NSA) e pretende-se com esta dissertação contribuir para a caracterização da dinâmica glaciária e pós-glaciária e consolidar o conhecimento acerca dos geossítios NSA e Poio do Judeu e dos vales glaciários adjacentes. A metodologia multidisciplinar baseou-se em métodos geomorfológicos, de datação relativa, sedimentológicos e geofísicos, desenvolvidos a partir de cartografia geomorfológica de pormenor, datações relativas com martelo de Schmidt e análise morfométrica de pias, cinco perfis sedimentológicos e cinco perfis de tomografia de resistividade elétrica e nove perfis de georadar. A dinâmica glaciária e de deglaciação definiu-se em quatro fases: fase 1 – máximo glaciário local (glaciares a preencher a NSA); fase 2 – primeira fase de deglaciação (recuo do glaciar do Alforfa); fase 3 – segunda fase de deglaciação (recuo do glaciar do Zêzere); fase 4 – terceira fase de deglaciação (continuação do recuo do glaciar do Alforfa). A dinâmica geomorfológica holocénica traduziu-se, principalmente, no enchimento sedimentar da bacia da NSA, com até 60 m de espessura, possuindo diversas formas associadas à dinâmica hídrica. Este caracteriza-se, predominantemente, por sedimentos de areia cascalhenta argilosa, na bacia, e de cascalho argiloso e arenoso, no glacis. Datações em dois perfis revelaram que o enchimento mais recente se enquadra no Holocénico Médio ou posterior (8380±30 B.P. entre 140 a 145 cm e 5780±30 B.P. entre os 190 e os 200 cm de profundidade). A estratificação dos sedimentos é irregular e descontínua, com estruturas horizontais ou concavas associadas a incisões hídricas. O faseamento da dinâmica sedimentar na bacia é mais marcado no glacis do Teleférico, caracterizando-se, inicialmente, pela acumulação sedimentar, seguindo-se a incisão e progressão dos sedimentos para jusante.
id RCAP_0c4fcdd3a274f80685322a9c23161d18
oai_identifier_str oai:repositorio.ul.pt:10451/61476
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Evolução geomorfológica da Nave de Santo António (Serra da Estrela) através de técnicas geomorfológicas, sedimentológicas e geofísicasGlaciaçãoDinâmica geomorfológicaSedimentologiaProspeção geofísicaSerra da EstrelaGeografiaGeografia FísicaOrdenamento do TerritórioA Serra da Estrela tem uma morfologia e clima que contribuíram para a sua glaciação Plistocénica, caracterizada por um campo de gelo de planalto que alimentava vários glaciares de vale. A área estudada centra-se na Nave de Santo António (NSA) e pretende-se com esta dissertação contribuir para a caracterização da dinâmica glaciária e pós-glaciária e consolidar o conhecimento acerca dos geossítios NSA e Poio do Judeu e dos vales glaciários adjacentes. A metodologia multidisciplinar baseou-se em métodos geomorfológicos, de datação relativa, sedimentológicos e geofísicos, desenvolvidos a partir de cartografia geomorfológica de pormenor, datações relativas com martelo de Schmidt e análise morfométrica de pias, cinco perfis sedimentológicos e cinco perfis de tomografia de resistividade elétrica e nove perfis de georadar. A dinâmica glaciária e de deglaciação definiu-se em quatro fases: fase 1 – máximo glaciário local (glaciares a preencher a NSA); fase 2 – primeira fase de deglaciação (recuo do glaciar do Alforfa); fase 3 – segunda fase de deglaciação (recuo do glaciar do Zêzere); fase 4 – terceira fase de deglaciação (continuação do recuo do glaciar do Alforfa). A dinâmica geomorfológica holocénica traduziu-se, principalmente, no enchimento sedimentar da bacia da NSA, com até 60 m de espessura, possuindo diversas formas associadas à dinâmica hídrica. Este caracteriza-se, predominantemente, por sedimentos de areia cascalhenta argilosa, na bacia, e de cascalho argiloso e arenoso, no glacis. Datações em dois perfis revelaram que o enchimento mais recente se enquadra no Holocénico Médio ou posterior (8380±30 B.P. entre 140 a 145 cm e 5780±30 B.P. entre os 190 e os 200 cm de profundidade). A estratificação dos sedimentos é irregular e descontínua, com estruturas horizontais ou concavas associadas a incisões hídricas. O faseamento da dinâmica sedimentar na bacia é mais marcado no glacis do Teleférico, caracterizando-se, inicialmente, pela acumulação sedimentar, seguindo-se a incisão e progressão dos sedimentos para jusante.The Serra da Estrela’s morphology and climate contributed to its Pleistocene glaciation, characterized by a plateau ice field that fed several valley glaciers. The area studied is centered on Nave de Santo António (NSA) and the aim of this dissertation is to contribute to the characterization of the glacial and post-glacial dynamics and to consolidate knowledge about the NSA and Poio do Judeu geosites and the adjacent glacial valleys. The multidisciplinary methodology was based on geomorphological, relative dating, sedimentological and geophysical methods, developed on detailed geomorphological mapping, relative dating with a Schmidt hammer and morphometric analysis of gnammas, five sedimentological profiles and five electrical resistivity tomography profiles and nine ground penetrating radar profiles. The glaciation and deglaciation dynamics were defined in four phases: phase 1 - local glacial maximum (glaciers filling the NSA); phase 2 - first phase of deglaciation (retreat of the Alforfa glacier); phase 3 - second phase of deglaciation (retreat of the Zêzere glacier); phase 4 - third phase of deglaciation (continued retreat of the Alforfa glacier). The Holocene geomorphological dynamics were mainly reflected in the sedimentary infill of the NSA basin, which is up to 60 meters thick, and has various landforms associated with hydrological dynamics. It is predominantly characterized by gravelly muddy sands in the basin and muddy sandy gravel in the glacis. Dating on two profiles revealed that the most recent infill fits within the Middle Holocene or later (8380±30 B.P. between 140 and 145 cm and 5780±30 B.P. between 190 and 200 cm deep). Sediment stratification is irregular and discontinuous, with horizontal or concave structures associated with water incisions. The phasing of the sedimentary dynamics in the basin is most marked in the Teleférico glacis, initially characterized by sedimentary accumulation, followed by incision and progression of the sediments downstream.Vieira, Gonçalo Brito Guapo TelesFarzamian, MohammadRepositório da Universidade de LisboaNunes, João Carlos Contreiras Serra Correia2023-12-21T12:12:44Z2023-11-272023-11-27T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/61476TID:203432240porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-08T01:16:55Zoai:repositorio.ul.pt:10451/61476Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:56:07.855190Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Evolução geomorfológica da Nave de Santo António (Serra da Estrela) através de técnicas geomorfológicas, sedimentológicas e geofísicas
title Evolução geomorfológica da Nave de Santo António (Serra da Estrela) através de técnicas geomorfológicas, sedimentológicas e geofísicas
spellingShingle Evolução geomorfológica da Nave de Santo António (Serra da Estrela) através de técnicas geomorfológicas, sedimentológicas e geofísicas
Nunes, João Carlos Contreiras Serra Correia
Glaciação
Dinâmica geomorfológica
Sedimentologia
Prospeção geofísica
Serra da Estrela
Geografia
Geografia Física
Ordenamento do Território
title_short Evolução geomorfológica da Nave de Santo António (Serra da Estrela) através de técnicas geomorfológicas, sedimentológicas e geofísicas
title_full Evolução geomorfológica da Nave de Santo António (Serra da Estrela) através de técnicas geomorfológicas, sedimentológicas e geofísicas
title_fullStr Evolução geomorfológica da Nave de Santo António (Serra da Estrela) através de técnicas geomorfológicas, sedimentológicas e geofísicas
title_full_unstemmed Evolução geomorfológica da Nave de Santo António (Serra da Estrela) através de técnicas geomorfológicas, sedimentológicas e geofísicas
title_sort Evolução geomorfológica da Nave de Santo António (Serra da Estrela) através de técnicas geomorfológicas, sedimentológicas e geofísicas
author Nunes, João Carlos Contreiras Serra Correia
author_facet Nunes, João Carlos Contreiras Serra Correia
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Vieira, Gonçalo Brito Guapo Teles
Farzamian, Mohammad
Repositório da Universidade de Lisboa
dc.contributor.author.fl_str_mv Nunes, João Carlos Contreiras Serra Correia
dc.subject.por.fl_str_mv Glaciação
Dinâmica geomorfológica
Sedimentologia
Prospeção geofísica
Serra da Estrela
Geografia
Geografia Física
Ordenamento do Território
topic Glaciação
Dinâmica geomorfológica
Sedimentologia
Prospeção geofísica
Serra da Estrela
Geografia
Geografia Física
Ordenamento do Território
description A Serra da Estrela tem uma morfologia e clima que contribuíram para a sua glaciação Plistocénica, caracterizada por um campo de gelo de planalto que alimentava vários glaciares de vale. A área estudada centra-se na Nave de Santo António (NSA) e pretende-se com esta dissertação contribuir para a caracterização da dinâmica glaciária e pós-glaciária e consolidar o conhecimento acerca dos geossítios NSA e Poio do Judeu e dos vales glaciários adjacentes. A metodologia multidisciplinar baseou-se em métodos geomorfológicos, de datação relativa, sedimentológicos e geofísicos, desenvolvidos a partir de cartografia geomorfológica de pormenor, datações relativas com martelo de Schmidt e análise morfométrica de pias, cinco perfis sedimentológicos e cinco perfis de tomografia de resistividade elétrica e nove perfis de georadar. A dinâmica glaciária e de deglaciação definiu-se em quatro fases: fase 1 – máximo glaciário local (glaciares a preencher a NSA); fase 2 – primeira fase de deglaciação (recuo do glaciar do Alforfa); fase 3 – segunda fase de deglaciação (recuo do glaciar do Zêzere); fase 4 – terceira fase de deglaciação (continuação do recuo do glaciar do Alforfa). A dinâmica geomorfológica holocénica traduziu-se, principalmente, no enchimento sedimentar da bacia da NSA, com até 60 m de espessura, possuindo diversas formas associadas à dinâmica hídrica. Este caracteriza-se, predominantemente, por sedimentos de areia cascalhenta argilosa, na bacia, e de cascalho argiloso e arenoso, no glacis. Datações em dois perfis revelaram que o enchimento mais recente se enquadra no Holocénico Médio ou posterior (8380±30 B.P. entre 140 a 145 cm e 5780±30 B.P. entre os 190 e os 200 cm de profundidade). A estratificação dos sedimentos é irregular e descontínua, com estruturas horizontais ou concavas associadas a incisões hídricas. O faseamento da dinâmica sedimentar na bacia é mais marcado no glacis do Teleférico, caracterizando-se, inicialmente, pela acumulação sedimentar, seguindo-se a incisão e progressão dos sedimentos para jusante.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023-12-21T12:12:44Z
2023-11-27
2023-11-27T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10451/61476
TID:203432240
url http://hdl.handle.net/10451/61476
identifier_str_mv TID:203432240
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136446806753280